09/03/12 – 6ª. Feira II semana da quaresma
- Gênesis 37, 3-4.12-13.17-28 –“ Fé no Amor misericordioso de Deus”
A história de José do Egito começa com a implicação do fato de ser ele o “filho mais amado” pelo seu pai, Israel (Jacó). O amor de Israel por José sobressaia por causa do zelo que o pai tinha com ele, o filho mais novo e que lhe tinha nascido na velhice. Os seus irmãos odiavam-no e o invejavam, por isso, tramavam contra o irmão menor procurando encontrar uma maneira de se verem livres dele. Alguns planejavam a sua morte, outros apenas queriam-no longe a fim de poderem desfrutar melhor das benesses que o pai lhes podia proporcionar. Apareceu-lhes então a oportunidade quando eles avistaram a caravana de ismaelitas que transportava produtos para serem comercializados no Egito. Eles então o venderam como uma mercadoria qualquer que completava o estoque daqueles camelôs a caminho do Egito em busca de riqueza. O amor tem a sua cota de incoerência, por isso, também traz uma parcela de dor e sofrimento. Tomando o exemplo dos irmãos de José nós também podemos fazer uma avaliação da nossa postura diante do amor de Deus que se revela na nossa vida e na vida de cada pessoa. Às vezes, não nos sentimos amados por Deus porque não estamos acolhendo o Seu “modo” de zelar por nós, não estamos entendendo o que Ele nos fala diariamente nem o que Ele nos sugere como forma de vida. Esquecemo-nos de que Deus ama a cada um de nós de uma maneira pessoal, individual e de que somos como um filho único diante do Pai. Ao contrário, estamos mais voltados (as) para o mundo e para as pessoas invejando a sua vida ou esperando delas o amor que não têm para nos fornecer. Outras vezes, nos detemos a invejar as pessoas que, à nossa vista, são mais aquinhoadas por Deus. Não percebemos que elas estão colhendo as Suas graças que Ele derrama sobre todos, no entanto, não entendemos nada, por isso, a nossa vingança também é a de mandá-las para o Egito. O Egito significa um lugar de escravidão, de humilhação, de cadeias, e assim lançamos a sorte daquela pessoa como foi lançada a sorte de José pelos seus próprios irmãos. Podemos hoje ser José, Judá, Rubem. Hora somos perseguidos pela inveja dos nossos irmãos e irmãs, hora somos nós mesmos que invejamos e tramamos contra eles (as). Ninguém está fora disso! Na nossa humanidade só admitimos ocupar o primeiro lugar em tudo, ser os primeiros na preferência das pessoas e invejamos alguém quando se sobressai mais, chama mais atenção que nós e recebe mais carinho. Se, não matamos literalmente, se, não vendemos literalmente, nós depreciamos, nós propagamos, nós caluniamos as pessoas com simples palavras, gestos e julgamentos. Algumas vezes conspiramos contra alguém a quem consideramos mais privilegiados do que nós e a inveja e o despeito tomam conta do nosso coração. Precisamos firmemente nos apossar da certeza de que somos filhos e filhas amados do Pai e que independentemente da nossa situação de vida a Fé no Seu Amor misericordioso é a razão para que possamos receber a herança que nos foi destinada por meio de Jesus, o Filho amado do Pai. – Você tem fé no amor misericordioso de Deus? – Você sente este amor? Como você se sente diante das pessoas que dão testemunho ao mundo de que são amadas por Deus? – Você as inveja? Você acha que há diferença entre “matar” e “fazer desaparecer da vista”? – Será que você age como os irmãos de José? – De quem você quer ver-se livre? - Você se sente de alguma maneira, preterido, (a), menos querido (a) do que outros (as?
Salmo 104 – “Lembrai sempre as maravilhas do Senhor!”
Este salmo antecipa as maravilhas que o Senhor fez na vida de José que abriu passagem para o povo de Deus para o Egito. Assim como ele, nós também, mesmo tendo sido levado à força para situações de penúria, recebemos de Deus a graça de dar testemunho da Sua proteção e do Seu auxílio .
