sábado, 20 de novembro de 2010

PAPA PEDE MAIS EMPENHO EM TORNAR EFETIVO O DIREITO À SAÚDE

O campo da saúde “não pode isentar-se das regras morais”, sustentou

Cidade do Vaticano (ZENIT.org) - O Papa pede um compromisso "em todos os níveis" para que o direito à saúde seja verdadeiramente efetivo para todas as pessoas, especialmente nos países pobres.
O desejo do Pontífice foi expresso em mensagem enviada aos participantes da 25ª Conferência Internacional promovida pelo Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde, que se realiza no Vaticano.
No texto, dirigido ao presidente deste dicastério, Dom Zygmunt Zimowski, o Papa salienta que esta Conferência, cujo tema, "Caritas in Veritate - Por uma atenção sanitária equitativa e humana", "se insere exatamente no ano comemorativo dos 25 anos da instituição do dicastério e oferece um motivo ulterior para agradecer a Deus por este precioso instrumento para o apostolado da misericórdia".
O tema escolhido, observa, "reveste-se de um interesse particular para a comunidade cristã, em que é central o cuidado para o ser homem, por sua dignidade transcendente e por seus direitos inalienáveis".
De fato, a saúde "é um bem precioso para a pessoa e a coletividade a se promover, conservar e tutelar, dedicando meios, recursos e energias necessárias, a fim de que mais pessoas possam usufruí-la".
"Infelizmente - denuncia o bispo de Roma -, ainda hoje permanece o problema de muitas populações do mundo que não têm acesso aos recursos necessários para satisfazer as necessidades básicas, de modo particular no que diz respeito à saúde."
Se, em alguns lugares, assiste-se "a uma atenção à saúde que corre o risco de se transformar em consumismo farmacológico, médico e cirúrgico, tornando-se quase um culto ao corpo", em outros, entretanto, "vê-se as dificuldades de milhões de pessoas para acessar condições de subsistência mínimas e remédios indispensáveis para curar-se".
Diante dessa realidade, "é necessário trabalhar com maior empenho em todos os níveis, a fim de que o direito à saúde torne-se efetivo, favorecendo o acesso aos cuidados sanitários básicos".
Saúde, justiça e caridade
Também no campo da saúde, constata o Papa, "é importante instaurar uma verdadeira justiça distributiva, que garanta a todos os cuidados adequados".
O mundo da saúde, portanto, "não pode isentar-se das regras morais que devem governá-lo para que não se converta em desumano".
O Papa cita sua encíclica Caritas in Veritate, na qual relembra como a doutrina social da Igreja sempre demonstrou "a importância da justiça distributiva e a justiça social nos diversos campos das relações humanas".
O vínculo entre justiça e caridade, na perspectiva cristã, é muito estreito.
"Quem ama com caridade os outros é, antes de tudo, justo para com eles. Não só a justiça não é estranha à caridade, não é apenas uma alternativa ou em paralelo com a caridade: a justiça é ‘inseparável da caridade', intrínseca a ela. A justiça é a principal forma de caridade."

Nenhum comentário: