quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ITÁLIA: VENEZA E AQUILEIA ESPERAM BENTO XVI NA PRIMAVERA

Cenário para relançar a missão, segundo cardeal Scola

Roma (ZENIT.org) - O patriarca de Veneza, cardeal Angelo Scola, anunciou na última sexta-feira que Bento XVI aceitou o convite para realizar uma visita pastoral à sua diocese na próxima primavera boreal. O Papa visitará também Aquileia, considerada a Igreja mãe de muitas Igrejas italianas e também da Eslovênia, Croácia e Austria.
O cardeal anunciou diante os microfones daRádio Vaticano, "com grande alegria e comoção", que o Papa visitará Aquileia e Veneza nos próximos dias 7 e 8 de maio de 2011.
A visita papal acontece 26 anos depois da de João Paulo II e quase 40 anos da de Paulo VI. O patriarca Scola recordou também os três papas do século XX que foram patriarcas de Veneza: Pio X, João XXIII e João Paulo I.
O cardeal fez o anúncio na catedral de São Marcos, onde celebrou um encontro com todo o clero para o novo ano pastoral.
A notícia foi acolhida com grande aplauso, porque, - disse - no que se refere a Veneza, coincide com o final da visita pastoral iniciada em 2004 e, portanto, para todos nós é uma grande ocasião, vendo o testemunho do Santo Padre, de voltar a centrar na vida de fé um anúncio integral da vinda de Cristo".
Um anúncio - acrescentou - que "mobiliza não apenas os cristãos", mas que os impulsiona a "abrir esta cidade delicada e frágil e propor todos os mistérios da vida da fé e também todas as dimensões e aspectos de relevância social, antropológica, de relação à Criação" que representam o Evangelho de Cristo.
O patriarca de Veneza descreveu brevemente a realidade eclesial e social que Bento XVI encontrará. Afirmou que se trata de duas realidades muito diferentes: "Veneza é uma realidade muito diferente, tanto Friuli-Veneza-Julia como o Trentino-Alto Adige, por não falar da Eslovênia, Croácia e Austria".
Destacou uma nota comum a todas elas: "o que hoje é chamado de pós-secularismo, ou seja, esta fase na qual muitos falam de um esquecimento de Deus", ainda que de fato seja "uma explosão do fenômeno religioso, talvez seja de forma espontânea, que necessita ser acolhida, interpretada ou ajudada".
No que se refere a Veneza, acrescentou, "a situação tem recursos comuns típicos do homem pós-moderno, um homem um pouco desequilibrado sob o peso destas grandes mudanças, mas terão recursos específicos derivados da esplêndida e frágil cidade que é Veneza.
Recordou que João Paulo II, em sua visita à cidade dos canais, disse que Veneza já tinha seu campo de missão, referindo-se aos milhões de visitantes de todo o mundo.
Hoje, são mais de vinte milhões ao ano: "Qualquer coisa que se faça em Veneza, está no cenário mundial", comentou o cardeal Scola.
Dando resultados de sua visita pastoral à diocese, o patriarca de Veneza destacou um núcleo perseverante de fiéis praticantes de cerca de 20%, com "muitos sinais de vitalidade cristã e de testemunho pessoal e público".
O desafio é "encontrar uma maneira de propor, de forma livre e franca, a homens e mulheres de hoje, a inevitável relação com Deus".
O cardeal Angelo Scola concluiu suas declarações afirmando que "pode-se construir uma sociedade humana sem Deus" mas se perguntou se isso não levaria a "fazer uma sociedade contra o homem".

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