13/02/13
- 4ª. Feira de cinzas
- Joel 2, 12-18 –
“perdoa, Senhor, a teu povo!”
A Quaresma é um tempo litúrgico de
conversão que a Igreja sinaliza a fim de
nos preparar para a grande festa da Páscoa. É tempo propício para o
arrependimento de nossos pecados, tempo de voltar atrás e refletir no que precisa
ser mudado na nossa vida a fim de que estejamos mais próximos de Cristo.
Precisamos tomar consciência de que há um caminho a percorrer de volta que
exige de nós sacrifício e luta. As coisas não acontecem como passe de mágica nem
de uma hora para a outra, por isso, para nós, às vezes, é difícil reatar o fio
da meada. Precisamos, pois, fazer um
esforço para que o nosso corpo seja purificado e o nosso espírito domine a
nossa humanidade. Para isso, as leituras
nos sugerem uma verdadeira reviravolta nos nossos pensamentos, palavras e
ações. O profeta Joel nos conclama a um arrependimento sincero, não só de
fachada, mas de coração contrito reconhecendo o nosso pecado pedindo o perdão
de Deus em qualquer situação que estivermos. Não podemos deixar de acolher o
Seu perdão e a Sua graça, pois Ele está nos chamando para os Seus braços.
Chorar, rasgar o coração, tocar trombeta, são gestos simbólicos que expressam o
sincero arrependimento e o propósito de não mais ofender a Deus. O Senhor está
sempre pronto a nos dar uma nova chance derramando a Sua misericórdia sobre
nós. E mesmo que sejamos os (as) maiores pecadores (as), não podemos deixar
passar esta oportunidade, pois Ele é benigno, compassivo e misericordioso na
hora em que nos voltamos para Ele. Portanto, vivamos este tempo na fidelidade
da Palavra e no propósito de não mais pecar e seremos ressuscitados com Cristo para
uma verdadeira felicidade. Que nós também toquemos a trombeta, façamos o jejum
que nos convém e chamemos todo o povo, da nossa família, da nossa comunidade
para vivermos uma Quaresma em ação de Unidade e de Amor, preparando o coração
para o grande dia da Ressurreição do Senhor.
- Você tem o coração amargurado
pelo pecado? – Aproveite a chance
que o Senhor lhe dá: - Faça a sua oração de arrependimento hoje, por
tudo o que pesa, tudo o que oprime o seu coração. – Literalmente rasgue o
coração diante do Senhor: Ele é paciente e cheio de misericórdia.
Salmo
50
– “Misericórdia,
ó Senhor, pois pecamos “
Reconhecer o nosso
ser pecador e suplicar a misericórdia de Deus é o objetivo deste salmo. Ele nos
faz baixar até o máximo da nossa soberba e pretensão para nos apropriarmos do
perdão de Deus que cria em cada um de nós um coração puro, um espírito decidido
a não pecar. Ele não nos remete apenas
ao arrependimento, mas principalmente, ao propósito de não mais pecar. Só assim
poderemos ter de novo a alegria de sermos salvos (as).
2ª.
leitura – 2 Coríntios 5, 20-6,2 – “Em Jesus nós nos tornamos justiça de Deus”
Jesus Cristo que
não cometeu pecado foi feito pecado para que nos tornemos justiça de Deus. A
justiça de Deus se concretizou em nós quando Jesus Cristo se entregou em nosso
favor. Por isso, não podemos deixar
passar em vão a graça que temos hoje de
nos apossar da salvação de Jesus com o espírito arrependido e contrito. “É agora o dia da salvação”, “Deixai-vos reconciliar com Deus”, nos
diz São Paulo. Deixemo-nos, pois reconciliar com Ele que no momento favorável
nos ouve e nos socorre no dia da salvação. Somos colaboradores de Cristo, somos
Seus embaixadores, por isso, peçamos a Ele que nos conceda um sentimento de
contrição e perseverança durante a quaresma e possamos rasgar o nosso coração para
crescer espiritualmente e acolher a graça de Deus. AGORA é o momento favorável, e o dia da
salvação, é HOJE! – Você tem se deixado
reconciliar com Deus ou tem recebido a Sua graça, em vão? – Você já percebeu que o Senhor está querendo reconciliar-se e
espera a sua manifestação? – Você já se apossou da salvação que Jesus veio lhe
trazer? – Você se considera colaborador (a) de Cristo nessa grande obra?
Evangelho
– Mateus 6, 1-6. 16-18 – “e o Pai vê o
que está oculto”
A Palavra de
Jesus é clara: não podemos fugir do crivo de Deus, pois Ele conhece tudo o que
há escondido dentro do nosso coração! Quando
damos esmola, oramos ou jejuamos nada lhe passa despercebido. Com efeito, toda ação que praticarmos de coração terá a sua consequente recompensa. Jesus se refere aos
hipócritas como aqueles que dão esmola, oram e jejuam, somente para serem
elogiados, vistos e admirados pelos “homens”. Fazer para aparecer é não fazer por amor. O jejum, a oração e a esmola são
exercícios que edificam a nós próprios porque são atos concretos
que devem ser regidos pelo nosso coração e não pelo nosso exterior. Por isso,
Jesus
nos adverte: “Ficai atentos para não praticardes a vossa justiça na frente
dos homens, só para serem vistos”. Por isso, não nos compete propagá-las nem alardeá-las esperando receber
o prêmio aqui na terra porque assim fazendo já estaremos sendo reconhecidos
(as) pelos homens e não por Deus. O fato de sermos vistos, admirados, elogiados,
afagados, constitui-se numa necessidade da nossa carne fraca e, por isso, se
não estivermos atentos (as), sempre esperamos receber elogios, aplausos pelos
nossos empreendimentos e nos entristeceremos quando as pessoas não vierem nos
dar parabéns ou nos aclamar. Do contrário se nos deixamos recompensar somente
por Deus que está escondido no profundo do nosso ser, as nossas obras, mesmo
que não sejam vistas pelos homens, têm perfume agradável e sobem aos céus em
forma de louvor. Para nós, portanto, é providencial neste tempo
de Quaresma o exercício da oração, do jejum e da esmola, pois são meios que nos
exercitam e nos levam a uma verdadeira intimidade com o Senhor.
- O que você prefere: agradar a Deus
ou aos homens? -Quando você faz alguma
boa ação se preocupa em que todos
saibam? – Qual é a sua atitude quando está jejuando? – Você gosta de provocar elogios? – As pessoas
costumam elogiá-lo (a)? Como você se sente quando isso acontece?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
Nenhum comentário:
Postar um comentário