segunda-feira, 1 de julho de 2013
A CNBB E AS MANIFESTAÇÕES
Os bispos católicos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunidos em Brasília de 19 a 21 de junho, externaram sua solidariedade às manifestações atualmente ocorrendo no Brasil inteiro. A Nota da CNBB é titulada “Ouvir o clamor que vem das ruas”. Os bispos manifestaram e apoio às manifestações desde que as manifestações sejam pacíficas. Na sua nota os bispos afirmam “que nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão à pessoas e instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência”. Os bispos acreditam que as mobilizações questionam a todos nós e “atestam que não é possível mais viver num país com tanta desigualdade”.
A Nota do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acha justa e necessária as reivindicações de políticas públicas para todos. Eles percebem as manifestações como um grito contra “a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão pública”. A Nota não omitiu denunciar também a violência contra a juventude. Uma das linhas que chama atenção na carta dos bispos é a seguinte: “As manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo em berço esplêndido”. Outra afirmação dos bispos na Nota que chama atenção é quando eles afirmam que: “Numa sociedade em que as pessoas têm o seu direito negado sobre a condução da própria vida, a presença do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como a solidariedade e o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido de existir”. O documento termina com a frase: “Que o clamor do povo seja ouvido!”.
Em entrevista concedida à Radio Vaticano, segunda-feira próxima passada, o secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner também falou sobre as manifestações populares que tem ocorrido em todo o Brasil. O bispo disse: “A situação é cada vez mais tranquila, calma, pois começam a se distinguir as manifestações pacíficas das violentas, e os próprios movimentos começam a insistir para que não haja violência”. Deu um exemplo disso dizendo: “…quando começam o vandalismo e a violência, eles convidam todos a se sentar na rua, ou mesmo insistir para que ninguém vá encapuçado, ou com o rosto escondido”. Na mesma entrevista na Rádio Vaticano Dom Leonardo fez questão de reafirmar que as manifestações não afetarão a programação elaborada para à Jornada Mundial da Juventude, para o Encontro com sua Santidade o Papa Francisco, marcada para os dias 22 a 28 de julho de 2013.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1.
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