Recorda a importância da Concordata firmada em 1984
Roma (ZENIT.org) - A Itália, com sua configuração atual, fruto da Concordata de 1984, que substituiu os Pactos Lateranenses de 1929, tornou-se um modelo de sã laicidade.
O Papa Bento XVI faz essa afirmação na mensagem enviada nesta quarta-feira ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano, por ocasião da celebração, nesta quinta-feira, dos 150 anos da unificação do país. Depois de recordar a época turbulenta das relações entre Igreja e Estado italiano após a proclamação da unificação da Itália, o Papa sublinhou a importância dos acordos de 1984.A conclusão do Acordo de revisão dos Pactos Lateranenses, firmado quase no início do pontificado de João Paulo II, “marcou uma nova fase das relações entre Igreja e Estado na Itália”.Nesse sentido, o pontífice quis recordar algumas palavras do seu predecessor, indicando que a atual Concordata “situa-se agora em uma sociedade caracterizada pela livre competição das ideias e da articulação pluralista dos diferentes componentes sociais”.João Paulo II desejava naquele momento que a Concordata se tornasse “um fator de promoção e de crescimento, favorecendo a profunda unidade de ideais e de sentimentos, pela qual todos os italianos se sintam irmãos em uma mesma pátria”.“E acrescentava que no exercício de sua diaconia para o homem, a Igreja pretende atuar no pleno respeito da autonomia da ordem política e da soberania do Estado. Ao mesmo tempo, ela está atenta à proteção da liberdade de todos, condição indispensável à construção de um mundo digno do homem”, recorda Bento XVI.O homem – prossegue o pontífice – “só na liberdade pode buscar com plenitude a verdade e aderir sinceramente a ela, encontrando na mesma motivo e inspiração para o compromisso solidário e unitário ao bem comum”. O Acordo “contribuiu largamente para delinear essa sã laicidade que marca o Estado italiano e o seu ordenamento jurídico”, evidenciando “os dois princípios supremos que estão chamados a presidir as relações entre Igreja e comunidade política: o da distinção de âmbitos e o da colaboração”. A colaboração é motivada pelo fato de que “a Igreja e a comunidade política, ainda que a título diverso, estão ao serviço da vocação pessoal e social do homem”.“A Igreja é consciente não só da contribuição que oferece à sociedade civil para o bem comum, mas também do que recebe da sociedade civil.”PrivilégioPor outro lado, o Papa assinalou o caso particular da Itália, que acolhe em seu seio a sede pontifícia.A Itália – afirmou – sempre conduziu “a carga, mas ao mesmo tempo o singular privilégio”, de ter em seu território a sede do sucessor de Pedro e o centro da cristandade.Os italianos sempre responderam a esta consciência “expressando proximidade afetiva, solidariedade, ajuda à Sé Apostólica para sua liberdade e para alcançar a realização das condições favoráveis ao exercício do ministério espiritual no mundo por parte do sucessor de Pedro”.O Estado italiano “ofereceu e continua a oferecer uma colaboração preciosa, da qual a Santa Sé desfruta e pela qual está conscientemente agradecida.
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