quinta-feira, 29 de março de 2012

SEMANA SANTA



Padre Dr. Brendan Coleman Mc Donald*

Neste ano de 2012 a Semana Santa começa com o Domingo de Ramos no dia 1º. de abril e termina no Domingo da Páscoa na ressurreição do Senhor no dia 8 de abril. Com grande reverência celebramos, mais uma vez, os acontecimentos fundamentais para nossa fé, isto é, a Páscoa de Cristo, a qual compreende tanto o mistério da cruz e da morte, quanto à alegria do triunfo da ressurreição.
A Semana Santa é a semana maior no calendário cristão, que nos faz recordar e viver os passos mais decisivos da jornada terrestre de Jesus. A Semana Santa destina-se a celebrar a Paixão e a Ressurreição de Cristo, começando com a sua entrada messiânica em Jerusalém. É a última semana da Quaresma e assinala o ponto culminante do ano litúrgico na Igreja Católica.
Na Semana Santa vivemos e celebramos e não apenas recordamos o Domingo de Ramos com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Na Quinta-Feira Santa o Lava-pés e a instituição da Eucaristia. A Sexta-Feira Santa com a morte de Cristo, o Sábado Santo com o silêncio do Senhor no túmulo, e o Domingo da Páscoa com a gloriosa Ressurreição de Cristo. Agora em nossa cidade de Fortaleza, tudo se repete.
Contemplando com respeito neste ano de 2012 o percurso da Igreja neste longo período de tempo, recordamos de civilizações que surgiram e desapareceram; tronos, dinastias destruídas; a glória de nações, grandes personagens e ideias influentes, tudo nivelado pela morte. E das ruínas, como a Fênix ressurgindo das cinzas, emerge sempre a esplêndida figura viva de Jesus Cristo. Cada Semana Santa lembra, assim, a fé verdadeira, a fugacidade do que nos cerca e a vitória permanente de Cristo. Há, realmente, uma constante, em meio à inconstância: a perenidade de uma mensagem salvadora. Há tradições populares da Semana Santa, ricas de beleza e significado, que merecem ser valorizadas e preservadas. Ignorar essas expressões religiosas significa desconhecer a própria identidade do nosso povo. Essas tradições populares da Semana Santa devem ser preservadas como manifestações da piedade popular.
Entre as recomendações para a Semana Santa propriamente dita está a valorização da missa do Crisma com a benção dos santos óleos, com a participação de todos os padres da Arquidiocese, além dos fiéis. Na Quinta-Feira Santa o sugestivo hino “Pange língua” apresenta a Última Ceia com estas palavras: “In supremae nocte Cenae, recumbens cum fratribus”. Na noite da Última Ceia, estando à mesa com os irmãos…, Ele se dá como alimento aos Doze com as próprias mãos. As leituras da Quinta-Feira Santa ilustram o profundo sentido desta frase. Elas formam uma espécie de triplico: a instituição da Eucaristia, a sua prefiguração do Cordeiro Pascal e a sua tradução existencial no amor e no serviço fraterno.
Na Sexta-Feira Santa ao lado do exercício da Via-Sacra, próprio desse dia, não devem ser omitidos os exercícios de celebração das Dores de Nossa Senhora e da procissão do Enterro do Senhor. Na Vigília Pascal o toque dos sinos anunciando a ressurreição, precede a leitura do respectivo Evangelho, homilia e a liturgia batismal que se segue.
A liturgia do Domingo da Páscoa deve ser celebrada com grande solenidade. Seria lamentável reduzir a Semana Santa a um mero feriadão com muito futebol, praia, sítio ou passeio. Com muitos se afastando de Fortaleza neste período, lembramos que devem através de leituras, rádio e T.V., unir-se às celebrações da Morte e Ressurreição do Cristo. A Semana Santa em uma grande cidade cosmopolita como Fortaleza, onde vivem os que têm crenças diversas, exige dos cristãos um esforço maior, a pregação por palavras e, mais ainda, pelo próprio comportamento e valores de vida.
* Padre Brendan é Redentorista e assessor da CNBB do Regional Nordeste 1

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