24/02/12 – 6ª. Feira DEPOIS DAS CINZAS
Reflexão Pessoal – Isaías 58, 1-9 – “o verdadeiro jejum”
A leitura de hoje nos motiva a uma reflexão atenciosa sobre a maneira como nós oferecemos sacrifícios ao Senhor neste tempo da Quaresma. O próprio Senhor por meio do profeta Isaías denuncia os crimes do povo de Israel que se vangloriava de cumprir a lei e de praticar a justiça somente porque jejuava e buscava a Deus. Para aquele povo o fato de jejuar e de fazer sacrifícios e mortificações seria suficiente para agradar a Deus. Porém, ao mesmo tempo em que jejuava o povo litigava uns com os outros e cada um estava preocupado apenas com os seus próprios negócios. E o Senhor lhes recomendou: “Não façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu!” Nós também precisamos ter consciência de como estamos praticando o jejum e nos sacrificando no tempo da quaresma. O sentido do jejum é purificar o nosso corpo para que o nosso coração esteja apto a realizar boas ações. Por isso, precisamos estar atentos (as) à dor do necessitado a fim de sentir na nossa própria carne a necessidade e a penúria de que muitos vivenciam e, assim, compreende-los melhor. A oração, e o jejum que oferecemos a Deus devem ser acompanhados com o espírito de caridade, de acolhida, de reconciliação, de partilha, do contrário não terão valor nem sentido. Aos olhos de Deus o verdadeiro jejum é aquele que nos leva a pôr um termo às injustiças para acolher o que estão necessitados vendo no rosto de cada irmão, outro Cristo. Jejum e oração não têm razão de ser se não forem vivenciados acompanhados de um verdadeiro espírito de caridade e de obras de justiça. Assim fazendo a nossa luz brilhará nas trevas e veremos atendidos os nossos pedidos de socorro. – Com que espírito você jejua? – O que você acha mais importante: jejuar às sextas feiras ou perdoar a alguém que o (a) ofendeu? – O jejum que você pratica tem alguma razão de ser ou é apenas para cumprir uma tabela? – Com que espírito você jejua?
Salmo 50 – “Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!”
O arrependimento é a porta para o perdão e é muito mais importante do que holocaustos ou sacrifícios. O salmista, arrependido, diz que o seu sacrifício é a sua alma penitente, isto é, arrependida, suplicante. O pecado nos afasta dos irmãos e por isso, nos afasta de Deus, mas a misericórdia do Senhor nos faz voltar ao convívio com os nossos irmãos e nos aproxima do céu porque Deus nunca despreza um coração arrependido.
Evangelho – Mateus 9, 14-15 – “ por uma causa nobre”
Há que se ter uma causa nobre e sincera para que pratiquemos o jejum e o sacrifício. Deus conhece o nosso coração e sabe das nossas motivações, portanto quando jejuamos devemos fazê-lo com muita disposição e por amor, sem lamentos nem justificativas. Há momentos na nossa vida que não cabe a nós jejuarmos nem fazermos sacrifícios, mas sim aproveitar a ocasião que nos é oferecida. De que adianta para nós o jejum se o nosso coração não está contrito no sacrifício? Um coração ressentido, vingativo, revoltado não consegue amar nem fazer nada por amor. Para os cristãos o jejum deve ter um significado de vida e de alegria. Deve haver uma razão de ser para o jejum. Não nos basta jejuar somente por jejuar, sem um motivo que toque o nosso coração. Os discípulos de Jesus partilhavam com Ele de todos os eventos com alegria e submissão à Sua vontade e aos Seus ensinamentos. Eles estavam perto de Jesus e usufruíam da Sua presença e da Sua companhia, portanto, não tinham clima para jejuar, nem precisavam disso. – Quando você jejua você se sente em paz? – Você gosta de mostrar aos outros que está jejuando? – O que Jesus acha do seu jejum? - Você é uma pessoa que sabe curtir o momento presente como um presente de Deus?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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