domingo, 13 de junho de 2010

REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO


Décimo Primeiro Domingo Comum

A liturgia da Igreja,neste domingo,nos convida a viver o ciclo dos domingos do Tempo Comum. Vamos seguir durante estes meses a pregação de Jesus, tal como nos é dada pelo evangelista Lucas. Atentos a esta catequese, procuremos compreender melhor como, no nosso caminhar habitual, colaboramos com o plano de Deus manifestado em Jesus Cristo. Sabemos que o Senhor nos fala a cada dia. Mas, na celebração dominical não é apenas a cada um de nós que ele se dirige: é à comunidade reunida em seu nome. Todos nós nos sentimos envolvidos neste anúncio da Boa Nova: todos nos sentimos responsáveis, uns pelos outros, para que a palavra do Senhor seja acolhida e posta em prática.
A liturgia deste domingo apresenta o tema sempre atual do pecado e do perdão. Através dos nossos erros e acertos, narrados na Escritura, descobrimos que é próprio de Deus ter compaixão e perdoar. A Igreja tem como missão transmitir esta mensagem de misericórdia, para que o homem possa olhar confiadamente para Deus e esperar dele o perdão.
O evangelho proclamado hoje ( Lc 7,36-8,3 ) faz-nos contemplar, nas palavras e nos gestos de Cristo,o amor de Deus. Ele põe em confronto, aos olhos de Jesus, a vida da pecadora e a vida do fariseu. Contemplamos aqui as atitudes de duas pessoas perante o amoroso Jesus: a mulher, que se sentiu amada e demonstrou amor, e o fariseu, que, com seu egoísmo, não reconheceu o amor do Senhor nem lhe demonstrou amor. O contraste não poderia ser mais marcante: de um lado, Simão, fariseu, com fama de santo, convida e recebe formalmente Jesus em sua casa; do outro lado, uma mulher, anônima, reputada pecadora, intrusa na casa do “santo”, agindo de forma esquisita. A pecadora tem um encontro de amor e de perdão, e, na fé, encontra salvação. Com o fariseu não se dá o mesmo. Ele é o tipo que se considera justo, credor de Deus, rico diante dele. Mas a salvação vem de Deus e se destina a quem se sente pequeno e humilde diante dele. O próprio Jesus mostra o caminho da misericórdia: Ele veio a nós na humildade da sua encarnação, na dor da sua paixão, na solidão de sua morte, na pobreza e materialidade da sua eucaristia.
Que, na celebração de hoje, inclinemos nossos corações para acolher a ternura e amor de Deus que vai além de nossas ações e méritos. Que o fervor da Igreja da primeira hora, descrita nos Atos dos Apóstolos, reacenda em nós a chama do amor, do perdão e da misericórdia na Igreja de hoje.

Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo

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