domingo, 4 de agosto de 2013

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE


04/08/13 - XVIII Domingo do tempo comum

– 1ª. Leitura – Eclesiastes 1,2;2,21-23 – “vento que passa”.

O pensamento pessimista do autor do Eclesiastes reflete o nosso estado 
de ânimo quando, muitas vezes, nos encontramos desanimados (as) sem 
encontrar objetivo para a nossa luta aqui na terra. Com certeza, o autor 
do Eclesiastes refletia sobre a vida do homem que trabalha para adquirir 
coisas e não tem como referencial os projetos de Deus para sua vida. 
Quando vivemos trabalhando e nos esforçando para conquistar os bens 
perecíveis que a vida terrena nos oferece e nos fixamos apenas na parte 
material que eles nos permitem usufruir, também lamentamos o tempo 
perdido despendido com empenho. E isto é, com certeza, “vaidade das 
vaidades” e “vento que passa”.
Podemos concluir, portanto, que o valor do trabalho não está 
precisamente, naquilo que nós obtemos e que o dinheiro compra, mas em 
uma realização pessoal quando percebemos que estamos contribuindo de 
alguma forma com a construção do mundo. Aí então, nós encontramos 
sentido para a luta do dia a dia e, mesmo que morramos sem desfrutar do 
fruto da nossa ação sentiremos o prazer de ter combatido o bom combate. 
Deus quando nos colocou aqui na terra tinha em mente algo a realizar por 
meio de nós e, por isso, nos deu dons e talentos e continua nos 
modelando a fim de que sejamos fiéis aos Seus desígnios. No entanto, a 
maior parte da humanidade trabalha com o intuito de satisfazer a sua 
própria ambição que nunca tem a conta de chegar. Se vivermos somente 
para esta vida, realmente, nada terá muito sentido e terminaremos também 
dizendo que tudo é vaidade e grande desgraça. Porém, se tivermos como 
meta fazer a vontade de Deus, lutaremos com as armas que Ele põe à nossa 
disposição e esperaremos a recompensa, não para esta vida, mas para o 
tempo vindouro que nos está reservado. – Com que intuito você trabalha e 
se afadiga aqui na terra? – Você visa o bem pecuniário ou o bem estar? – 
Para você qual é a importância do dinheiro? – Você se sente realizado 
(a) quando faz algum trabalho voluntário? – O que Deus espera de você 
enquanto está aqui na terra? – Qual a recompensa que você espera de Deus?

Salmo 89 – Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós!”

Precisamos pedir a Deus a graça de saber bem contar os nossos dias e a 
sabedoria para vivê-los. Somos filhos e filhas de Adão, isto é, da 
humanidade, por isso, a nossa vida na carne, é como a erva do campo e 
tem um tempo determinado para secar. No entanto, fará toda a diferença o 
fato de enquanto vivermos aqui na terra, nos saciarmos com o amor de 
Deus entregando a Ele o nosso trabalho e o nosso repouso a fim de 
exultarmos de alegria todos os dias.

2ª. Leitura – Colossenses 3, 1-5.9-11 – “o homem novo revestido de Cristo”

Nessa leitura São Paulo nos dá uma explicação de como age o homem novo 
revestido de Cristo, que busca as coisas celestes e como vive o homem 
velho, isto é, aquele que ainda é apegado ao jeito de ser terreno. E o 
que faz a diferença entre um e outro é justamente a fé na força da 
ressurreição de Jesus. Por isso, ele nos diz: “se ressuscitastes com 
Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, 
sentado à direita de Deus;” Com efeito, percebemos que todos nós que 
cremos que Jesus Cristo ressuscitou para nos dar uma nova vida podemos 
aspirar as coisas celestes e, assim, nos distanciarmos do homem velho. O 
homem velho é, portanto, todos, (homens e mulheres) os que são 
coniventes com as obras da carne: “impureza, paixão, maus desejos, 
cobiça, mentira”, etc. O homem novo é, porém, todos, (homens e mulheres) 
que buscam se renovar segundo a imagem de Deus e tentam viver em ordem 
ao conhecimento da Sua Palavra. Quando declaramos Jesus Cristo como 
nosso Salvador, também admitimos que, morremos e a nossa vida está 
escondida com Ele, em Deus. Por isso, não mais pertencemos a este mundo 
carnal, mas estamos inseridos numa dimensão espiritual, embora ainda 
permaneçamos aqui na terra. Desse modo, aguardamos no nosso corpo o dia 
em que Cristo aparecer em seu triunfo, quando, vivos ou mortos, nós 
também apareceremos com Ele revestidos de glória. As coisas do alto 
significam os pensamentos, as palavras e as obras que praticamos e nos 
elevam para Deus, porque são regidas pelo Seu Amor e, consequentemente, 
nos levam a viver em harmonia uns com os outros aqui embaixo. Cristo, 
então, se torna tudo em todos e por onde nós andarmos estaremos a 
serviço do Seu reino. Não existem fronteiras para o homem que é renovado 
pelo Espírito de Deus e que é um com Cristo. – Você já é um homem novo? 
– Você tem buscado mais as coisas do alto ou as coisas da terra? – Você 
percebe quais são as coisas do alto na sua vida? – Quais são as obras do 
homem velho que ainda acontecem na sua vida?

Evangelho – Lucas 12,13-21 – “o ‘homem rico’!”

Neste Evangelho Jesus nos ensina a mensurar a nossa real motivação 
diante dos bens materiais que almejamos e qual é o fascínio que a 
riqueza exerce sobre nós. Mais uma vez nós aprendemos com Jesus a nos 
manter vigilantes em torno dos nossos pensamentos e das nossas reais 
intenções. Percebendo a ganância da pessoa que pleiteava junto ao irmão 
a parte que lhe cabia na herança, Jesus conta a parábola do “homem 
rico”. Assim, Ele deixou bem claro que os nossos bens materiais não se 
constituem um alicerce para assegurar a nossa vida longa aqui na terra 
nem tampouco são tijolos para a construção do nosso lar celestial. Mesmo 
que aqui a nossa terra dê uma grande colheita material, o fato de 
possuirmos em abundância não nos dá o direito de permanecer na 
passividade confiando na boa reserva que temos para muitos anos. Às 
vezes nós poupamos dinheiro e fixamos o nosso olhar somente no que 
iremos embolsar em função dos juros e, quanto mais auferimos, mais os 
nossos “olhos crescem”. Porém, na verdade, nem temos a ciência exata da 
utilidade desse dinheiro e a que se destina. Parece, que só pelo fato de 
possuirmos aquele “algo a mais” depositado no banco nós também, como o 
rico da parábola, podemos nos sentir tranquilos para dizer a nós mesmos: 
“meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, 
bebe, aproveita!” O que Jesus recriminou no rico não foi tanto o fato de 
ele ter muitos bens ou mesmo de poupá-los, mas foi a sua intenção de 
guardar a fortuna somente para si, achando-se, por isso, protegido e 
dono da sua existência. A nossa vida está entregue nas mãos de Deus e 
somente Ele tem controle sobre ela, sejamos nós, pobres ou ricos neste 
mundo. No entanto, podemos ser ricos diante de Deus quando colocamos 
tudo o que possuímos à Sua disposição e esperamos os proveitos e a 
recompensa na forma que Ele quiser nos oferecer. – Para quem você é 
rico? Para si mesmo ou para Deus? – O que você espera comprar com o 
dinheiro que você amealha? – Se possuísse muito dinheiro, você viveria 
“mais despreocupado”? – Como você analisa a atitude do homem da 
parábola? – Você se acha diferente dele?

Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

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