11/08/13 - XIX
Domingo do tempo comum
– 1ª. Leitura – Sabedoria 18, 6-9 - “noite da libertação ”
O autor do Livro
da Sabedoria se reporta à noite da libertação dos hebreus quando o povo deu crédito às
promessas que o Senhor lhe fez por meio de Moisés. Firmado nisso o povo de
Israel se conservou destemido e conheceu a ação de Deus tanto para a sua
salvação como para a perdição do faraó e dos egípcios que o perseguiam. Por
intermédio de Moisés Deus fez um pacto com o Seu povo e este, conheceu a Sua
glória. Assim sendo, os antigos deixaram para os seus sucessores a herança das
dádivas divinas, muito embora pudessem também participar dos mesmos
contratempos pelos quais eles passaram. Podemos refletir, que a promessa de
libertação que Deus cumpriu quando Moisés tirou o povo hebreu do Egito, se
cumpre hoje, na nossa vida, quando assumimos a nossa participação no Mistério
de Cristo o qual se encarnou e se fez homem para também nos libertar da
escravidão do pecado. Portanto, o pacto que os “piedosos filhos dos bons” fizeram com Deus para que os “santos participassem dos mesmos bens e dos
mesmos perigos” que eles, faz parte da nossa história de salvação. Essa
herança se transmite de pai para filho na medida em que cada geração entoa
também, antecipadamente, os cânticos de seus pais. Assim como nós conhecemos a
nossa história familiar e sabemos repetir o que nos foi ensinado pelos nossos
antepassados, também precisamos tomar conhecimento da ação divina na história
espiritual daqueles que nos antecederam. Conscientes disso, nós podemos então
perceber que Deus sempre esteve presente na nossa caminhada terrena quando
interveio e mostrou a Sua glória mesmo nos momentos de grandes dificuldades. A
nossa vida é um mistério repleto do Amor e da Bondade de Deus, assim sendo,
devemos ficar bem atentos (as) para perceber isso em todos os nossos
movimentos, a fim de que saibamos também contar aos nossos filhos e estes aos
nossos netos, as proezas que realizamos porque o Senhor nos sustentou. –
Como você avalia a sua história familiar? – O que você conhece da vida
espiritual dos seus antepassados? – Você tem gravado na memória como Deus se
manifesta na sua vida para descrever aos seus sucessores?
Salmo 32 – “Feliz o
povo que o Senhor escolheu por sua herança”
A herança do
Senhor é destinada ao homem justo, isto é, a quem Lhe oferece o seu viver e o
seu louvor. Aquele que teme o Senhor e coloca Nele a sua esperança recebe o
prêmio da Sua assistência durante todos os dias da vida. A graça do Senhor se
manifesta na medida em que nós a esperamos e quanto mais confiarmos no Seu
auxilio e na Sua proteção mais poderemos receber o Seu amor que nos faz viver
alegres e felizes.
2ª. Leitura – Hebreus – 11,1-2.8-19
ou 1-2.8-12 – “fé e esperança ”
O Autor da carta aos Hebreus disserta para nós como se manifestou a Fé na
vida dos que nos precederam na caminhada espiritual. Nessa perspectiva, ele
define a fé vivida por eles, como uma forma de possuirmos antecipadamente, as
coisas que esperamos e já vislumbrarmos as realidades que ainda não estamos
enxergando. Tendo Abraão como exemplo maior o autor nos estimula a refletir
acerca da pátria que nos é prometida por Deus e que buscamos encontrar mesmo
que não tenhamos ainda muita ideia de como seja. Caminhamos aqui como
estrangeiros e migrantes, porém, na nossa limitação, às vezes, pensamos que é
aqui o nosso porto seguro. Precisamos, no entanto, firmados na Palavra do
Senhor ter a convicção de que Ele nos preparou uma cidade e construiu uma
morada para nós. Algumas vezes, também como Abraão, nós somos chamados a
sacrificar o nosso “filho único” para que tenhamos acesso ao lugar que Deus nos
preparou. São todos os ídolos a quem nos apegamos e, que por isso, nos levam a
esquecer de que o Senhor é o nosso maior Bem e que o Seu Amor e a Sua graça nos
bastam para que tenhamos ingresso no lugar do nosso repouso. Abraão é
considerado o Pai da fé, portanto, se tivermos fé, seremos também chamados de
seus filhos e esperaremos confiantes pela manifestação de Deus que tem o poder
de reconquistar para nós tudo o que tivermos de entregar a Ele. O poder da
morte e ressurreição de Jesus nos fez morrer com Ele e nos fará também
ressuscitar de uma maneira gloriosa e plena para gozar de tudo quanto Deus Pai
tiver preparado para nossa bem aventurança. – O que você tem esperado na sua
vida? – Você tem fé? – Como tem se manifestado a sua fé? – Você já precisou
entregar a Deus algo que é como se fosse um “filho único? – O que você recebeu
em troca?
