01/02/12 - 4ª. feira IV Semana
– 2 Samuel 24,2.9-17 -“Deus não nos trata segundo as nossas faltas ”
Os homens são implacáveis e injustos, Deus, no entanto, é justo e misericordioso. Não nos trata segundo as nossas faltas. Neste relato nós compreendemos a lógica da história da salvação: pecado, castigo, arrependimento, perdão. Percebemos também como o pecado de alguém pode ter consequência na vida de todos. Irritado com o povo de Israel David mandou fazer um recenseamento a fim de que pudesse ter ciência do número exato dos seus subordinados. Assim agindo David mostrou confiar mais nos efetivos humanos do que em Deus. Desejou ter conhecimento para ter domínio da situação e mostrar o seu poderio. Arrependido diante do Senhor e sentindo remorso Davi, pediu clemência a Deus, porém mesmo assim, sofreu decorrência da sua insensatez. Por isso, teve que escolher entre uma das três punições previstas pela Lei para quem atraiçoe a Aliança. Três anos de fome. Três meses de derrota diante dos inimigos; três dias de peste. “É melhor cair nas mãos do Senhor cuja misericórdia é grande, do que cair nas mãos dos homens,” disse David. Ele, então, prefere a peste à guerra porque, um castigo vindo da mão de Deus nos permite esperar na misericórdia divina. De fato, Deus sente compaixão por Jerusalém, e poupa-a. O próprio rei intercede pelo povo inocente, e assume as responsabilidades pelo sucedido. A conduta de uma pessoa pode repercutir-se, para o bem e para o mal na vida de toda uma comunidade, principalmente, se esta pessoa, tiver responsabilidades em relação ao seu bem estar. Por isso, o comportamento de um governante, de um rei ou alguém que estiver à frente de um povo é parâmetro para que esse povo seja bem sucedido ou não. A grande mensagem desta leitura para nós é que precisamos confiar no Senhor e não nos homens. Davi quis agir por suas próprias forças confiando em carros e cavaleiros e não se lembrou de que o plano é do Senhor e não dele. Com isso, nós aprendemos também que, às vezes, o querer “saber demais” com o intuito de dominar e mostrar poder, desperta a ira de Deus contra nós. A confiança é a atitude do homem que mais é apreciada por Deus, portanto, precisamos dar provas de que fazemos a nossa parte, mas o Senhor é soberano e é Ele quem nos dá resposta para os nossos questionamentos e dúvidas. – Você é uma pessoa que gosta de fazer muitos cálculos para não ser pego de surpresa? – Você confia na providência de Deus? – Quem é que dá resposta para os seus questionamentos e dúvidas?
Salmo 31 – “Perdoai-me, Senhor, meu pecado!”
A decisão que tomamos de confessar o nosso pecado e pedir perdão ao Senhor pelas nossas faltas nos traz como resultado uma experiência de grande felicidade e a certeza do amor misericordioso do Pai. Por isso, o salmista proclamou: “Eu confessei, afinal, meu pecado, e minha falta vos fiz conhecer... E perdoastes, Senhor minha falta”. Enquanto guardamos conosco as nossas faltas e não reconhecemos os nossos pecados para confessá-los nós encurralamos a nossa alma e não deixamos que ela sinta-se livre, por isso, seremos eternos prisioneiros de nós mesmos. Aquele que confessa o seu pecado merece ser perdoado e quando invocar o Senhor durante a sua angústia, será escutado e acolhido.
Evangelho Marcos 6, 1-6 –“A simplicidade de Deus escandaliza”
Jesus foi a Nazaré, Sua terra, onde morava Sua família e ensinava na sinagoga. O povo admirava-se da Sua sabedoria, mas desconfiava das Suas palavras e até dos milagres que Ele realizava. Por isso, Ele não pôde fazer milagre algum na Sua terra, pois o povo não acreditava que Ele, o simples filho do carpinteiro, tivesse tanta sabedoria. Deus é simples e a simplicidade de Deus escandaliza as pessoas. A maneira como Ele opera os Seus planos, também nos deixa confusos. Esperamos “grandes coisas”, “grandes acontecimentos” e o Senhor nos fala e orienta na simplicidade dos nossos corações. Por que não olhamos com os olhos da Fé, os milagres também são difíceis de acontecerem na nossa vida. Necessitamos do extraordinário e temos planos complicados que vêm dos nossos desejos humanos, não trabalhamos o nosso ser espiritual para perceber os gestos simples. Não acreditamos nos planos de Deus e principalmente o que Ele deseja realizar através de coisas e de pessoas simples. Ainda hoje, nós também damos pouco valor às pessoas que estão muito próximas de nós, principalmente àquelas que são humildes e simples. Acostumamo-nos a conviver com elas e não percebemos que elas são instrumentos de Deus para o nosso crescimento e até para o nosso livramento. Muitos milagres poderiam acontecer no nosso meio se déssemos atenção àqueles (as) que são instrumentos de Deus para nós. Não entendemos o porquê que alguém, mesmo simples e humilde, possa ao mesmo tempo ser sábio aos olhos de Deus. Confundimos a sabedoria que vem de Deus com o conhecimento que o mundo dá. Jesus, o Salvador visitou a sua casa, mas os Seus não O reconheceram. Assim também, Jesus Salvador, visita a nossa casa, o nosso coração. Está dentro de nós e mora conosco, está ao nosso alcance e nós achamos que só vamos encontrá-Lo La fora. Procuramos longe Aquele que está tão perto de nós e quer fazer maravilhas na nossa vida. Somos chamados (as), então a refletir: as coisas simples nos incomodam ou atraem? – Valorizamos as pessoas da nossa casa quando nos dão algum conselho? – Na nossa casa também os profetas não são bem recebidos por nós? - A quem estamos valorizando, o que nos prende a atenção e a que nós estamos dando importância: às coisas simples do alto, ou às coisas complicadas de baixo?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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