Ao término do Congresso pelos 20 anos do Código de Direito Canônico Oriental
Roma (ZENIT.org) - As igrejas orientais católicas estão chamadas a "conservar sua própria identidade, que é ao mesmo tempo oriental e católica", e a levar adiante, "com novo vigor apostólico, a missão confiada a elas".
Assim disse o Papa Bento XVI ao receber, no sábado pela manhã, no Vaticano, os participantes do Congresso de estudo celebrado por ocasião do 20° aniversário da promulgação do Código de Direito Canônico Oriental.
O Código, promulgado em 1990, contém a disciplina comum às 23 Igrejas sui iuris da Igreja Católica, integrada em cinco grandes tradições orientais - alexandrina, antioquena, armênia, caldeia e bizantina - e estabelece a plena igualdade de todas as Igrejas do Oriente e Ocidente.
Este vigésimo aniversário - disse Bento XVI - é uma ocasião para "ver em que medida o Código teve efetivamente força de lei para todas as igrejas orientais sui iuris e como foi traduzido na atividade da vida cotidiana", como também "em que medida a potestade legislativa de cada igreja sui iuris previu para a promulgação do próprio direito particular, tendo presentes as tradições de seu próprio rito, como também as disposições do Concílio Vaticano II".
A propósito disso - acrescentou - os sacri canones da Igreja antiga, que inspiraram a codificação oriental vigente, "estimulam todas Igrejas Orientais a conservar sua própria identidade, que é ao mesmo tempo oriental e católica".
"Ao manter a comunhão católica, as igrejas orientais católicas não pretendiam de fato negar a fidelidade a sua tradição", disse o Papa .
Como muitas vezes foi reafirmado, a já realizada união plena das igrejas orientais católicas com a Igreja de Roma não deve comportar para estas uma diminuição da consciência de sua própria autenticidade e originalidade".
"Portanto, a tarefa de todas as igrejas orientais católicas é a de conservar o patrimônio comum disciplinar e alimentar suas próprias tradições, riqueza para toda a Igreja."
Os próprios sacri canones dos primeiros séculos da igreja - destacou o Papa - "constituem em grande medida o fundamental e o mesmo patrimônio de disciplina canônica que também regem as igrejas ortodoxas. Portanto, as igrejas orientais católicas podem oferecer uma contribuição peculiar e relevante ao caminho ecumênico".
Antes do discurso papal, em sua saudação, Dom Francesco Coccopalmerio, presidente do Conselho Pontifício para os Textos Legislativos, confirmou o compromisso de seu dicastério de "ajudar as igrejas sui iuris a serem uma ponte, também como ajuda do Código, frente às igrejas ortodoxas, buscando a desejada comunhão plena para formar uma frente comum, em uma virtuosa sinergia, diante dos desafios da época, contra as forças do neopositivismo, que leva - como sabemos - a um funesto relativismo do pensamento e da vida".
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