Especulações e teorias políticas agitam os preparativos
Por Nieves San Martín
Roma (ZENIT.org) - A comissão organizadora da visita papal, com o delegado Alberto Gasbarri à frente, esteve no México e em Cuba recentemente. Segundo especulações, o papa chegaria ao México em 23 de março, para os atos dos dias 24 e 25, festividade da Encarnação, e no dia 26 partiria para Cuba.
Segundo a mídia mexicana, a visita se concentraria no Estado de Guanajuato, centro geográfico do país, o que facilitaria a participação de muitos mexicanos. Os eventos aconteceriam na cidade de Guanajuato, capital do Estado homônimo, e ainda em León e em Silao.
Por outro lado, bispos do México negaram que a visita de Bento XVI tenha relação com as próximas eleições presidenciais, que já agitam o país. A campanha política de 2012 poderá levar a históricas mudanças no país asteca.
Em entrevista à agência Notimex, o arcebispo de Puebla, Dom Víctor Sánchez, e o bispo auxiliar, Dom Eugenio Lira, reiteraram que as viagens do papa não são condicionadas por conjunturas eleitorais.
"Os tempos dos candidatos e das eleições não são os tempos do papa. O pontífice vem porque quer vir ao México. Se isso coincide com a campanha, é outra cosa. Alguns quererem se aproveitar é outra coisa ainda. Mas são tempos diferentes", afirmou Dom Sánchez.
O bispo lembra também que, desde o início do atual papado, Bento XVI estava convidado a visitar as terras mexicanas. Agora ele aceitou formalmente, o que "é uma grande notícia para um povo que ama o papa".
O bispo auxiliar de Puebla, Dom Eugenio Lira, descartou leituras inadequadas de uma visita pastoral cujo objetivo primordial é atender as necessidades espirituais dos católicos. "É muito importante levar em consideração que o papa vem até o México para nos confirmar na fé, como ele disse na missa de Nossa Senhora de Guadalupe, neste 12 de dezembro, na basílica de São Pedro do Vaticano. As outras leituras são totalmente arbitrárias, porque o papa não vem apoiar um partido, um candidato, nem fazer proselitismo de nenhum tipo. Se alguém se atrever a utilizar as palavras dele, vai ser totalmente fora de lugar".
Já existia no país muita expectativa antes da confirmação da notícia. Dom Eugenio revelou que os bispos já estabeleceram comissões que organizarão catequeses prévias, para os fiéis refletirem sobre a Igreja, o ministério do papa e especificamente sobre Bento XVI.
Em Cuba, o presidente Raúl Castro recebeu neste 18 de dezembro a mesma delegação da Santa Sé. Segundo a agência Fides, o encontro aconteceu no palácio do Conselho de Estado, na Praça da Revolução.
Em comunicado oficial, Castro mostrou plena disponibilidade para a visita papal. A notícia foi veiculada em meios oficiais cubanos e latino-americanos, ressaltando as "excelentes relações" entre Cuba e o Vaticano.
O jornal do partido comunista Granma publicou fotos de capa com Raúl Castro e o delegado do Vaticano Alberto Gasbarri. A reunião também teve a participação do cardeal arcebispo de Havana, Dom Jaime Ortega, o núncio apostólico em Cuba, Dom Bruno Musar, e o presidente da Conferência Episcopal Cubana, Dom Dionisio García, que é arcebispo de Santiago de Cuba.
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