domingo, 20 de junho de 2010

REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO


Lucas 9,18-24

Décimo Segundo Domingo Comum

O evangelho que ouvimos neste domingo é o de Lucas ( 9,18-24 ); ele constitui uma composição unitária dividida em três partes consecutivas: a) A profissão de fé messiânica por parte de Pedro; b) O primeiro anúncio da paixão, morte e ressurreição por parte de Jesus; c) As condições para o seguimento de Cristo.
Primeiro de tudo, nós sentimos neste evangelho uma pergunta muito pessoal de Jesus: quem sou eu para você? Somente para um amigo se faz a pergunta que hoje pessoalmente Jesus faz a cada um de nós. Para respondê-la é preciso ter três condições: 1º) Pôr-se em momento de oração; 2º) Conhecer pessoalmente a Jesus, isto é, partindo da experiência da fé. 3º) Segui-lo amorosa e abnegamente, como disse Jesus no final. A pergunta sobre Jesus é única e fundamental, porque é a pergunta sobre nossa própria identidade cristã. Não é a mesma coisa saber algo sobre Jesus através da História. Não é a mesma coisa que conhecê-lo pessoalmente, como a um amigo; somente assim se pode alcançar o íntimo de uma pessoa. Num mestre de espírito, o mais importante é sua doutrina; mas isto não é o caso de Jesus. O mais atraente, e, ao mesmo tempo, o mais desconcertante do mistério de sua pessoa é que ele vive hoje como ontem, vive em cada época da História, vive em cada ser humano, no mundo, na Igreja, no cristão, em mim e em você. Por isso a pergunta de Jesus não perdeu sua atualidade: Quem sou para você neste momento de sua vida? A figura de Jesus vivente é extraordinária, fora do comum, complexa, rica, única e original, por ser Deus – homem ou homem – Deus.
Jesus Cristo não é uma recordação histórica. É muito importante perceber Cristo como é na realidade: não uma figura do passado, que viveu na Palestina há vinte e um séculos, mas uma pessoa dos dias hoje, viva, próxima de nós e amigo pessoal nosso. O Jesus da nossa fé é o Senhor ressuscitado, centro da História humana e salvação de Deus para o homem e o mundo atuais. Esta é a razão de nossa fé e o fundamento de nossa esperança. Por isso, o seguiu a autêntica aristocracia da humanidade constituída por Maria, José, os Apóstolos, os mártires, os santos e tantos milhões de homens e mulheres crentes que, peregrinos de Deus, buscam a verdade e têm fome e sede de Justiça.
Jesus é aquele que não se circunscreve ao templo e à prática religiosa e cultural, mas é o que penetra e transforma, a partir da fé e da pessoa daquele que o segue, todos os setores da vida: o amor e a família, o trabalho e a economia, a cultura e os relacionamentos sociais para superar todas as situações de marginalização, desamor e pobreza. É necessário um encontro forte, pessoal e comunitário com Jesus, para fazer com Pedro uma profissão de fé diante de Jesus, aquele que é o nosso Salvador, fonte inexaurível da nossa verdadeira felicidade.

Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo

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