quinta-feira, 3 de junho de 2010

ARCEBISPO ORTODOXO DE CHIPRE, CONTRA QUEM CRITICA VISITA PAPAL

O vigário patriarcal latino lembra que a Igreja Ortodoxa “aprovou” a visita

Por Michaela Koller

Nicósia (ZENIT.org). "Não é necessário dar peso às críticas. A Igreja Ortodoxa aprovou a visita por unanimidade", afirma o Pe. Umberto Barato, vigário geral do Patriarcado de Jerusalém para os católicos latinos de Chipre, em algumas declarações apanhadas hoje pela agência italiana SIR.
Esta declaração está alinhada à dura reação do arcebispo ortodoxo Crisóstomos II de Nova Justiniana e de todo Chipre, contra as críticas suscitadas contra a próxima visita de Bento XVI por parte de alguns setores de cipriotas ortodoxos.
A visita do Papa Bento XVI, a convite do arcebispo Crisóstomos e do presidente comunista Dimitris Christofias, está prevista para este fim de semana.O Papa visitará em Paphos a coluna na qual a tradição afirma ter sido chicoteado São Pablo. Em outro momento, fará entrega do Instrumentum Laboris para o Sínodo especial sobre o Oriente Médio, que será realizado em outubro, em Roma.
Na realidade, nos últimos dias, alguns representantes ortodoxos, liderados pelo metropolita Atanasio de Limassol, proferiram declarações acusando o Sucessor do Pedro de "herege" e rejeitando o diálogo com a Igreja Católica.
O próprio Atanasio lançou uma mensagem ao Papa, aconselhando-lhe que suspendesse a viagem, porque sua visita seria considerada uma "provocação" contra os cristãos ortodoxos. Segundo algumas informações surgidas na imprensa cipriota, este setor poderia estar planejando um boicote à visita.
"Seria melhor que não viesse, porque acredito que não trará nada bom - afirmou o metropolita Atanasio no último 23 de maio para o jornal cipriota Phileleftheros. Até agora não é vista qualquer intervenção positiva do Vaticano em nossos problemas nacionais."
Rigidez e reforma
As tensões entre quem apoia e quem se opõe ao diálogo com a Igreja Católica começaram com a assinatura, em abril do ano passado, de uma carta que ortodoxos do mundo inteiro, autoproclamando-se os "guardiões da fé", rejeitado o ecumenismo.
Nesta carta, os signatários qualificavam ao ecumenismo de "sincretismo cristão", afirmando que se trata de "a maior heresia de todos os tempos".
A ela quis responder a mensagem do patriarca Bartolomeu I, para o Domingo da Ortodoxia (21 de fevereiro), na qual rejeitava claramente aquela carta, afirmando que a Ortodoxia "não tem necessidade de qualquer fanatismo ou intolerância para proteger-se a si mesma".
"Quem acredita que a Ortodoxia tem a verdade não teme o diálogo, porque a verdade nunca esteve em perigo pelo diálogo", acrescentou sua mensagem, lembrando que a decisão do ecumenismo pertenceu "a todos os patriarcas e Sínodos Sagrados das Igrejas Ortodoxas do mundo inteiro, que decidiram por unanimidade continuar apoiando estes diálogos".

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