22/07/12 – XVI Domingo do tempo comum
– 1ª. leitura - Jeremias 23, 1-6 – “pastor é aquele que vê”
Todos nós sabemos que o pastor é aquele que foi escolhido para estar à frente do rebanho, por isso e são os responsáveis para guia-lo. Nesta leitura o profeta Jeremias, em nome de Deus, cobra atitudes dos pastores que deixam se perder o Seu rebanho, isto é, aquelas ovelhas que precisam de alimento para continuar fortes. Na maioria das vezes quando refletimos sobre esta Palavra, naturalmente imaginamos que ela se adapta somente às pessoas que estão à frente de algum grupo, como os coordenadores, os governantes, os dirigentes, os padres, etc. No entanto, o real significado da palavra pastor é “aquele que vê”, isto é, que lança um olhar na direção de algo ou de alguém e percebe o que está acontecendo. Por isso, como cristãos, batizados, membros do Corpo de Cristo, hoje, nós também todos podemos nos inserir na condição de alguém a quem Deus chama para estar atento, ou melhor, para pastorear as necessidades das pessoas que se encontrarem perto de nós. Todos nós, sem exceção, de alguma forma somos responsáveis pelo crescimento e bem estar de alguém. Mesmo aqueles (as) que ainda são jovens, se tiverem a consciência do chamado de Deus para si, podem colocar-se à Sua disposição para construir o reino dos céus aqui na terra. Somos chamados (as) a “pastorear” as ovelhas que encontramos, desalentadas, sem esperança, solitárias, feridas e nunca poderemos pensar que este encargo é somente daqueles que estão à frente. Como pais, mães, irmãos, irmãs, professores, (as), amigos (as), etc. nós também podemos estar atenciosos (as) aos anseios e carências das pessoas. Às vezes, por falta de alguém que lhes dê a mão, muitos se desesperam, fogem de Deus, tentam o suicídio, envolvem-se com drogas. Podemos ser pastores e pastoras na medida em que temos a oportunidade de ajudar as pessoas a quem encontramos porque estamos prevenidos (as) e colocamos o nosso olhar a serviço de Deus. O Pastor por excelência é Jesus Cristo, e Ele é o Modelo a quem devemos seguir. – Você vive atento (a) às pessoas que estão ao seu lado? – Você percebe quando elas estão tristes ou alegres? – Você se sente responsável pela conversão da sua família? – A sua omissão pode estar fazendo com que alguém se perca do caminho de Deus? Pense nisto!
Salmo 22 – “O Senhor é o pastor que me conduz; felicidade e todo bem hão de seguir-me!”
Jesus é o Bom Pastor que nos fortalece para que sejamos também bons pastores. A obra que Ele realiza em nós é espiritual, mas repercute no nosso ser material, pois de dentro do nosso coração é que partem os pensamentos, sentimentos e ações. O Bom Pastor nos leva a descansar e restaura as nossas forças para a luta do dia a dia. Ele alimenta a nossa alma, trata das nossas feridas e nos dá disposição e esperança de um dia habitarmos na Sua casa. Mergulhando dentro de nós mesmos (as) nós percebemos a obra de santidade que o Bom Pastor está realizando no nosso coração. Isto nos faz prosseguir mais seguros (as) e confiantes de que estamos no caminho certo.
