Lucas 21,5-19
Trigésimo
Terceiro Domingo
As palavras
de Jesus neste domingo (Lucas 21, 5-19), sobre a volta gloriosa do Messias e o
final dos tempos, procuram reforçar a fé dos discípulos, para que perseverem
até o fim. De maneira alguma pretendiam apavorá-los, fazendo sua adesão
resultar do temor. A preocupação de Jesus ia na direção contrária, de modo a
não se deixarem abater ante os desafios que teriam de enfrentar. Assim,
estariam preparados para encontrar-se com o Senhor por ocasião de sua vinda.
O primeiro
ponto sobre o qual foram alertados dizia respeito à identificação do Messias.
Jesus lhes aconselhava critério, para evitar que fossem enganados por falsos
messias, auto proclamados como tais. A recomendação de Jesus era taxativa no
sentido de que não os seguissem. O segundo ponto desse evangelho se referia à
avaliação de certos fatos da história: guerras, revoluções, terremotos,
epidemias, fome etc. Os discípulos foram instruídos sobre a tentação de fazer
uma leitura apocalíptica da História e tornar esses fatos aterradores como
sinais da iminência do fim, ficando alarmados e bloqueados. O terceiro ponto
parecia mais desafiador para a perseverança dos discípulos. Tratava das
perseguições, prisões, processos, ódio, morte, até mesmo por parte dos
familiares. Tudo por causa do nome de Jesus. Seria grande a tentação de
renunciar à opção pelo reino e renegar a condição de discípulo.
Neste
evangelho, Jesus ofereceu algumas pistas para a correta interpretação dessas
situações angustiantes. Primeiramente, elas seriam uma boa ocasião para o
discípulo testemunhar sua fé, e, quem sabe, levar seus adversários à conversão.
Por outro lado, o discípulo contaria com a preciosa ajuda que lhe seria dada,
em fervor de sabedoria e de eloqüência, que nenhum dos adversários poderia
negar ou contradizer. Embora isto não fosse explícito, essa ajuda consistiria
no dom do Espírito Santo, donde viria à força necessária para não fraquejar.
Acima de tudo, os discípulos deveriam ter certeza de que suas vidas estavam nas
mãos de Deus.
A mensagem
deste evangelho para nós, hoje, poderá ser esta: o evangelho fala do fim do
mundo, de destruição, de sinais pavorosos, de perseguição e morte. De certa
forma isto nos assusta. Mas fala também de coragem, ânimo, testemunho, auxílio
da parte de Deus, firmeza e vida. A nossa preocupação não deve ser com o fim do
mundo e sim com a transformação do mundo do pecado. O mundo da economia
globalizada muitas vezes mata a esperança de quase todos, e a maioria que
apenas se preocupa consigo, vai perseguindo os que buscam a fraternidade. Este
evangelho nos convida à perseverança e à esperança no projeto de Jesus. Nada de
desânimo e medo diante dos acontecimentos que estão abalando a paz mundial. A
fé, a esperança e o compromisso com a vida falam mais alto do que esses
acontecimentos.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo
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