Evangelho – Lucas 12,32-48 – “administradores do reino do céu.”
Jesus dirige a palavra a todos aqueles que se sentem chamados a
participar do reino do Pai e lhes dá instruções para que permaneçam firmes e
vigilantes no propósito de alcançar a herança eterna. Portanto, todos nós que
almejamos seguir Seus ensinamentos precisamos estar de ouvidos e olhos abertos
a fim de apreender com Ele os segredos que desvendam os mistérios do reino dos
céus. A Sua primeira exortação
é para que não tenhamos medo de nada, pois o reino é uma dádiva que Deus
deseja nos conceder e é do Seu agrado que nós o alcancemos. No entanto, Jesus
nos dá algumas orientações que são como chaves para nos abrir a porta da
vivência do reino. O reino de Deus é um tesouro que somente obtemos na medida
em que nos desapegamos dos nossos bens materiais, usando-os para o bem comum,
isto é, com fim de ajudar ao próximo. Quando agimos assim, nós nos desfazemos
do nosso tesouro material aqui na terra para adquirir um tesouro que nunca se
acaba, pois está guardado no céu, onde
os ladrões não chegam nem a traça corrói. Dessa forma, o nosso ideal de vida,
os nossos anseios e objetivos estarão também guardados no céu como um tesouro.
Lá também estará o nosso coração onde o reino do céu começa acontecer. No entanto, não devemos parar por aí, pois
mesmo que tenhamos as melhores intenções, somos pessoas falíveis. Por isso,
Jesus nos recomenda que tenhamos “rins cingidos e
lâmpadas acesas”
significando o estado de alerta e de prontidão em que todo o cristão deve
permanecer. A nossa vida é breve, por isso, devemos manter os nossos olhos
voltados para o alto, à espera Daquele que há de vir, nosso Senhor Jesus
Cristo. O Evangelho se refere ao senhor a quem os seus empregados esperam e que volta para casa
depois de uma festa de casamento. A
festa de casamento são as Bodas do Cordeiro que se realiza no céu e para a qual
todos nós somos convidados. Jesus virá um dia nos levar definitivamente para
participar desse Banquete. A qualquer hora da nossa vida e em qualquer idade
que tenhamos, Jesus poderá bater à nossa porta e nos convidar para cear com Ele
no Banquete da vida eterna. Felizes nós seremos se Ele nos encontrar preparados
e na expectativa. Jesus ainda nos exorta de que enquanto aqui estamos somos
cooperadores do reino de Deus e estamos a serviço da casa do Senhor. Todos nós
que, pela Fé assumimos a salvação de Jesus e perseguimos continuamente a
conversão, somos administradores do reino do céu que deseja se instalar na terra. Deus almeja
dar aos Seus filhos e filhas, uma melhor qualidade de vida, fazendo com que
todos participem aqui na terra, de uma vida abundante. Ele nos chamou para que nós sejamos Seus
operários, cuidando do povo que ainda não provou da comida e da bebida que Ele
oferece ao mundo. Seremos considerados Seus fieis e prudentes administradores,
se formos encontrados no lugar exato aonde Ele deseja que estejamos. – Você já está “vendendo os seus bens” para
adquirir um tesouro no céu? – Aonde está o seu coração? – Como
você tem se mantido: em estado de alerta, ou seja, em estado de graça ou
relaxado (a) como cristão? - Você se sente um (a) administrador (a) fiel dos talentos que Deus lhe deu? – Como
você tem tratado aqueles (as) que o Senhor coloca sob a sua condução? – Você está no posto que o Senhor deseja que
você permaneça ou tem deixado para depois a sua missão?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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