Reflexões sobre a atual condição dos direitos humanos, o papel da nova evangelização neste contexto. Essas foram algumas das questões abordadas pelo Papa Bento XVI em audiência com membros do Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz. Estes estiveram reunidos para sua 27ª Assembleia Plenária.
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.: NA ÍNTEGRA: Discurso do Papa
“A partir de uma nova evangelização da sociedade pode derivar um novo humanismo e um renovado empenho cultural e projetivo. Essa ajuda a destronar os ídolos modernos, para substituir o individualismo, o consumismo materialista e a tecnocracia, com a cultura da fraternidade e da gratuidade, do amor solidário”.
O Papa lembrou que os direitos e deveres do homem não se fundamentam única e exclusivamente na consciência social dos povos, “mas dependem primeiramente da lei moral natural, inscrita por Deus na consciência de cada pessoa, e também em última instância da verdade sobre o homem e sobre a sociedade”.
E mesmo que a defesa desses direitos tenha feito progressos, Bento XVI ressaltou que a cultura de hoje, caracterizada, entre outros, pelo individualismo, tende a desvalorizar a pessoa.
“Se, por um lado, continua-se a proclamar a dignidade da pessoa humana, por outro, novas ideologias – como aquela hedonística e egoísta dos direitos sexuais e reprodutivos ou aquela de um capitalismo financeiro desregulado que prevalece na política e desconstrói a economia real – contribuem para considerar o trabalhador e o seu trabalho como bens “menores” e a minar os fundamentos naturais da sociedade, especialmente a família”.
Mas, para o Cristianismo, conforme lembrado pelo Papa, o trabalho é um bem fundamental para o homem, tendo em vista o processo de socialização, a formação da família, a contribuição para o bem comum e a paz. “ Por isso mesmo, o objetivo do acesso ao trabalho para todos é sempre prioritário, também nos períodos de recessão econômica (cfr Caritas in veritate, 32)”, disse.
O Santo Padre lembrou que a Igreja não tem a tarefa de sugerir, do ponto de vista jurídico e político, questões concretas para a ordem internacional. No entanto, ela orienta os devidos responsáveis com critérios de julgamento para que possam garantir o bem comum.
Mas Bento XVI destacou que, para essa ação, não se deve imaginar um superpoder, concentrado nas mãos de poucos e que tire proveito dos mais fracos. “... toda autoridade deve ser entendida, antes de tudo, como força moral, faculdade de influir segundo a razão (cfr Pacem in terris, 27), isso é, como autoridade de propriedade, limitada por competência e pelo direito”.
Jéssica Marçal/Canção Nova Notícias
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