Bento XVI recordou aos peregrinos que trabalho ajuda a ''sentirmo-nos mais perto de Deus e dos outros''
O Papa Bento XVI recebeu na manhã deste sábado, 26, um grupo de peregrinos da Diocese de Terni-Narni-Amelia, que comemoram 30 anos da visita do Papa João Paulo II às siderúrgicos da cidade. Bento XVI saudou o grupo, liderado pelo Arcebispo Dom Vincenzo Paglia, recordando o amor especial que João Paulo II nutria pelo mundo do trabalho; seu encorajamento, solidariedade, amizade e carinho pelos operários. O Pontífice recordou que no dia de sua eleição, ele mesmo se definiu um “humilde trabalhador na vinha do Senhor”. No discurso, o Papa falou sobre a crise que hoje coloca a cidade da usina e suas famílias numa situação difícil. Ele disse sentir a preocupação que os operários trazem em seu coração, e demonstrou estar a par da responsabilidade e da participação da Igreja diocesana, comunicando a esperança do Evangelho e a força para edificar uma sociedade mais justa e digna do homem. Neste sentido, ressaltou a importância da Eucaristia que salva o mundo, fazendo-o viver a alegria da fé e a paixão por melhorá-lo. A Eucaristia do domingo é o fulcro da ação pastoral da diocese, “viver de modo eucarístico significa viver como uma família, um único Corpo, uma sociedade de amor”. “Neste horizonte insere-se o tema do trabalho e de seus problemas, como o que mais preocupa hoje: o desemprego. O trabalho é um dos elementos básicos da pessoa e da sociedade. Condições precárias de trabalho dificultam as condições da própria sociedade, as condições de uma vida ordenada segundo as exigências do bem comum”, disse o Santo Padre. Outro problema tocado por Bento XVI foi a segurança no trabalho, uma realidade à qual é preciso estar atentos, para que a trágica série de incidentes seja interrompida. Em seguida, foi abordado também o problema da precariedade profissional entre os jovens. O Pontífice se disse estar muito próximo das preocupações e ansiedades dos operários, desejando que na lógica da gratuidade e da solidariedade, os momentos difíceis possam ser superados e seja garantido um emprego seguro, digno e estável para todos. Enfim, recordou que o trabalho ajuda a "sentirmo-nos mais perto de Deus e dos outros", e lembrou que Jesus foi um operário, tendo passado grande parte de sua vida terrena em Nazaré, na marcenaria de José. Em sua visita à Terni, João Paulo II falou do “Evangelho do trabalho”, afirmando que o Filho de Deus, tornando-se homem, trabalhou com as próprias mãos. A sua foi uma verdadeira fatiga física, ocupou a maior parte de sua vida nesta terra, e assim, entrou na obra de redenção do homem e do mundo. “O trabalho deve ser entendido na perspectiva cristã, ao invés de ser visto apenas como um meio de ganho, ou de exploração, como em muitas partes do mundo, onde é ofendida a própria dignidade da pessoa. Em relação ao trabalho aos domingos, o Papa acenou para o risco de que o ritmo do consumo possa subtrair-nos o sentido da festividade e do Domingo como dia do Senhor e da comunidade.
Canção Nova Notícias, com Rádio Vaticano/Rádio Vaticano
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