19/08/11 6ª. feira XX semana do tempo comum
– Rute 1, 1.3-6.14-16.22 – “exemplo de fidelidade”
A história de Rute é para nós uma amostra da capacidade que tem o ser humano de ser fiel e assumir uma aliança que dure eternamente. Apesar das nossas fragilidades e limitações todos nós possuímos uma força interior que nos ajuda a perseverar em tudo o que nos propomos a realizar. Aparentemente, Noemi, que ficara viúva, e perdera os dois únicos filhos estaria fadada a viver sozinha, se não fosse a fidelidade de Rute, uma das suas noras. Legitimamente, Rute não teria a obrigação de acompanhar a sua sogra no retorno a uma terra que nem era a dela, para um povo que não era o seu, nem tampouco para o Deus que não lhe era conhecido. Ela estava desobrigada de qualquer vínculo com o seu passado. Estava livre! No entanto, o seu espírito de amizade desinteressada e o sentimento de amor enraizado na aliança que ela havia consolidado com o seu marido fez com que ela tomasse a decisão de seguir adiante para um mundo desconhecido. Se nós continuássemos hoje a acompanhar a história de Rute nós iríamos conhecer o desfecho da sua vida e testemunhar todas as maravilhas que lhe aconteceram como recompensa pela sua fidelidade. Para nós fica a lição de que nunca sairemos perdendo nada quando nos propomos a ser fiéis às pessoas com as quais nós fazemos aliança. Rute se deixou ficar livre de todas as conveniências que poderiam impedi-la de seguir o espírito de solidariedade que a guiou para acompanhar a mãe do seu marido morto. Ela não pensou nela própria, mas no bem que poderia fazer a outrem. Quando nós nos esquecemos de nós mesmas, das nossas conveniências e abdicamos dos nossos direitos e interesses próprios e nos dispomos a fazer em função do outro, por amor a uma causa, nós podemos ter a certeza de que a recompensa virá com uma medida dobrada e o desfecho da nossa vida será consequência da nossa oferenda. – O que você teria feito na situação de Rute? – Você acha que vale a pena ser fiel até as últimas consequências? – Você seria capaz de largar tudo para ser solidária a alguém necessitado?
Salmo 145 – “Bendize, ó minha alma, ao Senhor”!
Há dentro da nossa alma um apelo que nos põe naturalmente dependentes do auxílio de Deus, nosso Criador. Mesmo que nem O conheçamos nem O enxerguemos, nós inconscientemente esperamos o Seu auxílio. No entanto, quando nos conscientizamos de que somos dependentes do Seu Amor e nos voltamos para Ele, nós começamos a viver o processo de ser feliz. Aí é que nós experimentemos a ação do Deus Salvador. Hora nós somos os cegos, hora somos as viúvas, os órfãos, mas de alguma forma nós sabemos que contamos com o auxílio do Deus forte e poderoso. Por isso, o louvor é uma exigência de todo o nosso ser que clama: “bendize ó minha alma, ao Senhor!”
Evangelho Mateus 22, 34-40 - “A Lei e os profetas”
Esse é o nosso chamado, essa é a nossa vocação! Amar a Deus acima de todas as coisas e amar ao próximo, como nós nos amamos, é a chave para que nós possamos viver toda a Lei e os profetas. A Lei e os profetas estão contidos na Palavra que Deus deixou para direcionar a nossa vida rumo à felicidade e nela o significado do amor que Deus nos propõe é diferente do sentido que naturalmente nós apreendemos no mundo. De muitas maneiras nós, homens e mulheres, temos vivido “o amor” nos nossos relacionamentos. As juras e as promessas de hoje são facilmente esquecidas amanhã. Para que o amor que nós temos a Deus seja considerado válido é preciso que ele se manifeste por meio do amor que nós vivenciamos nas nossas relações com o nosso próximo e conosco mesmo. Por isso, Jesus nos recomenda a amar a Deus com o coração, a alma e o entendimento, a fim de que seja algo encarnado e enraizado em nós e não somente de fachada e aparência nem de palavras e juras. O coração é o centro do nosso ser interior, na alma estão os nossos sentimentos e emoções e o entendimento significa a nossa percepção cognitiva, faculdade de entender de conceber e de julgar as coisas. Portanto, o amor supõe inteireza de pensamentos, palavras e ações. Porém, tudo parte do Amor de Deus que é a fonte que alimenta a nossa capacidade de amar, primeiramente a Ele e ao nosso próximo na mesma medida em que nos amamos. Partindo daí nós pressupomos que só podemos amar os nossos irmãos se também amarmos a nós mesmos. Não podemos dar o que não temos. O amor de Deus é gratuito, está à nossa disposição, consequentemente, se quisermos ser felizes e construir um mundo mais afortunado precisamos deixar que o amor seja a primeira regra na nossa vida. – Você ama a si mesmo (a)? – Você tem cuidado de você? – Como você tem demonstrado que ama a Deus de todo o coração, alma e entendimento? – Você tem certeza de que é amado (a) por Deus?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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