"Viva São Pedro!", com esses dizeres, pescadores e religiosos celebraram, na manhã de ontem, o encerramento da Festa de São Pedro dos Pescadores, na Praia do Mucuripe, no bairro Meireles. Além de missa campal, houve também a tradicional procissão marítima de jangadas, quando a imagem do padroeiro foi levada até o alto mar.
Jangadas levaram a imagem de São Pedro até alto-mar. Também houve missa campal, na Praia dos Pescadores, com a presença de muitos fiéis Foto: José Leomar
Segundo o pároco da Igreja de São Pedro, Alderi Leite de Araújo, São Pedro tem um grande significado para os católicos, pois foi apóstolo de Jesus e chamado para coordenar a Igreja. "São Pedro foi pescador, por isso, os pescadores se sentem devotos. Como o santo, que era fraco, mas corajoso, esses homens do mar também se sentem assim", afirmou o padre.
Homens de fé
Lorival Basílio é pescador há 50 anos. Durante todo esse tempo, a fé em São Pedro foi inabalável. O pescador comentou que, antes de sair para a pesca, sempre fez questão de pedir a proteção para que nenhum mal aconteça com ele nem com seus companheiros. "Ele nunca deixou nada acontecer comigo", afirma.
Para Basílio, participar da celebração de seu padroeiro é algo muito importante, pois é uma maneira de retribuir tudo de bom que recebeu ao longo dos 50 anos como pescador.
Ver que um grande número de religiosos também saíram cedo de suas casas para prestar sua homenagem ao Santo é outra coisa que enche o coração de Lorival Basilio de alegria. "Ver tantas pessoas, hoje, por aqui é muito bom", frisou.
Emoção
A dona de casa Maria Lopes Gurgel, acordou mais cedo, na manhã de ontem, para não perder nenhum detalhe da missa campal da festa do santo. "Foi tudo muito bonito. Me emocionei quando o colocaram na jangada e ele seguiu para o alto mar", destacou. Maria disse que sempre foi muito devota, pois mora próximo da Igreja e por isso tem uma relação especial com o padroeiro. "Todos os dias agradeço a ele por tudo".
A Festa de São Pedro representa o primeiro bem imaterial de Fortaleza. O registro, proposto e legitimado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Comphic), com base na Lei Nº 9.347/2008, reconhece e protege a vivência coletiva do trabalho, a religiosidade, o entretenimento e as artes, além de diversas outras práticas sócio-culturais intangíveis e de valor inestimável.
Essas expressões, de acordo com o Comphic, são preservadas e protegidas em respeito aos antepassados e gerações futuras, fortalecendo o sentimento de pertencimento de um povo ao seu lugar.
Fonte: Diário da Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário