Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, o conclave para a eleição do sucessor de Bento XVI pode começar no início de março
Realizou-se na manhã desta quarta-feira, 20, na Sala Giovanni Paolo II, da Sala de Imprensa da Santa Sé, um Briefing, ou seja, uma sequencia de informações, sobre a história dos últimos conclaves, aos cuidados do Vice-Prefeito da Biblioteca Apostólica Vaticana, Dr. Ambrogio Piazzoni, que escreveu um livro sobre a história da eleição dos papas.
Este foi apenas um dos muitos encontros que serão promovidos pela Sala de Imprensa da Santa Sé, com o objetivo de oferecer um suporte histórico aos jornalistas de diversos países, para uma melhor compreensão do período da Sé Vacante e do Conclave.
Acesse:
.: Todas as noticias sobre a renúncia do Papa Bento XVI
Dr. Piazzoni falou da história dos Conclaves para iluminar o que acontece na atualidade. A bem da verdade, as normas que regem os Conclaves realizados atualmente são fruto de experiências e de um amadurecimento que ocorreu ao longo dos séculos.
O Vice-prefeito da Biblioteca Apostólica Vaticana iniciou o encontro destacando que os primeiros Conclaves sofriam muitas influências externas, especialmente por parte das autoridades civis. Somente em 1059, com o Papa Nicolau II, foi emitido o primeiro documento pontifício sobre o Conclave, onde era indicado com precisão que “somente os cardeais tem o direito e o dever de eleger um Pontífice”. Regra válida até os dias de hoje. Posteriormente, em 1079, foi fixada a maioria de 2/3 dos votantes.
O Conclave, que vem do latim cum clave (fechado), foi instituído apenas em 1271 pelo Papa Gregório X e a obrigação do voto secreto, somente a partir de 1621, para dar maior liberdade aos votantes.
A obrigação do 'segredo dos Cardeais', durante e após o Conclave, veio apenas com o papado de São Pio X, e que incluía também a obrigatoriedade da conservação da documentação do conclave em arquivos.
Em 1922, um Motu Proprio de Pio XI determinou a espera de 15 dias para se iniciar o Conclave, a fim de aguardar a chegada dos Cardeais de todo o mundo.
A Constituição Apostólica Vacantis Apostolicae Sedis, de 8 de dezembro de 1945, do Papa Pio XII, determinou a maioria de 2/3 mais 1 dos votos dos Cardeais.
O Motu Proprio Summi Pontificis electio, de João XXIII teve por objetivo uma simplicação do processo eleitoral. As listas das votações deveriam ser conservadas em um arquivo e consultadas somente com a autorização de um Papa. As anotações dos cardeais também deveriam ser conservadas e não queimadas como no tempo de Pio XII e por fim, deveriam ser queimadas somente as cédulas eleitorais.
Somente em 1978, o Papa João Paulo II fixou que o Conclave deveria ser realizado na Capela Sistina. Paulo VI dizia que ‘normalmente’ os Conclaves deveriam ser alí realizados, mas sem uma obrigatoriedade. Ao longo da história, se dizia que o Conclave deveria ser realizado no local onde o Pontífice viesse a morrer. Conclaves foram realizados no Palácio Quirinale, em Roma, ex-residência dos Papas, em quatro oportunidades.
Também foi João Paulo II a estabelecer a Casa Santa Marta como local de acolhida dos Cardeais durante o Conclave. João Paulo II também aboliu as formas de eleição ‘por aclamação’ ou ‘por compromisso’, mantendo apenas a forma ‘por escrutínio’.
O Papa é bispo de Roma e chefe Universal da Igreja. Em função desta estreita ligação, cada Cardeal, independente do país de origem, é titular de uma paróquia em Roma.
Ao final, interpelado por jornalistas, Dr. Piazzoni explicou quantos Papas haviam renunciado na história. Ele informou que alguns Pontífices renunciaram obrigados e outros por livre e espontânea vontade. Papa Ponciano, em 235, foi condenado a trabalhar numa mina na Sardenha. Papa Silvério, em 537, foi obrigado a abdicar e constrito a exilar-se na Ásia Menor. Martinho V foi preso e mandado para a Criméia. Sobre o Papa João XVIII, em 1009, não se tem muita certeza, mas é muito provável que tenha renunciado. Bento IX, em 1044, renunciou e após voltou ao papado. Posteriormente Celestino V, que reconheceu não estar preparado e por fim Gregório XII em 1415.
Somente um pontífice pode alterar as regras que regem um Conclave. O próximo, a ser realizado em março, será o 75º Conclave da história.
Leia mais:
.: Papa estuda publicar documento para explicar pontos do conclave
.: Conclave terá 19 cardeais da América Latina
Canção Nova Notícias, com Rádio Vaticano
Este foi apenas um dos muitos encontros que serão promovidos pela Sala de Imprensa da Santa Sé, com o objetivo de oferecer um suporte histórico aos jornalistas de diversos países, para uma melhor compreensão do período da Sé Vacante e do Conclave.
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.: Todas as noticias sobre a renúncia do Papa Bento XVI
Dr. Piazzoni falou da história dos Conclaves para iluminar o que acontece na atualidade. A bem da verdade, as normas que regem os Conclaves realizados atualmente são fruto de experiências e de um amadurecimento que ocorreu ao longo dos séculos.
O Vice-prefeito da Biblioteca Apostólica Vaticana iniciou o encontro destacando que os primeiros Conclaves sofriam muitas influências externas, especialmente por parte das autoridades civis. Somente em 1059, com o Papa Nicolau II, foi emitido o primeiro documento pontifício sobre o Conclave, onde era indicado com precisão que “somente os cardeais tem o direito e o dever de eleger um Pontífice”. Regra válida até os dias de hoje. Posteriormente, em 1079, foi fixada a maioria de 2/3 dos votantes.
O Conclave, que vem do latim cum clave (fechado), foi instituído apenas em 1271 pelo Papa Gregório X e a obrigação do voto secreto, somente a partir de 1621, para dar maior liberdade aos votantes.
A obrigação do 'segredo dos Cardeais', durante e após o Conclave, veio apenas com o papado de São Pio X, e que incluía também a obrigatoriedade da conservação da documentação do conclave em arquivos.
Em 1922, um Motu Proprio de Pio XI determinou a espera de 15 dias para se iniciar o Conclave, a fim de aguardar a chegada dos Cardeais de todo o mundo.
A Constituição Apostólica Vacantis Apostolicae Sedis, de 8 de dezembro de 1945, do Papa Pio XII, determinou a maioria de 2/3 mais 1 dos votos dos Cardeais.
O Motu Proprio Summi Pontificis electio, de João XXIII teve por objetivo uma simplicação do processo eleitoral. As listas das votações deveriam ser conservadas em um arquivo e consultadas somente com a autorização de um Papa. As anotações dos cardeais também deveriam ser conservadas e não queimadas como no tempo de Pio XII e por fim, deveriam ser queimadas somente as cédulas eleitorais.
Somente em 1978, o Papa João Paulo II fixou que o Conclave deveria ser realizado na Capela Sistina. Paulo VI dizia que ‘normalmente’ os Conclaves deveriam ser alí realizados, mas sem uma obrigatoriedade. Ao longo da história, se dizia que o Conclave deveria ser realizado no local onde o Pontífice viesse a morrer. Conclaves foram realizados no Palácio Quirinale, em Roma, ex-residência dos Papas, em quatro oportunidades.
Também foi João Paulo II a estabelecer a Casa Santa Marta como local de acolhida dos Cardeais durante o Conclave. João Paulo II também aboliu as formas de eleição ‘por aclamação’ ou ‘por compromisso’, mantendo apenas a forma ‘por escrutínio’.
O Papa é bispo de Roma e chefe Universal da Igreja. Em função desta estreita ligação, cada Cardeal, independente do país de origem, é titular de uma paróquia em Roma.
Ao final, interpelado por jornalistas, Dr. Piazzoni explicou quantos Papas haviam renunciado na história. Ele informou que alguns Pontífices renunciaram obrigados e outros por livre e espontânea vontade. Papa Ponciano, em 235, foi condenado a trabalhar numa mina na Sardenha. Papa Silvério, em 537, foi obrigado a abdicar e constrito a exilar-se na Ásia Menor. Martinho V foi preso e mandado para a Criméia. Sobre o Papa João XVIII, em 1009, não se tem muita certeza, mas é muito provável que tenha renunciado. Bento IX, em 1044, renunciou e após voltou ao papado. Posteriormente Celestino V, que reconheceu não estar preparado e por fim Gregório XII em 1415.
Somente um pontífice pode alterar as regras que regem um Conclave. O próximo, a ser realizado em março, será o 75º Conclave da história.
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Canção Nova Notícias, com Rádio Vaticano

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