05/08/12 - XVIII Domingo do tempo comum
– 1ª. leitura – Êxodo 16, 2-4.12-15 – “o pão que o Senhor nos dá”
O povo que saíra da servidão do Egito começava agora a murmurar contra Moisés porque, na travessia do deserto ele sentia fome. Os israelitas se lamentavam por terem deixado “as panelas de carne” e o pão que comiam com fartura na terra na qual eles haviam sido escravizados. A necessidade do pão material fez com que eles se esquecessem de tudo o que o Senhor lhes havia providenciado a fim de que até aquele momento eles continuassem com vida. Mesmo diante da incompreensão do povo, o Senhor, porém, prometeu-lhe o pão e a carne que veio em abundância em forma de uma coisa miúda que eles não conheciam, por isto chamaram de maná (que é isso?) e de codornizes. Fazendo um paralelo com a nossa travessia no deserto da nossa vida nós também podemos perceber que há momentos em que estamos maravilhados com a providência de Deus e com a Sua intervenção quando somos livrados de males e salvos das situações que temos de enfrentar. Quando conhecemos o poder do amor de Deus nós também dizemos que aceitamos a Jesus como nosso Senhor e Mestre, nosso Guia, nosso Libertador. Jesus nos arranca das situações de pecado e nós começamos a fazer uma caminhada de conversão. No entanto, no meio do caminho, nós também somos provados “para que nós saibamos quem é o Senhor nosso Deus” e a fome de carne bate à nossa porta. Por isso, também, nós temos saudades do tempo da escravidão, quando tínhamos uma “falsa liberdade” para satisfazer a vontade do nosso ser carnal. São momentos de aridez, de desconfiança, de falta de fé e de desânimo que nos levam também a murmurar e a desejar desistir e voltar atrás. No entanto, nunca podemos esquecer de que da mesma forma que Moisés foi intercessor para o povo de Deus no deserto, Jesus Cristo é, diante do Pai o nosso justificador e mediador e somente Ele pode nos enviar o alimento que o Pai providenciou para nós, o verdadeiro Pão da vida. O maná que a cada dia descia dos céus para os antigos é hoje o Pão da Palavra e da Eucaristia que nos fortalece o corpo, a alma e o espírito. Assim sendo, não precisamos murmurar quando estivermos na sequidão do deserto. Peçamos a Jesus que interceda ao Pai por nós e Ele nos saciará e providenciará o Pão da vida. – Você costuma murmurar quando lhe faltam a fé e a esperança? – Você tem saudades do tempo em que você vivia na escravidão do pecado? – Você tem pedido a Jesus que o (a) alimente com o Pão da Palavra e da Eucaristia? – Você tem fome do amor de Deus?
Salmo 77 – “O Senhor deu a comer o pão do céu”
Da mesma fora como fez com os antigos é o Senhor quem providencia para nós o alimento em abundância. Esta verdade nós precisamos transmiti-la a todos com quem nós convivemos e deixá-la escrito para os que nos sucederem. Por isso, o salmista nos diz que não ocultemos a nossos filhos, mas sim contemos à nova geração as grandezas do Senhor e seu poder para que eles possam caminhar confiantes neste mundo em busca da terra prometida, o monte que o seu braço conquistou para nós.
2ª. leitura – Efésios 4, 17.20-24 – “ o homem novo, criado à imagem de Deus”
São Paulo nos exorta a permanecermos firmes renunciando à vida passada e nos motiva a não queremos mais viver como vivem os pagãos que usam a inteligência para as coisas que não levam a nada. Assim Ele nos conjura a seguirmos a Cristo e os Seus ensinamentos por meio da Palavra que é a verdade a qual Ele veio nos revelar. Assim sendo, o primeiro passo que precisamos dar é, sem dúvidas, o de renunciar completamente à vida passada, despojando-nos do homem de mentalidade velha e corrompida pelo mundo, que tudo faz por interesse próprio e não considera o seu próximo digno de receber atenção. Depois, precisamos deixar que o nosso espírito se renove pela ação do Espírito Santo que tem o poder de fazer uma obra nova no nosso coração, reconstruindo a nossa humanidade criada à imagem e semelhança de Deus. Quando temos consciência desse processo, nós também já podemos admitir que, nasceu em nós, o homem novo criado em verdadeira justiça e santidade. Tudo o que era velho e carnal, passa então a não ter mais sentido, pois já surge em nós a nova aurora, isto é, uma perspectiva de vida diferente e mais prazerosa ao nosso espírito. – Você já começou a viver este processo? – Você já se entregou ao Espírito Santo para que Ele o (a) renove? – Em você já nasceu o homem novo? – Tudo o que era velho já passou?
Evangelho – João 6, 24-35 – “o alimento que permanece até a vida eterna”
Neste Evangelho Jesus preanuncia a Eucaristia que hoje nos alimenta e sustenta a nossa caminhada espiritual. Precisamos nos colocar numa perspectiva espiritual para entendermos as palavras de Jesus. Ele fala ao coração do homem e não à sua mente ou ao seu entendimento humano. Jesus é o pão que desceu do céu, o pão que foi providenciado pelo Pai. O Pai deu ao mundo o verdadeiro alimento para a alma do homem: Seu próprio Filho Jesus. A multidão de hoje somos nós que perseguimos os sinais de prosperidade, de poder, do sucesso e não percebemos o significado das coisas que nos são necessárias. Nós também, como aquele povo que seguia a Jesus procuramos sinais que nos deem garantia de que iremos conseguir alcançar os nossos propósitos, nossos sonhos e desejos humanos. Não entendemos os verdadeiros sinais que Deus nos dá, pois vivemos cegos pela nossa própria humanidade que só quer o que lhe apetece e sacia a sua vontade. Jesus é o alimento no qual o Pai pôs o Seu selo de garantia, por isso, Ele mesmo nos adverte: “Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna e que o Filho do homem vos dará!” Se levássemos em consideração esta recomendação do Mestre a nossa vida deixaria de ser um fardo pesado e passaria a ser um presente de Deus. Se o nosso dia a dia fosse um ato de entrega e abandono aos planos do Pai, com certeza nós daríamos mais atenção às realidades que alimentam a nossa alma agitada e, assim, viveríamos na paz do Espírito. “Senhor dá-nos sempre desse pão”, é o que devemos pedir a Jesus a cada instante da nossa vida e, assim, saciar a nossa fome de felicidade. – O que você tem feito para provar deste Pão? – Você ainda está esperando pão do céu ou já acolhe a palavra de Jesus como alimento para a sua caminhada? - Você sente a necessidade de se alimentar com o Corpo e o Sangue de Jesus?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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