Mateus 1,18-24
O trecho que lemos na liturgia do 4º domingo do
Advento está ligado ao início do Evangelho de Mateus (Mt 1,18-24) que traz a
genealogia de Jesus. O evangelho nos mostra que Jesus é profundamente radicado
em um povo, uma cultura e na história humana. Ele é herdeiro das bênçãos de
Abraão e da glória de Davi. O evangelho deixa transparecer que Jesus é filho de
um casal humilde, provindo de um lugar onde ninguém esperava nada de bom (cf.
Jo,1,46). O Evangelista Mateus cita Isaías (7, 14), para indicar que o
nascimento de Jesus é atuação criadora de Deus.
A mensagem que
tiramos deste domingo sobre Maria e José é que, em Maria, Deus realiza seu
plano. Na carne humana de Maria, Deus, através de Jesus, assume a nossa
corporeidade humana. Se, no Antigo Testamento, Deus habitava no Templo de Pedra
– Templo de Jerusalém, no Novo Testamento, Ele habita em um novo Templo que é a
carne humana de Nossa Senhora, sacrário vivo de Deus. Maria é mãe solícita que
acompanhou o filho em todos os momentos de sua vida, na alegria e na tristeza,
desde a alegria da noite de Belém até o doloroso momento da morte no calvário.
Seria muito pobre para a Igreja, se se esquecesse de Maria, mãe e humilde serva
do Senhor, modelo de todas as virtudes -
espelho de justiça.
José, homem
justo, está disponível à vontade de Deus. José é a figura de fé, humildade e
obediência. Não foi simples para José aceitar ser pai do Filho de Deus; foi uma
grande missão. Ele recebeu a missão mais nobre do mundo e de maior
responsabilidade. Na obediência, fez exatamente o que o anjo lhe mandou.
Humanamente José, no seu silêncio, teve o coração aberto para ouvir e executar
a vontade de Deus.
Meus caríssimos
ouvintes, neste último domingo do Advento, às portas do Natal do Senhor, uma
pergunta se fez necessária: como está a preparação da nossa casa espiritual
para o Natal de Jesus? Não nos esqueçamos de preparar o mais importante que é o
nosso coração e a nossa vida para acolher Jesus. Não podemos nos deixar levar
pela mentalidade de uma cultura urbana, dita moderna, materialista e
secularizada tão forte de uma época que infelizmente tenta paganizar o Natal.
Quando se troca o menino Jesus por uma
figura anômala de Papai Noel, figura contraditória para nossa cultura e nossas
condições climáticas, vamos todos recuperar o verdadeiro sentido do Natal,
reunindo-nos em família em volta do presépio e meditar diante de uma família
feliz que foi Jesus, Maria e José. Era uma família feliz porque soube temer a
Deus. A sua família poderá ser feliz desde que o seu lar se transforme numa
pequena Nazaré – lugar de paz, oração, harmonia e felicidade. Feliz Natal a
todos!
Pe. Raimundo
Neto
Pároco de São
Vicente
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