Evangelho – Mateus 21,33-43.45-46 - “somos hoje os vinhateiros do Senhor “
Sabemos que Deus Pai criou o mundo para que os homens e mulheres desfrutassem do Seu amor, assistência e proteção. No entanto, por causa da tentação do inimigo o pecado dos nossos primeiros pais no tirou do convívio e da intimidade de Deus Pai e o orgulho e a soberba nos afastaram da fonte do Seu Amor. Por isso, o homem (Adão e Eva) foi expulso do paraíso. O homem pecou, mas o Senhor não o abandonou e fez uma promessa de restauração da aliança violada: A vitória do Salvador sobre o Tentador e o Pecado. Conforme Gn 3,15: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência da mulher. E Ela (a descendência da mulher) te atingirá a cabeça. E tu lhe atingirás o calcanhar”. Desde então a maior obra do Pai tem sido a de atrair novamente as criaturas a Si, com o intuito de que gozem novamente da Sua presença e do Seu grande amor. Para começar a Sua obra Ele escolheu um povo e dirigiu a esse povo a Sua atenção mandando-lhe os Seus emissários, os profetas para que voltasse atrás na sua soberba e autossuficiência. Todavia, este povo continuou virando as costas para Deus e não deu mais atenção às Suas sugestões. Finalmente, o Pai mandou o Seu próprio Filho Amado e Escolhido, Jesus Cristo para ensinar ao povo de Israel o jeito certo de bem administrar o reino dos céus aqui na terra e salvá-lo do pecado e da morte. Jesus veio para o povo judeu, mas os judeus não O aceitaram como Salvador, desse modo, por misericórdia de Deus, Ele voltou-se para os pagãos e se entregou por toda a humanidade. Neste Evangelho Jesus nos dá conta de como nós, que não fazemos parte do povo judeu, fomos inseridos no mistério da Sua Salvação. No entanto, para que possamos nos apropriar deste legítimo direito precisamos crer e reconhecer Jesus como o herdeiro do Pai que veio nos trazer a herança da vida eterna. O reino foi tirado do povo de Israel e entregue a nós, a fim de que possamos dar bons frutos, não só materialmente falando, mas na qualidade de vida humana e espiritual vivendo em santidade e justiça. Muitas vezes, no entanto, preferimos construir o reino dos céus ao nosso modo e nos esquecemos de edificar aqui na terra segundo o projeto do coração do Pai. Jesus é a pedra que os construtores rejeitaram, mas tornou-se a pedra angular, isto é, a pedra central da nossa fé. Portanto, nós cristãos que cremos em Jesus como Senhor e Salvador somos hoje os vinhateiros a quem o Senhor entregou a Sua vinha, isto é, o Seu reino, para que seja edificado e cultivado por nós. Somos os responsáveis por entregar a colheita do nosso trabalho, na hora precisa, em que os emissários do Senhor se apresentarem. Todavia, se não levarmos em consideração os ensinamentos de Jesus para cuidarmos bem do Seu reino, também seremos dispensados e substituídos por outros mais fiéis ao compromisso assumido. Às vezes, pensamos que edificar o reino dos céus aqui na terra é trabalhar somente para nós adquirindo mais conhecimento e crescimento espiritual. Somos os lavradores da vinha, somos hoje aqueles a quem o proprietário entregou a sua propriedade, porém, Ele quer receber de nós, a safra. E Jesus vem nos lembrar de que os frutos que Ele quer receber das nossas mãos é também a conversão dos nossos irmãos e irmãs a quem precisamos ajudar a caminhar. Quem é Jesus na sua vida? - Você crê Nele como Senhor e Salvador da sua vida? – Você vive de acordo com os Seus ensinamentos? - Você é vinhateiro (a) ou fruto da vinha? – Você tem trabalhado para colher frutos na vinha do Senhor? – Se o emissário chegar hoje quais os frutos que você apresentaria a ele? - Se lhe pedissem hoje contas a você qual seria a colheita que você teria para entregar ao proprietário?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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