terça-feira, 26 de novembro de 2013

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE

26/11/2013 - 3ª feira XXXIV semana comum 

 – Daniel 2,31-45  – o reino que permanecerá para sempre  

O sonho do rei interpretado por Daniel nos remete a uma reflexão sobre a nossa existência humana sujeita a mudanças e transformações. O jovem Daniel nos revela com bastante clareza que Deus está na retaguarda de todos os eventos humanos e que nenhuma “pedra” cairá sem que Ele o tenha permitido. Às vezes pensamos que os fatos que estão acontecendo no mundo  ocorrem exclusivamente pela vontade do homem, no entanto, percebemos que há um propósito de Deus para cada episódio que constatamos aqui na terra.  Nenhum reino, nenhum poder humano está seguro e completamente impenetrável. Os homens passam e a história continua com outros. Na interpretação do sonho, Daniel identifica Nabucodonosor como a “cabeça de ouro”, a quem Deus havia concedido todo o poder, inclusive o de levar consigo  o povo de Israel para o exílio na Babilônia. Mesmo assim, ele prenuncia a extinção do seu grande reino e a chegada de um reino inferior ao dele, exatamente o rei que libertaria o povo de Deus do exílio, Ciro, rei da Pérsia. Por aí, nós temos consciência da transitoriedade da nossa vida como também a nossa insegurança em relação a status, condição social, poderio econômico, fama, sucesso, etc.. O último reino a que Daniel se refere é justamente o reino que veio para acontecer e permanecer para sempre, o reino de Deus. “No tempo desses reinos, o Deus do céu suscitará um reino que nunca será destruído, um reino que não passará a outro povo; antes, esmagará e aniquilará todos esses reinos, e ele permanecerá para sempre.” É o reino dos céus que tem como Rei Jesus Cristo, Seu Filho Unigênito.   Deus está no controle dos eventos da história humana. O nascimento e a queda de impérios ocorrem como se estivessem acontecendo pela vontade do homem, mas Daniel nos revela claramente que Deus está por trás de todos os eventos humanos. Nada acontece sem que Deus já tenha consentido ou tenha impedido, pois o Seu poder é exclusivo e soberano e a Sua onisciência extrapola a nossa capacidade de compreensão. Portanto, tenhamos prudência ao enaltecer e lisonjear os “reis da terra”, isto é, aqueles que têm o comando provisório das rédeas do poder, porque, como a palha miúda das eiras, no verão, que o vento varre sem deixar vestígios, eles desaparecem. O reino que nunca acaba é o reino de Deus, porque é eterno e está dentro do nosso coração. Em todas as circunstâncias da nossa vida Ele nos acompanhará. Seja na pobreza, na riqueza, na alegria ou tristeza e até na morte do nosso corpo, ele seguirá junto da nossa alma. - Você tem desejos de ser uma pessoa poderosa e conhecida?
- Você faz alguma distinção entre o rei e o empregado do rei?- Você acredita que Deus tem as rédeas e o governo de todos os acontecimentos? - A sua vida é consagrada a Deus? - Você tem algum ídolo? Você costuma lisonjear os homens?

Salmo – Daniel 3, 57-61 – “Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!

É justo que, as obras, os céus, os anjos, as chuvas e as potências louvem o Senhor, porque tudo a Ele pertence. O louvor de Daniel e seus companheiros na fornalha ardente é um reflexo de todos os sentimentos que trazemos dentro do nosso coração quando experimentamos o Seu livramento.  Se Deus é o Senhor de tudo e de todos, quem mais nos poderá salvar? Os reis da terra fazem jus ao nosso respeito e obediência à sua autoridade, porém nenhum deles merece ter o nosso coração e a nossa exaltação. Que o nosso louvor permaneça pelos séculos sem fim!

Evangelho –   Lucas 21,5-11 – “Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra.

Com estas palavras, Jesus quis mostrar às pessoas que admiravam o Templo pela sua beleza exterior tendo uma visão superficial do mundo e das coisas que as atraíam, que o material que enfeita o Templo e até mesmo, aquele que o construiu pode ser facilmente destruído.  “O sinal das coisas que estão para acontecer”, nós o percebemos, justamente pelas “coisas que já estão acontecendo”, no mundo, em nós e nas pessoas ao nosso redor. Jesus Cristo não nos prometeu nenhum sinal especial para nos livrar dos acontecimentos que tiram a normalidade da nossa vida, porém, ele nos adverte para que estejamos atentos (as) em relação às coisas que têm significado para nós.   O valor que as coisas têm é inerente à maneira como nós as enxergamos, ou seja, elas valem para nós conforme a nossa visão interior e subjetiva. O que é valioso para um poderá não ser para o outro dependendo do amadurecimento de cada um em relação ao valor das coisas criadas.  Os sinais de hoje nos servem de alerta, não para que fiquemos apavorados, mas para que estejamos vigilantes.  Guerras, revoluções, terremotos, fome, peste, miséria, dissensões, separações, homicídios, uns se voltando contra os outros, etc, etc.. Porém, apesar de atentos, necessitamos de serenidade e prudência para atravessar esse campo minado e não podemos nos apavorar.  O nosso testemunho deve ser de confiança absoluta nas palavras de Jesus: “é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”. Enquanto as coisas acontecem e enquanto não chega o fim, ainda temos chance para uma mudança radical na nossa mentalidade medíocre que valoriza somente o que é atrativo e nos encanta.  Os grandes sinais que serão vistos no céu já se manifestam dentro de nós quando entramos em comunhão com Deus, e, pelo poder do Espírito Santo, acolhemos os ensinamentos de Jesus e temos intimidade com Ele. A Palavra de Jesus nos recomenda a que não sejamos enganados (as) dando ouvido aos “arautos” do terror, portanto, escutemos atentamente ao que o Senhor nos revela e façamos tudo de acordo com o que Ele nos disser. - Você se apavora diante dos boatos em relação aos acontecimentos ruins?- Qual é o sinal que o Senhor tem manifestado para você?- Jesus tem lhe falado de conversão, de mudança de mentalidade? - Você tem dado ouvido, isto é, tem seguido, ao que Ele tem lhe manda fazer?


 Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

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