LA SEU D’ URGELL (ZENIT.org) – A passagem bíblica favorita de Ana Maria Janer era: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!Pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa;estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me” (cf. Mt 25, 31-46).
A fundadora do Instituto das Irmãs da Sagrada Família de Urgell será beatificada hoje, sábado, dia 8, em uma cerimônia presidida pelo cardeal Angelo Amato SDB, em representação do Papa Bento XVI. Chamada a servir os mais pobres Ana María nasceu em 18 de dezembro de 1800, em Cervera, uma pequena população situada na diocese de Solsona, província de Lérida (Espanha). Estudou no Real Colegio de Educandas e colaborou no cuidado de doentes no Hospital Castelltort. Lá percebeu que Deus a chamava para consagrar-se a Ele, no serviço ao próximo.
Em diálogo com ZENIT, de Córdoba (Argentina), a Irmã Cecilia Gutiérrez, integrante da comunidade fundada por ela e autora do hino oficial da sua beatificação, compartilha que ela descobriu Jesus “nas necessidades humanas da sua época”.
“Ao longo da sua vida, foi amadurecendo e crescendo nela esse amor com que ela mesma se experimentou amada por Deus, um amor que nunca ficou nela, mas que foi dado e compartilhado, cada vez com maior radicalidade”, diz a religiosa.
As respostas que a futura beata foi dando, ao longo da sua vida, às necessidades da Igreja e da sociedade foram a semente para a fundação do Instituto das Irmãs da Sagrada Família de Urgell, em 29 de junho de 1859.
Hoje, o carisma e identidade dessas irmãs é a caridade que pretende ser o reflexo do amor de Deus, especialmente nos mais fracos e vulneráveis.
Atualmente, o Instituto está presente na Espanha, Andorra, Itália, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, México, Peru e Guiné Equatorial. Trabalham em escolas, hospitais e residências, missões, paróquias e outros apostolados relacionados ao seu carisma.
Também existem os leigos janerianos. São jovens e adultos que se identificam com o carisma da Madre Janer e se sentem chamados pelo Senhor a colaborar de perto com a missão do Instituto. Para isso, eles se formam e fazem seu o carisma. Na prática, comprometem-se a levar adiante muitas das obras fundadas pela futura beata.
Para esta família espiritual, a beatificação da sua fundadora é um convite a “alegrar-nos com a Igreja pela vida desta nova beata, uma mulher que amou e serviu a Igreja e na Igreja, sempre e em todos os âmbitos eclesiais: na comunidade, na Igreja local, na fidelidade e colaboração incondicional com os Pastores”, afirma a Irmã Cecilia.
Tudo isso também traz uma responsabilidade: “Fazer opções de vida, oferecer o que somos e temos para que esta história, que começou com o 'sim' de Ana Maria, possa continuar e dar frutos de vida para a congregação, para a Igreja”, comenta a religiosa.
A Madre Janer tinha um amor especial pela cruz. Ver Cristo crucificado se tornou para ela um aliciente que lhe permitia ser “sinal e testemunho claro daquele que nos amou primeiro, daquele que nos ama até dar a vida”, diz a Irmã Cecilia.
Ana Maria morreu em 11 de janeiro de 1885. Pediu para morrer no chão, como penitente, por amor a Cristo, “que por mim expirou pregado na cruz”, disse a futura beata
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