SÃO PEDRO E SÃO PAULO APÓSTOLOS, SOLENIDADE
A liturgia da Igreja celebra hoje, entre júbilo e gratidão a Deus, a Festa dos Apóstolos: Pedro e Paulo. Essa festa é antiquíssima foi inserida no Santoral romano muito antes da festa do Natal. No século IV, já se celebravam três missas: uma em São Pedro, no Vaticano, outra em São Paulo fora dos muros, e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde provavelmente foram escondidos, por certo tempo, os corpos dos dois apóstolos.
Pedro e Paulo: dois nomes que, ao longo dos séculos, personificavam a Igreja inteira na sua ininterrupta tradição. A festa litúrgica de hoje convida-nos a reviver a fé destes dois apóstolos, colunas da Igreja, que fizeram de Cristo a paixão de sua vida. Pedro confessou-o com a palavra e o sangue: “Filho de Deus vivo” (cf. 16,1-6). Paulo tendo-o convertido e tornado apóstolo dos gentios, foi conquistado por Jesus Cristo a ponto de exclamar: “para mim, o viver é Cristo” (cf. Fil.1,21). A memória deles estimula-nos ao empenho de uma fidelidade sempre maior e de uma unidade cada vez mais profunda.
Humanamente falando, também eles, como todos os mortais, eram criaturas débeis. Essa debilidade em Pedro se manifestou várias vezes e, de modo especial, no momento em que renegou o seu próprio Mestre (cf. Jo 18,15-27). A debilidade de Paulo sobressai no ódio, que resulta na crueldade com que perseguia os seguidores de Cristo. O Senhor, contudo, agiu neles como se não tivesse em conta a fragilidade humana, como se passasse por cima delas, procedendo segundo o próprio e misterioso plano de salvação. A Pedro revelou que ele era a “pedra” sobre a qual havia de edificar a sua Igreja. (cf. Mt. 16,18). A respeito de Paulo, disse que era “instrumento de eleição” para anunciar o Evangelho no meio de todos os povos. (cf. At. 9,15). Ambos estavam conscientes de cumprir a missão que lhes foi confiada, mediante o poder do próprio Senhor. Com Pedro e Paulo que tiveram vidas cristocêntricas, ou seja, Cristo era tudo para eles, possamos viver com todo ardor missionário o “projeto de Deus através do testemunho, do amor e do martírio desses dois apóstolos”.
Celebramos também hoje, com toda a Igreja, o dia do Papa. Muito ligado a Pedro, recebendo o seu primado, temos o serviço fraterno do papa, cuja função teológica essencial é ser o sacramento da unidade, isto é, um visível sinal e instrumento da unidade da Igreja, mostrando-a, promovendo-a. Nós, que somos a Igreja Católica, não nos esfacelamos em seitas pelo mundo afora e em divergências essenciais, porque Jesus exerce a graça da unidade, deste serviço para a catolicidade da Igreja, que o Papa exerce no meio de seus irmãos. A Igreja é “Católica”, porque se apresenta como una e presente, com todos os meios salvíficos de Jesus, em todo o mundo. Celebremos, pois, com gratidão, o dom de sermos Igreja sob o comando vivo e cristão do Papa Francisco. Hoje e sempre lhe demos o abraço de paz e as orações pelo seu ministério Petrino em conduzir, com todo o ardor, a unidade da Igreja e a reconciliação entre os povos.
Pe. Neto
Pároco de São Vicente
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