Mateus 5,1-12
Quarto domingo do Tempo Comum
As Bem-aventuranças (Mt. 5,1-12), lidas neste Domingo como Evangelho, são o prólogo do Sermão Evangélico da montanha, que é a grande composição literária em que Mateus recompilou e sistematizou para o discípulo, como um breve catecismo em diversos temas da pregação de Jesus apresentadas em ocasiões diferentes. Essa preciosa coleção de ditos de Jesus, agrupados menos por motivo cronológico e mais por motivo de sistematização – tanto que se encontram dispersos em capítulos diferentes nos outros Evangelhos – constitui um dos mais belos discursos jamais pronunciados na superfície da terra em todos os tempos da História. É chamada a “Constituição” do cristianismo, a “carta magna” do Evangelho. E começa com as bem-aventuranças, isto é, com sábias normas para se atingir a felicidade. Bem-aventurados em grego = makários. Em latim = beatus, significa – feliz. E aqueles que atingiram a felicidade definitiva, na casa do Pai na eternidade, são, por excelência, “os bem-aventurados”.
Não há nesse mundo quem não queira ser feliz. O desejo de felicidade está plantado no mais profundo do ser humano. E, de mil maneiras, todos tendem a atingir a satisfação desse desejo inato. Nem era preciso dizer que a verdadeira felicidade só se realiza no nosso encontro com Deus. E tudo o que de Deus nos afasta, afasta-nos da felicidade. É o que disse Sto. Agostinho: “Senhor, fizestes-nos para vós; e o nosso coração vive inquieto, enquanto não descansar em vós”.
Lamentavelmente o ser humano não sabe procurar a felicidade onde ela está. E a procura onde ela não está. Muitas vezes a procura nas ilusões deste mundo. Uns a colocam no dinheiro, outros no poder, outros no prazer. E há até os que a colocam naquele prazer depravado de se vingar de seus inimigos, de denegrir a fama alheia, de humilhar seus adversários. Jesus veio ensinar o verdadeiro caminho da felicidade expressa nas bem-aventuranças. Mas ensinou coisas bem diferentes da filosofia imperante no mundo. Ele nos faz descobrir que é feliz o pobre, que, desprovido da fortuna dos bens da terra, vive na fé e na confiança total em Deus que não o desampara. É feliz o homem que guarda puro o coração, e pode assim ter olhos abertos para ver Deus. É feliz quem é capaz de sofrer por causa da justiça. A ele pertence o Reino de Deus.
Em síntese: as Bem-aventuranças são, na boca de Jesus, a proclamação profética do espírito e atitudes próprias dos que optam pelo Reino de Deus que Ele inaugurou no mundo dos homens. Elas são, nos lábios de Jesus, um convite e um indicativo, não um imperativo, mas um indicativo de tal alcance e categoria que constituem a norma básica de conduta moral, o programa de vida autêntica para o cristão. Nas bem-aventuranças de Jesus, um feliz domingo a todos!
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo
Quarto domingo do Tempo Comum
As Bem-aventuranças (Mt. 5,1-12), lidas neste Domingo como Evangelho, são o prólogo do Sermão Evangélico da montanha, que é a grande composição literária em que Mateus recompilou e sistematizou para o discípulo, como um breve catecismo em diversos temas da pregação de Jesus apresentadas em ocasiões diferentes. Essa preciosa coleção de ditos de Jesus, agrupados menos por motivo cronológico e mais por motivo de sistematização – tanto que se encontram dispersos em capítulos diferentes nos outros Evangelhos – constitui um dos mais belos discursos jamais pronunciados na superfície da terra em todos os tempos da História. É chamada a “Constituição” do cristianismo, a “carta magna” do Evangelho. E começa com as bem-aventuranças, isto é, com sábias normas para se atingir a felicidade. Bem-aventurados em grego = makários. Em latim = beatus, significa – feliz. E aqueles que atingiram a felicidade definitiva, na casa do Pai na eternidade, são, por excelência, “os bem-aventurados”.
Não há nesse mundo quem não queira ser feliz. O desejo de felicidade está plantado no mais profundo do ser humano. E, de mil maneiras, todos tendem a atingir a satisfação desse desejo inato. Nem era preciso dizer que a verdadeira felicidade só se realiza no nosso encontro com Deus. E tudo o que de Deus nos afasta, afasta-nos da felicidade. É o que disse Sto. Agostinho: “Senhor, fizestes-nos para vós; e o nosso coração vive inquieto, enquanto não descansar em vós”.
Lamentavelmente o ser humano não sabe procurar a felicidade onde ela está. E a procura onde ela não está. Muitas vezes a procura nas ilusões deste mundo. Uns a colocam no dinheiro, outros no poder, outros no prazer. E há até os que a colocam naquele prazer depravado de se vingar de seus inimigos, de denegrir a fama alheia, de humilhar seus adversários. Jesus veio ensinar o verdadeiro caminho da felicidade expressa nas bem-aventuranças. Mas ensinou coisas bem diferentes da filosofia imperante no mundo. Ele nos faz descobrir que é feliz o pobre, que, desprovido da fortuna dos bens da terra, vive na fé e na confiança total em Deus que não o desampara. É feliz o homem que guarda puro o coração, e pode assim ter olhos abertos para ver Deus. É feliz quem é capaz de sofrer por causa da justiça. A ele pertence o Reino de Deus.
Em síntese: as Bem-aventuranças são, na boca de Jesus, a proclamação profética do espírito e atitudes próprias dos que optam pelo Reino de Deus que Ele inaugurou no mundo dos homens. Elas são, nos lábios de Jesus, um convite e um indicativo, não um imperativo, mas um indicativo de tal alcance e categoria que constituem a norma básica de conduta moral, o programa de vida autêntica para o cristão. Nas bem-aventuranças de Jesus, um feliz domingo a todos!
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo
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