2ª. Leitura – Efésios 2, 13-18 - “viver em unidade com o Pai e os irmãos ”
Jesus veio do céu para nos dar a Sua paz e nos fazer viver em unidade uns com os outros, mesmo que sejamos completamente distintos na nossa maneira de ser. Ele veio nos dá a unidade no espírito, isto é, na nossa essência de filhos e filhas de Deus, criados (as) à Sua imagem e semelhança. Não somos mais devedores da lei nem estamos submissos a regras e conceitos de vida. Jesus nos libertou para que possamos viver o espírito de comunhão com Deus e com os irmãos. No entanto, podemos perceber que o mundo ainda não quis reconhecer Aquele que veio para destruir o muro que existia entre nós e Deus. Por isso, continua vivendo em desarmonia e cada dia que passa as consequências dessa divisão são a infelicidade, a miséria e o desamor. Aquele que está em Cristo é nova criatura e faz toda a diferença no meio da humanidade. Somos chamados a dar testemunho no mundo de que estamos de fato reconciliados com o nosso Criador por meio das nossas ações de fraternidade e de justiça. Levar ao mundo paz de Jesus e exalar o perfume do amor de Deus que é o Espírito Santo é a nossa missão. Porém, nessa tarefa não podemos permitir que alguém fique de fora desse novo modo de viver nem tampouco descansar e nos acomodar alegando que já encontramos o caminho da verdadeira vida. Devemos ser anunciadores da paz a todos aqueles a quem encontrarmos e formar com eles uma só família, filhos (as) do mesmo Pai vivendo no mesmo Espírito e submissos ao mesmo Senhor. – Você dá livre acesso às pessoas que são diferentes de você e permite que elas se aproximem? – Para você o que significa anunciar a paz de Jesus? – Você considera a todos como filhos e filhas de Deus e, consequentemente seus (as) irmãos (ãs)?
Evangelho – Marcos 6, 30-34 – “ovelhas sem pastor”
Neste Evangelho nós podemos também nos imaginar como os discípulos a quem Jesus chama para o deserto a fim de nos ensinar e preparar para que sejamos pastores de ovelhas. O deserto, neste caso é o lugar de silêncio e solidão, aonde nós podemos aprender com o Mestre o Seu jeito de ser Pastor. É o lugar de oração. Com Jesus, meditando com a Sua Palavra nós aprendemos a amar, a sofrer, a pensar, a sonhar, a trabalhar e viver em função do reino dos céus acolhendo o mandamento do amor. Com Jesus nós exercitamos o hábito de sairmos de nós mesmos (as), das nossas conveniências e da nossa comodidade para lançarmos um olhar de compaixão para a multidão ao nosso redor que caminha sem rumo. Quantas pessoas nós encontramos a cada dia, que estão desorientadas sem encontrar um norte porque se decepcionaram com a vida porque não tiveram atendidas as suas expectativas! Para estas pessoas nós poderemos ser verdadeiros pastores (as)! Um simples sorriso, um olhar atencioso, um momento de escuta podem fazer toda a diferença para alguém que está em desespero. A realidade do tempo de Jesus não era diferente da realidade de agora. Apesar do progresso da ciência, da tecnologia, dos grandes inventos, ainda não apareceu alguém que fabricasse paz e felicidade. Hoje também os operários são poucos, pois cada pessoa vive lutando pelas suas conquistas pessoais. No entanto, se nos consideramos seguidores de Jesus não podemos entrar nessa mesma condição. Mesmo que estejamos atravessando o deserto por causa de sofrimento e de dificuldade tenhamos a certeza de que Ele aproveita as nossas dores para nos habilitar na arte de viver melhor a fim de que, em qualquer circunstância, possamos ajudar aqueles que ainda não tiveram um encontro com o Bom Pastor. Os melhores ensinamentos da nossa vida nós os temos quando passamos por experiências de dor e de sofrimento, com Jesus! Ser pastor é saber dar testemunho de fé, de confiança no plano de Deus e, assim, ser luz para o irmão que também passa por necessidade. Jesus também nos descansa, nos refrigera e nos consola para que sejamos pastores e pastoras que sabem consolar e amparar as ovelhas transviadas. – Jesus já o (a) levou para o deserto? - O que será o deserto para você? – Você tem aprendido com Jesus nas horas de deserto? – Você sente-se pastor (a) de alguém ou espera que alguém venha pastoreá-lo (a)? – Você tem testemunhado as suas experiências de dor para ajudar a alguém?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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