QUARTO DOMINGO DO
ADVENTO
Este último domingo do advento atualiza
o significado da espera do nascimento do Messias, celebrando a presença de Deus
na história humana, através da figura de Maria. Em Lucas 1,39 -45), encontramos
a escuta de Maria que é geradora de esperança de uma nova humanidade, onde haja
justiça e paz nas relações humanas. Sua caminhada até a casa de Isabel tem
grande conteúdo narrativo e interpretativo. È evidente que, neste
acontecimento, há muito mais do que o encontro entre duas mulheres grávidas que
se solidarizam: Maria demonstra espírito de serviço, e Isabel, a capacidade de
acolhida e louvor. O diálogo entre elas denota a percepção de que algo
extraordinariamente novo está para acontecer na História da humanidade, e ambas
participam desta novidade. Trata-se da passagem do antigo – representado por
Isabel e seu filho João batista – para o novo – representado por Maria e seu
filho Jesus. Nas palavras que trocam, os acontecimentos do Antigo Testamento
ligados à atuação profética das mulheres na vida do povo de Deus, adquirem uma
nova dimensão. As palavras de Isabel a Maria lembram o que foi dito a Judite,
que também foi chamada de bem aventurada (cf, Tt. 13,18-20). O Magnificat, por
sua vez, aproxima-se do Cântico de Ana (cf. 1Sm 2, SS). Maria e Isabel, assim
como Judite e Ana, são mulheres que assumem a dimensão comunitária da
participação da mulher na história da salvação.
Neste dia que precede o Natal,
muitos de nós, mulheres e homens, ocupamos o nosso tempo e a nossa mente no preparo
de festas natalinas onde a escuta geradora de solidariedade e esperança é como
que soterrada por ocupações que pouco ou nada têm a ver com a celebração do
mistério da encarnação e sua importância para a vida dos cristãos. No entanto,
a liturgia nos fez meditar sobre os acontecimentos tão decisivos de nossa fé.
As palavras de Maria, que traz dentro de si o Messias esperado, sintetizaram a
esperança do povo, no passado, no presente e no futuro. Seu canto é um chamado
veemente à luta pela instauração de novas relações humanas, onde haja justiça e
paz.
No Natal, nos lembramos de que
ele é a festa da revelação plena do amor de Deus. È Deus assumindo a
corporeidade humana em Jesus. È a festa em que reis e mendigos, velhos e
crianças, ricos e pobres, guiados pela estrela do amor, em segurança com Jesus,
o Mestre, buscam os seus caminhos, sugeridos por Ele como o caminho, a verdade
e a vida. O Natal não acontece só no dia 25 de dezembro, na celebração do
nascimento de Jesus, mas todos os dias quando amamos os outros, quando lutamos
por um mundo mais justo, mais verdadeiro e pleno de amor. Que a grande luz que
brilhou nas trevas brilhe intensamente sobre os momentos alegres ou tristes de
nossa vida e conduza a todos a viverem um santo e feliz Natal.
Pe. NetoPároco de São Vicente
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