24/03/11 – 5ª. Feira II Semana da Quaresma
Reflexão pessoal – Jeremias 17, 5-10 – “ põe tua confiança no Senhor”
Maldito é aquele que deixa de confiar em Deus para confiar nos homens! Bendito é aquele que confia em Deus e não depende da força dos homens! Se, somos benditos ou malditos, somente o Senhor que sonda o nosso coração e prova os nossos sentimentos é quem poderá julgar. No entanto, cada um de nós pode fazer uma avaliação se, realmente, está confiando mais em Deus ou nos homens. As consequências dessas duas condições manifestam-se dentro de nós, no interior do nosso coração: se temos paz, esperança e fé, mesmo passando por dificuldades é porque somos como uma árvore plantada junto às águas e, por isso, se conserva verde até no tempo da seca e nunca deixa de dar frutos. Nesse caso, com certeza, nós estamos depositando a nossa confiança e esperança no Senhor e esperando Dele a orientação para as nossas ações, produzindo frutos conforme a Sua vontade. Por outro lado, a revolta, o desassossego, a ira, o ressentimento e a murmuração são sinais sensíveis da nossa alma quando colocamos a nossa confiança nos homens, nos negócios, nas facilidades da vida e esquecemos de olhar para Deus. Quando estamos agindo assim, somos tentados, nunca achamos saída para nossas mazelas e ao mesmo tempo, também nunca estamos satisfeitos (as) com o que possuímos, queremos sempre mais, e por isso, a nossa vida se torna amarga. Assim sendo, tenhamos cuidado para não colocarmos a confiança nas criaturas que passam, mas tenhamos sempre em mente que o Senhor conhece as nossas necessidades e somente Ele poderá nos ajudar – Qual é a sua situação - Você é como cardo no deserto ou como árvore plantada junto às águas? - Nos seus empreendimentos e problemas em quem você confia mesmo? – Você dá muito valor aos homens poderosos do mundo?
Salmo 1 – “É feliz quem a Deus se confia!”
O salmo é uma confirmação da profecia de Jeremias. O salmista faz uma comparação entre as pessoas que andam conforme os conselhos dos perversos, isto é, dos homens que têm a mentalidade do mundo e as pessoas que meditam na lei de Deus em todos os momentos da sua vida. Os que seguem a teoria do mundo são como a palha seca que se espalha e é dispersa pelo tempo. Porém, os que andam segundo a Lei do Senhor, prosperam e têm uma vida profícua, portanto, são felizes.
Evangelho – Lucas 16,19-31 – “ o rico e o Lázaro”
A parábola do rico e do Lázaro nos mostra uma situação, ainda hoje, persistente dentro da nossa realidade de vida. Por isso, ela deve ser tema para a nossa reflexão neste tempo da Quaresma. A conjuntura do rico e do Lázaro nos dá uma amostra do julgamento de Deus. Aqui na terra nós recebemos as condições para nos apropriarmos dos “terrenos do céu”. Há, porém, uma condição imprescindível: a de partilharmos os nossos bens e dons dos nossos “terrenos da terra” com os outros moradores. Ninguém é tão pobre que não possua nada para dar nem igualmente é tão rico que não necessite partilhar com alguém a sua riqueza. Jesus nos fala que o rico recebe os bens durante a vida e o pobre, os males, mas que na outra vida dar-se-á o contrário. Contudo, precisamos ter em mente que, ser rico, em si não é um mal. O mal é quando queremos ter tudo só para nós e desprezamos àqueles que vivem à nossa porta implorando por migalhas, porque não possuem o suficiente para viverem com dignidade. Não obstante sabermos que o próprio Jesus em outra passagem nos diz que “sempre tereis convosco os pobres” (Jo 12, 8ª), a sua existência é uma chance que Deus dá ao rico para bem empregar os seus bens e assim poder obter ainda muito mais para ajudar a quem precisa. Isto, é uma questão de sobrevivência e uma lei natural da vida: é dando que se recebe, é no esquecimento de nós mesmos (as) que nos encontramos. Nunca se ouviu dizer que alguém ficou pobre porque ajudou a outrem, no entanto, sabemos que muitos chegam à ruína porque empregaram mal a sua fortuna. Jesus também nos mostra a perspectiva da eternidade para o rico avarento e o pobre humilhado: para o primeiro a região dos mortos que é a ausência de Deus e para o segundo, o seio de Abraão, isto é, a presença de Deus e o consolo para as suas dores. A mensagem final do Evangelho nos faz refletir no tempo atual da nossa vida quando temos a oportunidade de pôr em prática todos os ensinamentos de Jesus a fim de não termos a mesma sorte dos mesquinhos, assim como também a responsabilidade que nós temos de abrir os olhos das pessoas da nossa família que ainda não acolheram Jesus como Salvador. – Quais os bens que você tem recebido na vida? - Como é a sua vida: você tem recebido mais bens ou mais feridas? Existe alguém na sua porta, ferido, chagado e faminto que precisa de um pouquinho do que você possui? – Pense nisso!
Helena Colares Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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