30/10/11 – XXXI domingo comum
– 1ª leitura – Malaquias 1, 14-2,1-2.8-10 – “recado aos sacerdotes”
O profeta Malaquias em nome do Senhor fala aos sacerdotes, ("representante do sagrado") que eram, àquela época, uma autoridade ou ministro religioso, habilitada para dirigir os rituais sagrados oferecendo a Deus sacrifícios em expiação pelos pecados do povo. Essa função sagrada cabia aos descendentes da tribo de Levi, e eles tinham a obrigação e o dever de conduzir o povo com equidade sem fazer distinção de pessoas nem agir de acordo com seus interesses pessoais. Por isso, o profeta fala que eles quebraram “o pacto de Levi” e seriam punidos com a cólera do Senhor pela sua traição. Hoje esta palavra é dirigida não somente aos que pertencem a hierarquia da Igreja, Bispos, presbíteros e diáconos, mas também a nós que recebemos no nosso Batismo a vocação de profeta, sacerdote e rei.Assim diz o Catecismo da Igreja Católica:“§784 Ao entrar no Povo de Deus pela fé e pelo Batismo, recebe-se participação na vocação única deste povo, em sua vocação sacerdotal: "Cristo Senhor, Pontífice tomado dentre os homens, fez do novo povo 'um reino e sacerdotes para Deus Pai'. Pois os batizados, pela regeneração e unção do Espírito Santo, são consagrados para ser uma morada espiritual e sacerdócio santo.§941 Os leigos participam do sacerdócio de Cristo: cada vez mais unidos a ele, desenvolvem a graça do Batismo e da Confirmação em todas as dimensões da vida pessoal, familiar, social e eclesial e realizam, assim, o chamado à santidade, dirigido a todos os batizados.§1591 Toda a Igreja é um povo sacerdotal. Graças ao Batismo, todos os fiéis participam do sacerdócio de Cristo. Esta participação se chama "sacerdócio comum dos fiéis". Baseado nele e a seu serviço existe outra participação na missão de Cristo, a do ministério conferido pelo sacramento da Ordem, cuja tarefa é servir em nome e na pessoa de Cristo Cabeça no meio da comunidade.§1119 Formando com Cristo-Cabeça "como que uma única pessoa mística", a Igreja age nos sacramentos como "comunidade sacerdotal", "organicamente estruturada". Pelo Batismo e pela Confirmação, o povo sacerdotal é capacitado a celebrar a liturgia; por outro lado, certos fiéis, "revestidos de uma ordem sagrada, são instituídos em nome de Cristo para apascentar a Igreja por meio da palavra e da graça de Deus".Às vezes nós pensamos que só aos bispos, aos padres cabe a responsabilidade sobre as coisas inerentes a Igreja de Cristo. Com efeito, agora, podemos entender que todos nós somos chamados a celebrar e glorificar a Deus, com a missão de conduzir o seu povo e animá-lo seguindo os ensinamentos da Sua Palavra. No entanto, cabe-nos também o dever e a obrigação de fazê-lo com justiça, sem distinção de pessoas e sem visar o interesse pessoal. Do contrário, estaremos nos afastando do caminho reto e quebrando o pacto que fizemos com o Senhor no nosso Batismo. Quem sabe também sejamos amaldiçoados como nos diz o Profeta Malaquias. – Como você tem cumprido a sua função de sacerdote do reino de Deus? – Você tem feito distinção de pessoas, discriminando ou rejeitando alguém, dando assim contra testemunho? – Você sabia que será cobrado (a) pelo que você deixou de fazer em vista do reino de Deus?
Salmo 130 – “Guardai-me, ó Senhor, convosco, em vossa paz!"
O salmista exalta o homem que não tem coração orgulhoso, por isso, não é arrogante nem anda a procura de grandeza e tampouco tem pretensões ambiciosas. De fato, somente tem paz no coração quem faz calar a sua alma, entregando-se ao Senhor como uma criança amamentada no regaço acolhedor de sua mãe. Somos livres na medida em que confiamos a Deus a nossa vida e a Ele entregamos os desejos da nossa alma deixando-nos conduzir pelo Seu Espírito.
2ª. Leitura – 1 Tessalonicenses 2, 7-9.13 – “ternura de mãe”
São Paulo nos dá exemplo de como age um verdadeiro sacerdote incumbido da missão de pastor de um povo. Ele atua e tem ternura como uma mãe, capaz de dar a vida pelo filho que gerou. Não lhe basta somente o anúncio do Evangelho, mas a sua prática e vivência dando verdadeiro testemunho de amor. Todos aqueles (as) que seguem esse modelo, com certeza têm sucesso na sua missão. Para que sejamos pastores em conformidade com a vontade do Senhor não precisamos deixar de trabalhar nem ser pesado a ninguém, mas aproveitar as oportunidades e o chamado que Deus nos faz na medida da Sua compreensão. Deus nunca irá exigir de nós mais do que nós podemos dar e que Ele mesmo pode nos capacitar. A principal arma para vencermos esta luta é, com certeza, a oração e a meditação da Sua Palavra.Aí então, a nossa pregação produzirá o efeito desejado e nós poderemos agradecer a Deus sem cessar por toda obra que Ele fará através de nós, apesar do trabalho e da fadiga. Seremos abençoados e confortados pelo Senhor coma ternura de uma mãe. – Você tem ternura pelas pessoas a quem orienta na caminhada de Deus? – Você se sente responsável pela caminhada de alguém? – Você deixa de servir a Deus por causa do seu trabalho? – Você tem tido sucesso na sua pregação? – Você tem dado bom testemunho?
Evangelho – Mateus 23, 1-12 – “exaltados ou humilhados”
A mensagem final deste Evangelho serve como rhema para a nossa reflexão: “Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”. Na verdade, o tema central da nossa liturgia de hoje é com certeza, o desempenho dos ministros de Deus. É também sobre eles que Jesus se refere quando fala da soberba e humildade daqueles que têm autoridade para interpretar a Lei e proclamar a Palavra de Deus. Os mestres da lei e os fariseus faziam também como muitos que hoje, têm função de autoridade dentro da Igreja. Mas para que não fiquemos somente olhando os outros, precisamos avaliar se nós mesmos (as) não estamos incorrendo nas mesmas práticas injustas a que Jesus se refere. Portanto, reflitamos: Será que estamos sendo incoerentes com o que falamos e pregamos? Será que estamos sabendo ser modelo para as pessoas a quem nós queremos atrair para Deus? Estamos exigindo dos outros, aquilo que nem nós conseguimos fazer? Queremos chamar a atenção das pessoas com as nossas boas ações? Fazemos somente para aparecer? O nosso serviço é feito de coração ou apenas para mostrar que somos atuantes? Queremos mostrar muita sabedoria? Queremos ter razão em tudo? Estamos querendo ser mais cristãos que o próprio Cristo? Depois desta reflexão só nos resta deduzir se no final seremos exaltados ou humilhados! Que cada uma dessas exortações do Mestre seja um ensinamento eficaz para que a exemplo de São Paulo, cumpramos com a nossa missão de verdadeiros evangelizadores, ministros de Cristo, cheios do Espírito Santo, portanto, cheios do Amor do Pai.
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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