01/04/12 - Domingo de Ramos
– 1ª. leitura Isaías 50, 4-7 – “um discípulo atencioso”
O servo a que se refere esta passagem é Jesus, mas cada um de nós que nos propomos a segui-Lo devemos ter o entendimento de trazer para nós estas palavras: “O Senhor deu-me uma língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida “; “Ele me excita o ouvido para prestar atenção como um discípulo”. Se Jesus é o Mestre e nós somos os seus discípulos, então devemos imitá-Lo mantendo os ouvidos bem abertos para não resistir ao seu chamado, apesar de todas as nossas dificuldades, na certeza de que o Senhor Deus é o auxiliador e não nos deixará desanimar. Servo é quem se compromete livremente com alguma pessoa no serviço desinteressado e abnegado, deixando-se reger por um condutor. O profeta apresenta para nós como são as atitudes do servo que é fiel ao projeto de Deus: ele está sempre atento às orientações e ensinamentos do Senhor como um discípulo atencioso. Deus mesmo é quem o conduz, por isso, mesmo enfrentando a fúria e a rebeldia dos inimigos, ele permanece firme e não desanima. Jesus abriu o caminho para nós, por isso, todos nós que nos dizemos servos e servas precisamos nos pôr a disposição do Espírito Santo que é quem nos inspira e conduz por meio de uma ou de outra pessoa. Somos servos (as) de Deus quando prestamos serviço ao nosso próximo, por amor, não desviando o rosto, nem procurando nos esquivar dos encargos e compromissos confiando em que o Senhor Deus é o nosso auxiliador, por isso, não sairemos humilhados (as). – De quem você tem sido servo (a)? – Você tem se deixado guiar por alguém? – Você tem enfrentado dificuldades no seu serviço ao próximo? – Quem o (a) tem auxiliado? – Com quem você tem contado nas horas difíceis? - Você tem tido medo de enfrentar os desafios da sua vida? – Você tem ajudado a alguém, encorajando-o a enfrentar as suas dificuldades? – Você tem usado a sua língua para dizer palavras de conforto a alguém?
Salmo 21 – “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”
Na liturgia de hoje nós acompanhamos os passos de Jesus na caminhada para o calvário. O salmista antecipou tudo o que Jesus iria passar durante o Seu martírio até o momento em que Ele sentiu-se abandonado pelo próprio Deus. Isso nos leva a pensar nos momentos em que também nos sentimos sem ninguém, vivendo a nossa dor, solitários no meio da multidão ao nosso redor. São momentos em que precisamos enfrentar o deserto tão necessário para o nosso crescimento. Mesmo assim, como Jesus, nós ainda temos força para dizer: “anunciarei o vosso nome a meus irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos!” O Pai que sofre conosco mesmo sem percebermos, alegrar-se-á conosco com o nosso louvor.
2ª. leitura – Filipenses 2, 6-11 – “humilhado para ser exaltado”
“Mesmo sendo de condição divina, Ele não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens”. Fazendo um paralelo com a nossa vida chegamos à conclusão de que Jesus fez justamente o contrário do que nós sempre fazemos. “Ele esvaziou-se e humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz.” Quantas vezes nós nos prevalecemos da nossa posição social ou de qualquer outra justificativa para sermos privilegiados e não precisarmos passar por alguma situação de humilhação! Nesses momentos, na maioria das vezes nós afirmamos: “Você sabe com quem está falando?” “Você sabe quem sou eu? O nosso primeiro argumento é continuamente querer mostrar quem nós somos, o nosso status, nosso poder, situação financeira, contanto que nos livremos da obediência ao tributo que nos é imposto. Com Jesus, no entanto, aconteceu exatamente o oposto, por isso, Deus o exaltou acima de tudo, dando-lhe o Nome diante do qual todos nós devemos nos ajoelhar. Precisamos, portanto, hoje, tomar consciência da nossa condição humana imperfeita e seguir o exemplo de Jesus, para sabermos nos humilhar diante dos homens quando for para maior glória de Deus. Dessa forma, com certeza, também seremos exaltados e acolhidos no reino dos céus. – Você costuma se exaltar quando tem que enfrentar alguma situação constrangedora? – Você acha que a recompensa de ser exaltado mais adiante, compensa a vergonha de hoje ser humilhado? – Como você age quando passa por alguma situação vexatória no trânsito, nas repartições, nas filas de bancos, etc?
Evangelho- Marcos 11, 1-10 e 15, 1-39 – “Bendito Aquele que vem em nome do Senhor”!
No Domingo de Ramos todos nós temos a oportunidade de rememorar a história da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, como preparação para a Semana Santa. No entanto, como tema para a nossa reflexão podemos nos deter na Entrada Triunfante de Jesus em Jerusalém, dias antes de ser Ele condenado à Morte de Cruz. Como nós já tivemos a chance de perceber em outras passagens, Jesus caminhava para Jerusalém decidido a cumprir fielmente tudo o que a Sagrada Escritura por meio dos profetas já havia anunciado. Por isso, passo a passo, Ele ia preparando o cenário da Sua História de forma tal que hoje, nós pudéssemos aprender com Ele a fazer tudo de acordo com a vontade de Deus. Ora, na realidade Jesus era o Rei do Universo, o Enviado do Pai, Aquele sobre o qual os profetas já haviam vaticinado, porém, ao mesmo tempo, Ele confundia a todos quando pedia aos dois discípulos que fossem em busca de “um jumentinho, em que não montou ainda homem algum”; Jesus tinha um propósito em tudo o que fazia e, com certeza, Ele quis mostrar aos homens que Deus tem o poder de manifestar-se na simplicidade e na pureza da Sua criação. Apesar de humilde aquele animal era um sinal de que a grandeza de Deus se revela por meio de nós quando nos propomos a ser simples instrumentos Seus no meio dos homens. E foi montado num jegue que Jesus fez a Sua entrada triunfal em Jerusalém sendo aclamado como Rei. O mesmo povo que aclamou Jesus no Domingo de Ramos O condenou dias depois e gritou para que Ele fosse crucificado. Com isso, nós podemos apreender que a obra de Deus se expressa no coração do homem, mesmo que seja ele, infiel e traidor. Hoje, nós podemos ser o jumentinho casto que com humildade conduz Jesus para ser aclamado Senhor ou ser o povo que exalta a Jesus num dia, mas no outro, O condena, quando pecamos. Precisamos, no entanto, ter o máximo de cuidado quando nos propomos a ser o jumentinho que carrega Jesus para que não O derrubemos querendo aparecer mais do que Ele. O grito de Hosana deve ser levantado aclamando a Jesus e não a nós, simples jumentinhos do Senhor. Que sejamos o jumentinho sem pretensões no qual ainda não montou homem algum a fim de que possamos levar a multidão a exaltar a Jesus dizendo também: "Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!” – Você se considera humilde como um jumentinho que conduz Jesus no meio dos homens? – Como você se comporta quando leva Jesus para ser conhecido? – Você gosta de aparecer? – Você tem consciência de que faz parte desse povo que aclama Jesus como Rei, mas O condena quando peca?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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