Erro de tradução da mídia em declarações de Dom Marchetto
Cidade do Vaticano (ZENIT.org) - Na Santa Sé, ninguém comparou com o Holocausto nazista com a expulsão de ciganos anunciada pelo presidente francês Nicolas Sarkozy. Os artigos informativos que afirmam isso se baseiam em um erro de tradução.
Jornais italianos circularam, nos dias 27 e 28 de agosto, manchetes como "Vaticano: ciganos, vítimas de um holocausto". A seguir, como é lógico, comentaristas do mundo inteiro - incluindo o prêmio nobel Elie Weisel - criticaram esta afirmação, que se baseava nas notícias não corrigidas pela mídia.
As declarações em questão foram concedidas no dia 26 de agosto à agência francófona I. Media, com sede em Roma, especializada em questões religiosas, pelo arcebispo Agostino Marchetto, secretário do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes.
O prelado italiano havia dito em francês que "quando acontecem expulsões, sofrimentos, não posso me alegrar pelo sofrimento dessas pessoas, em particular quando se trata de pessoas fracas e pobres que foram perseguidas, que foram vítimas, dessa forma, de um 'holocausto'".
Vários jornais italianos, no entanto, traduziram no presente esta última frase, que, na verdade, fazia referência ao terrível passado sofrido na 2ª Guerra Mundial. Dessa forma, as propostas de Sarkozy foram qualificadas por um erro de tradução colocado nos lábios de Dom Marchetto, como "holocausto".
A falta de uma posterior correção fez com que, ainda neste momento, sejam atribuídas ao prelado declarações que ele nunca fez.
Dom Marchetto esclarecia nesta entrevista que, quando o Papa ou os representantes da Igreja "defendem os direitos do homem, quando falam do respeito pela dignidade das pessoas, em particular mulheres e crianças, não se está fazendo política, mas pastoral".
"A Igreja é a Igreja, não é de direita nem de esquerda, nem de centro. Apresenta com respeito seu ponto de vista, sobretudo no que concerne à lei moral, à doutrina social da Igreja", esclareceu.
O prelado explicou, neste contexto, que as expulsões dos ciganos não podem ser "coletivas". É preciso prestar atenção às diferenças e não podemos culpar toda uma população pela falta de cumprimento da lei por parte de alguns."
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