Mateus 4,1-11
Primeiro domingo da Quaresma
O episódio evangélico das tentações de Jesus apresentou e apresenta suas dificuldades catequéticas, às quais Mateus (4, 1-11), no Evangelho de hoje, responde intencionalmente. Como é possível que o Senhor, sendo Deus, foi submetido à tentação? Nos três Evangelhos Sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas, a narrativa do Batismo de Jesus no Jordão, como afirmação de sua divindade e messianidade, precede o relato das tentações no deserto. Há, pois, uma clara unidade kerigmático - teológico entre duas passagens: em ambas as situações, Cristo é impelido ou levado pelo Espírito, para deixar patente simultaneamente sua divindade e sua humanidade.
Jesus é tentado como homem que era, "provado em tudo exatamente como nós, exceto no pecado." ( Hebreus 4, 15 ). Portanto, a prova da tentação foi algo natural a Ele; e sua vitória sobre esta tentação reafirma sua filiação divina e sua fidelidade à missão messiânica que lhe fora confiada. Sobre isto precisamente versaram as tentações: sua identidade e tarefa messiânicas. As duas primeiras tentações começam com a mesma insinuação condicionante do tentador "Se és Filho de Deus"... isto é, o Messias.
O conteúdo da passagem das tentações pode ser sintetizado nestes três pontos: a) a afirmação de que efetivamente Jesus foi tentado no começo de sua missão apostólica; b) o tema das tentações se refere à sua identidade e funções messiânicas. c) Jesus vence a tentação à base de fidelidade à vontade de Deus. Não opta pelo estilo triunfalista do messias terreno esperado e querido pelo povo judeu, incluídos os seus discípulos, mas pelo modo e disponibilidade do servo de Javé e pela humilhação da cruz, tal como o quer o Pai.
Sem dúvida, as tentações foram capciosas. Com uma interpretação superficial, podiam parecer inocentes, sem maiores conseqüências. Só uma leitura arguta, como a de Jesus, foi capaz de desmascará-las e revelar as verdadeiras intenções do tentador. O fato de vencer as tentações já foi um primeiro sinal de fidelidade de Jesus ao Pai. Por ser Filho de Deus, recusa-se a exigir do Pai manifestações insensatas de amor. Assim como Jesus venceu as tentações, nós também venceremos as nossas na força de seu amor.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo
Primeiro domingo da Quaresma
O episódio evangélico das tentações de Jesus apresentou e apresenta suas dificuldades catequéticas, às quais Mateus (4, 1-11), no Evangelho de hoje, responde intencionalmente. Como é possível que o Senhor, sendo Deus, foi submetido à tentação? Nos três Evangelhos Sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas, a narrativa do Batismo de Jesus no Jordão, como afirmação de sua divindade e messianidade, precede o relato das tentações no deserto. Há, pois, uma clara unidade kerigmático - teológico entre duas passagens: em ambas as situações, Cristo é impelido ou levado pelo Espírito, para deixar patente simultaneamente sua divindade e sua humanidade.
Jesus é tentado como homem que era, "provado em tudo exatamente como nós, exceto no pecado." ( Hebreus 4, 15 ). Portanto, a prova da tentação foi algo natural a Ele; e sua vitória sobre esta tentação reafirma sua filiação divina e sua fidelidade à missão messiânica que lhe fora confiada. Sobre isto precisamente versaram as tentações: sua identidade e tarefa messiânicas. As duas primeiras tentações começam com a mesma insinuação condicionante do tentador "Se és Filho de Deus"... isto é, o Messias.
O conteúdo da passagem das tentações pode ser sintetizado nestes três pontos: a) a afirmação de que efetivamente Jesus foi tentado no começo de sua missão apostólica; b) o tema das tentações se refere à sua identidade e funções messiânicas. c) Jesus vence a tentação à base de fidelidade à vontade de Deus. Não opta pelo estilo triunfalista do messias terreno esperado e querido pelo povo judeu, incluídos os seus discípulos, mas pelo modo e disponibilidade do servo de Javé e pela humilhação da cruz, tal como o quer o Pai.
Sem dúvida, as tentações foram capciosas. Com uma interpretação superficial, podiam parecer inocentes, sem maiores conseqüências. Só uma leitura arguta, como a de Jesus, foi capaz de desmascará-las e revelar as verdadeiras intenções do tentador. O fato de vencer as tentações já foi um primeiro sinal de fidelidade de Jesus ao Pai. Por ser Filho de Deus, recusa-se a exigir do Pai manifestações insensatas de amor. Assim como Jesus venceu as tentações, nós também venceremos as nossas na força de seu amor.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo
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