04/08/13 - XVIII Domingo do tempo comum – 1ª. Leitura – Eclesiastes 1,2;2,21-23 – “vento que passa”. O pensamento pessimista do autor do Eclesiastes reflete o nosso estado de ânimo quando, muitas vezes, nos encontramos desanimados (as) sem encontrar objetivo para a nossa luta aqui na terra. Com certeza, o autor do Eclesiastes refletia sobre a vida do homem que trabalha para adquirir coisas e não tem como referencial os projetos de Deus para sua vida. Quando vivemos trabalhando e nos esforçando para conquistar os bens perecíveis que a vida terrena nos oferece e nos fixamos apenas na parte material que eles nos permitem usufruir, também lamentamos o tempo perdido despendido com empenho. E isto é, com certeza, “vaidade das vaidades” e “vento que passa”. Podemos concluir, portanto, que o valor do trabalho não está precisamente, naquilo que nós obtemos e que o dinheiro compra, mas em uma realização pessoal quando percebemos que estamos contribuindo de alguma forma com a construção do mundo. Aí então, nós encontramos sentido para a luta do dia a dia e, mesmo que morramos sem desfrutar do fruto da nossa ação sentiremos o prazer de ter combatido o bom combate. Deus quando nos colocou aqui na terra tinha em mente algo a realizar por meio de nós e, por isso, nos deu dons e talentos e continua nos modelando a fim de que sejamos fiéis aos Seus desígnios. No entanto, a maior parte da humanidade trabalha com o intuito de satisfazer a sua própria ambição que nunca tem a conta de chegar. Se vivermos somente para esta vida, realmente, nada terá muito sentido e terminaremos também dizendo que tudo é vaidade e grande desgraça. Porém, se tivermos como meta fazer a vontade de Deus, lutaremos com as armas que Ele põe à nossa disposição e esperaremos a recompensa, não para esta vida, mas para o tempo vindouro que nos está reservado. – Com que intuito você trabalha e se afadiga aqui na terra? – Você visa o bem pecuniário ou o bem estar? – Para você qual é a importância do dinheiro? – Você se sente realizado (a) quando faz algum trabalho voluntário? – O que Deus espera de você enquanto está aqui na terra? – Qual a recompensa que você espera de Deus? Salmo 89 – Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós!” Precisamos pedir a Deus a graça de saber bem contar os nossos dias e a sabedoria para vivê-los. Somos filhos e filhas de Adão, isto é, da humanidade, por isso, a nossa vida na carne, é como a erva do campo e tem um tempo determinado para secar. No entanto, fará toda a diferença o fato de enquanto vivermos aqui na terra, nos saciarmos com o amor de Deus entregando a Ele o nosso trabalho e o nosso repouso a fim de exultarmos de alegria todos os dias. 2ª. Leitura – Colossenses 3, 1-5.9-11 – “o homem novo revestido de Cristo” Nessa leitura São Paulo nos dá uma explicação de como age o homem novo revestido de Cristo, que busca as coisas celestes e como vive o homem velho, isto é, aquele que ainda é apegado ao jeito de ser terreno. E o que faz a diferença entre um e outro é justamente a fé na força da ressurreição de Jesus. Por isso, ele nos diz: “se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus;” Com efeito, percebemos que todos nós que cremos que Jesus Cristo ressuscitou para nos dar uma nova vida podemos aspirar as coisas celestes e, assim, nos distanciarmos do homem velho. O homem velho é, portanto, todos, (homens e mulheres) os que são coniventes com as obras da carne: “impureza, paixão, maus desejos, cobiça, mentira”, etc. O homem novo é, porém, todos, (homens e mulheres) que buscam se renovar segundo a imagem de Deus e tentam viver em ordem ao conhecimento da Sua Palavra. Quando declaramos Jesus Cristo como nosso Salvador, também admitimos que, morremos e a nossa vida está escondida com Ele, em Deus. Por isso, não mais pertencemos a este mundo carnal, mas estamos inseridos numa dimensão espiritual, embora ainda permaneçamos aqui na terra. Desse modo, aguardamos no nosso corpo o dia em que Cristo aparecer em seu triunfo, quando, vivos ou mortos, nós também apareceremos com Ele revestidos de glória. As coisas do alto significam os pensamentos, as palavras e as obras que praticamos e nos elevam para Deus, porque são regidas pelo Seu Amor e, consequentemente, nos levam a viver em harmonia uns com os outros aqui embaixo. Cristo, então, se torna tudo em todos e por onde nós andarmos estaremos a serviço do Seu reino. Não existem fronteiras para o homem que é renovado pelo Espírito de Deus e que é um com Cristo. – Você já é um homem novo? – Você tem buscado mais as coisas do alto ou as coisas da terra? – Você percebe quais são as coisas do alto na sua vida? – Quais são as obras do homem velho que ainda acontecem na sua vida? Evangelho – Lucas 12,13-21 – “o ‘homem rico’!” Neste Evangelho Jesus nos ensina a mensurar a nossa real motivação diante dos bens materiais que almejamos e qual é o fascínio que a riqueza exerce sobre nós. Mais uma vez nós aprendemos com Jesus a nos manter vigilantes em torno dos nossos pensamentos e das nossas reais intenções. Percebendo a ganância da pessoa que pleiteava junto ao irmão a parte que lhe cabia na herança, Jesus conta a parábola do “homem rico”. Assim, Ele deixou bem claro que os nossos bens materiais não se constituem um alicerce para assegurar a nossa vida longa aqui na terra nem tampouco são tijolos para a construção do nosso lar celestial. Mesmo que aqui a nossa terra dê uma grande colheita material, o fato de possuirmos em abundância não nos dá o direito de permanecer na passividade confiando na boa reserva que temos para muitos anos. Às vezes nós poupamos dinheiro e fixamos o nosso olhar somente no que iremos embolsar em função dos juros e, quanto mais auferimos, mais os nossos “olhos crescem”. Porém, na verdade, nem temos a ciência exata da utilidade desse dinheiro e a que se destina. Parece, que só pelo fato de possuirmos aquele “algo a mais” depositado no banco nós também, como o rico da parábola, podemos nos sentir tranquilos para dizer a nós mesmos: “meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!” O que Jesus recriminou no rico não foi tanto o fato de ele ter muitos bens ou mesmo de poupá-los, mas foi a sua intenção de guardar a fortuna somente para si, achando-se, por isso, protegido e dono da sua existência. A nossa vida está entregue nas mãos de Deus e somente Ele tem controle sobre ela, sejamos nós, pobres ou ricos neste mundo. No entanto, podemos ser ricos diante de Deus quando colocamos tudo o que possuímos à Sua disposição e esperamos os proveitos e a recompensa na forma que Ele quiser nos oferecer. – Para quem você é rico? Para si mesmo ou para Deus? – O que você espera comprar com o dinheiro que você amealha? – Se possuísse muito dinheiro, você viveria “mais despreocupado”? – Como você analisa a atitude do homem da parábola? – Você se acha diferente dele?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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