Lucas 17,5-10
Vigésimo Sétimo Domingo
No evangelho sobre o qual refletimos hoje, ( Lucas 17,5-10 ) os apóstolos fizeram um bonito pedido a Jesus: “Senhor, aumenta-nos a fé”. E Jesus respondeu de coração aberto: “Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, podereis dizer a esta amoreira: arranca-te e lança-te ao mar, e ela vos obedecerá”.( Lc 17, 5s ). Os evangelistas Mateus e Marcos trazem a resposta de Jesus um pouco diferente. Em vez de falar de uma árvore, falam de um monte. Daí a expressão: “uma fé que transporta montanhas”. Há uma lenda cristã que fala de um santo, São Gregório, o Taumaturgo – que teria, com sua oração, feito arredar-se do lugar um monte que estava impedindo a construção de uma igreja.
Não se trata aqui da fé teológica, pela qual aderimos às verdades de Deus, como aquela de que fala a carta aos hebreus , ao dizer que “aqueles que se aproximam de Deus devem crer que ele existe e que recompensa os que o procuram” ( Heb 11,7 ). Jesus está falando aqui da confiança no poder e na bondade de Deus, que vem em nosso socorro de maneiras as mais maravilhosas. Nossa própria experiência nos mostra como se encontram pessoas admiráveis por essa fé em Deus onipotente e misericordioso. Para elas, na verdade, nada é impossível. Parece que Deus está mesmo a seu lado, como um amigo sempre leal.
Continuando com a reflexão deste evangelho, poderemos ligar o que já lemos com a lição que Jesus dá em seguida. E podemos dizer: mesmo que uma pessoa tenha essa fé tão grande que seja capaz de conseguir milagres, deve saber que Deus não tem nenhuma obrigação para com ela. Tudo o que ele faz, fá-lo por sua divina generosidade. Sobretudo o céu, que ele nos dá como prêmio de nossa vida, fiel aos seus mandamentos; na verdade, é pura graça de sua bondade. Ninguém compra o céu. Deus é que quis ligar nossa vida a esse prêmio, que vem totalmente de sua bondade.
A mensagem que tiramos para nossa vida poderá ser esta: a fé não é ter Deus a nosso serviço, mas colocar-nos plenamente à sua disposição, confiando nele e acatando sua palavra e sua vontade. A fé é como o amor, a amizade que deve ser cultivada na oração. Jesus ao falar da força da fé, usa a linguagem típica de sua cultura e dá um exemplo que indica que nada é impossível a quem crê: uma fé do tamanho de um grão de mostarda nos possibilita viver na sua graça.
Que neste domingo da fé genuína, o Senhor Jesus, nos faça robustecer nossa fé tão frágil como grão de mostarda, para que possamos ultrapassar os nossos limites e fraquezas e realizar importantes tarefas a serviço da fé, do amor, da vida e da esperança.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo
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