Entre as várias agressões, citou-se o estupro como arma de guerra, o tráfico de meninas, os abusos contra empregadas domésticas, os sequestros e conversões forçadas, casamentos e abortos obrigados.
Dom Tomasi recordou palavras do papa Bento XVI: “mesmo que a violência seja mais frequente onde há pobreza e instabilidade social, devemos reconhecer que alguns sistemas legais e tradições ainda a toleram: Em alguns lugares e culturas, elas são discriminadas ou subestimadas só por serem mulheres”.
“Diante de fenômenos graves e persistentes, os cristãos têm um compromisso cada vez mais urgente em promover uma cultura que reconheça a dignidade que pertence às mulheres, na lei e na realidade concreta”, disse o representante da Santa Sé.
Para prevenir esse tipo de violência, dom Tomasi sugeriu a instauração de melhorias no nível de vida e o acesso à educação. Neste sentido, recordou o ensinamento da Igreja sobre a “igualdade de dignidade na unidade de homem e mulher, na arraigada e profunda diversidade entre o masculino e o feminino, em sua vocação à reciprocidade e à complementariedade, à colaboração e à comunhão”.
“Minha delegação considera que é possível melhorar a situação das mulheres e lutar contra o flagelo da violência, construir uma igualdade criativa e um respeito mútuo que previnam todo recurso à violência”, concluiu o observador.
Segundo pesquisa realizada pela instituição internacional de apoio às mulheres, Thomson Reuters Foundation, o Afeganistão é o lugar mais perigoso para uma mulher no mundo. De acordo com dados da pesquisa, divulgada ontem, 15, além do Afeganistão, os outros quatro países que mais desrespeitam as mulheres são: Congo (mais de 400 mil são violentadas no país a cada ano), Paquistão (onde, por questões culturais e religiosas, são recorrentes as “punições” às mulheres por “crimes de honra”), pela Índia (com números alarmantes de tráfico de mulheres) e pela Somália (com uma série de ameaça, como alta mortalidade durante a gravidez, estupros e mutilação feminina).
CNBB
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