Mateus 15, 21-28
Vigésimo domingo do Tempo Comum
A Fenícia dos tempos de Jesus corresponde praticamente ao Líbano de hoje, marcado, entre outras, pelas cidades portuárias de SUR e SAÍDA, que correspondem às antigas cidades de Tiro e Sidon. Era região de grande prospriedade, e lá habitavam os cananeus. Jesus andou também por lá, como se deduz de uma passagem de Mateus como paralelo em Marcos (Mt 15,21 e Mc 7,24). E, por isso mesmo, os libaneses se comprazem em dizer que seu país faz parte da Terra Santa. Bem-aventurados os caminhos percorridos pelos passos do Senhor!
Justamente nessa terra aconteceu o episódio que a Igreja fez refletir no Evangelho deste vigésimo domingo do Tempo Comum - Mateus (15, 21-28). É uma página muito viva, que parece, até, traduzir, em termos bem rudes para nossos ouvidos ocidentais, o que Jesus falou. Porém, se ilumina no fim com a grandeza da misericórdia e do poder taumatúrgico de Jesus.
O Evangelho conta que, estando Jesus numa casa, foi à sua procura uma mulher cananéia, para pedir a cura de sua filha, uma menina que estava - segundo ela - sob o poder do demônio. E ela lhe pedia em gritos tão insistentes e angustiosos, que chegaram a impacientar os apóstolos, os quais pediram a Jesus que atendesse logo, para que ela os deixasse em paz. O que a mulher pedia em gritos tão insistentes já denotava confusamente alguma fé: "Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! A minha filha está horrivelmente endemoninhada" (cf. Mt 15,22). Jesus começou, recusando. Sua missão pessoal - embora a Igreja se devesse depois estender a todo o mundo - se restringia ao povo de Israel. Ela, porém, insistia: Senhor, socorre-me.
Mas Jesus replicou: "não ficou bem tirar o pão dos filhos e atirá-lo aos cachorrinhos". Era uma aparentemente deusa pedagogia, que visava, no entanto, fazer desabrochar, em plenitude, a fé que já se manifestava naquela pobre mulher. Aí veio a resposta da mulher, marcada por uma comovedora humildade, e por uma confiança que se poderia dizer audaciosa: "É verdade, Senhor, mas também os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas das crianças. Foi quando a misericórdia e o poder de Jesus como que explodiram numa solene palavra de aprovação e de bênção: mulher, grande é a tua fé! Seja feito como queres!
E assim foi. Ela voltou para casa e encontrou a criança atirada tranqüilamente sobre o leito. E seu nome, através das páginas do evangelho, começou a percorrer o mundo, como um dos mais belos exemplos de fé inabalável.
Mensagem: o segredo de nossa felicidade está em jamais duvidar da sabedoria e da bondade de Deus, ainda que, às vezes, os caminhos se nos apresentem muito obscuros. Temos sempre que repetir aquela palavra que a sabedoria popular repete a cada momento: Deus sabe o que faz. Essa foi a atitude da mulher cananéia, diante da palavra aparentemente negativa de Jesus. Ela também acreditou contra toda esperança. E assim devemos ser também.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo
Vigésimo domingo do Tempo Comum
A Fenícia dos tempos de Jesus corresponde praticamente ao Líbano de hoje, marcado, entre outras, pelas cidades portuárias de SUR e SAÍDA, que correspondem às antigas cidades de Tiro e Sidon. Era região de grande prospriedade, e lá habitavam os cananeus. Jesus andou também por lá, como se deduz de uma passagem de Mateus como paralelo em Marcos (Mt 15,21 e Mc 7,24). E, por isso mesmo, os libaneses se comprazem em dizer que seu país faz parte da Terra Santa. Bem-aventurados os caminhos percorridos pelos passos do Senhor!
Justamente nessa terra aconteceu o episódio que a Igreja fez refletir no Evangelho deste vigésimo domingo do Tempo Comum - Mateus (15, 21-28). É uma página muito viva, que parece, até, traduzir, em termos bem rudes para nossos ouvidos ocidentais, o que Jesus falou. Porém, se ilumina no fim com a grandeza da misericórdia e do poder taumatúrgico de Jesus.
O Evangelho conta que, estando Jesus numa casa, foi à sua procura uma mulher cananéia, para pedir a cura de sua filha, uma menina que estava - segundo ela - sob o poder do demônio. E ela lhe pedia em gritos tão insistentes e angustiosos, que chegaram a impacientar os apóstolos, os quais pediram a Jesus que atendesse logo, para que ela os deixasse em paz. O que a mulher pedia em gritos tão insistentes já denotava confusamente alguma fé: "Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! A minha filha está horrivelmente endemoninhada" (cf. Mt 15,22). Jesus começou, recusando. Sua missão pessoal - embora a Igreja se devesse depois estender a todo o mundo - se restringia ao povo de Israel. Ela, porém, insistia: Senhor, socorre-me.
Mas Jesus replicou: "não ficou bem tirar o pão dos filhos e atirá-lo aos cachorrinhos". Era uma aparentemente deusa pedagogia, que visava, no entanto, fazer desabrochar, em plenitude, a fé que já se manifestava naquela pobre mulher. Aí veio a resposta da mulher, marcada por uma comovedora humildade, e por uma confiança que se poderia dizer audaciosa: "É verdade, Senhor, mas também os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas das crianças. Foi quando a misericórdia e o poder de Jesus como que explodiram numa solene palavra de aprovação e de bênção: mulher, grande é a tua fé! Seja feito como queres!
E assim foi. Ela voltou para casa e encontrou a criança atirada tranqüilamente sobre o leito. E seu nome, através das páginas do evangelho, começou a percorrer o mundo, como um dos mais belos exemplos de fé inabalável.
Mensagem: o segredo de nossa felicidade está em jamais duvidar da sabedoria e da bondade de Deus, ainda que, às vezes, os caminhos se nos apresentem muito obscuros. Temos sempre que repetir aquela palavra que a sabedoria popular repete a cada momento: Deus sabe o que faz. Essa foi a atitude da mulher cananéia, diante da palavra aparentemente negativa de Jesus. Ela também acreditou contra toda esperança. E assim devemos ser também.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo
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