Papa reflete sobre o profeta Elias na catequese de hoje
Cidade do Vaticano (ZENIT.org) - A idolatria é um engano que leva o homem a não sair do círculo de si mesmo para encontrar-se com Deus, ou seja, para rezar realmente, segundo explicou hoje o Papa Bento XVI, durante a audiência geral.
Seguindo com seu ciclo de catequeses sobre a oração, o Santo Padre quis apresentar hoje o episódio bíblico do profeta Elias e seu enfrentamento com os 450 profetas de Baal no Monte Carmelo, para demonstrar quem era o Deus verdadeiro.
“Onde Deus desaparece – afirmou –, o homem cai na escravidão de idolatrias, como mostraram, em nossa época, os regimes totalitários, e como mostram também diversas formas de niilismo, que tornam o homem dependente de ídolos, de idolatrias, o escravizam.”
No entanto, acrescentou, “a verdadeira adoração de Deus, então, é doar-se a Deus e aos homens, a verdadeira adoração é o amor. E a verdadeira adoração de Deus não destrói, mas renova, transforma”.
O ídolo é uma “realidade enganosa”, explicou o Pontífice, pois “está pensado pelo homem como algo de que se pode dispor, que se pode gestionar com as próprias forças, a que se pode aceder a partir de si mesmos e da própria força vital”.
“A adoração do ídolo, ao invés de abrir o coração humano à Alteridade, a uma relação libertadora que permita sair do espaço estreito do próprio egoísmo para aceder a dimensões de amor e de dom mútuo, fecha a pessoa no círculo exclusivo e desesperador da busca de si mesma.”
Este engano, afirmou, “é tal que, adorando o ídolo, o homem se vê obrigado a ações extremas, na tentativa ilusória de submetê-lo à sua própria vontade”.
Elias e o fogo de Deus
Elias “se dirige ao Senhor chamando-o de Deus dos Pais, fazendo memória implícita, assim, das promessas divinas e da história de eleição e de aliança que uniu indissoluvelmente o Senhor e o seu povo”.
Assim, coloca o povo “diante da sua própria verdade” de eleito por Deus e “pede que também a verdade do Senhor se manifeste e que Ele intervenha para converter Israel, afastando-o do engano da idolatria e levando-o, assim, à salvação”.
E isso foi o que aconteceu: “caiu o fogo do Senhor, que devorou o holocausto, a lenha, as pedras e a poeira, e secou a água que estava no rego. Vendo isto, o povo todo prostrou-se com o rosto em terra, exclamando: “É o Senhor que é Deus, é o Senhor que é Deus!”.
Por isso, concluiu o Papa, “o objetivo primário da oração é a conversão: o fogo de Deus que transforma nosso coração e nos torna capazes de vê-Lo e, assim, de viver segundo Deus e de viver para o outro”.
“Certamente, o fogo de Deus, o fogo do amor queima, transforma, purifica, mas precisamente assim não destrói, e sim cria a verdade do nosso ser, recria nosso coração. E assim, realmente vivos pela graça do fogo do Espírito Santo, do amor de Deus, somos adoradores em espírito e verdade”, concluiu.
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