sábado, 29 de maio de 2010

IGREJAS DE FRONTEIRA QUEREM AÇÃO INTEGRADA PARA GARANTIR DIREITO À SAÚDE NA REGIÃO

“Queremos assumir, no caminho da pequenez e na comunhão, o compromisso de fortalecer uma ação integrada para garantir o direito à saúde as populações destas três fronteiras”.
Este é o compromisso assumido pelas chamadas Igrejas de Fronteiras, formadas pela Guiana (Inglesa), Venezuela e Brasil, cuja reunião de três dias terminou na quarta-feira, 26, na cidade de Lethem, na Guiana. O compromisso está na “Carta Mensagem” do encontro que reuniu 66 pessoas dos três países.
Estavam presentes os bispos dom Francis Alleyne de Georgetown, na República Cooperativa da Guiana; dom Jesus Guerrero, do vicariato de Caroní, na Venezuela e dom Roque Paloschi de Roraima, no Brasil, além de religiosos e leigos. A metade dos participantes era de brasileiros de Roraima e de Manaus.
A assessora da Comissão para a Amazônia, Ir. Maria Irene Lopes, participou do encontro e disse ter ficado impressionada com a pobreza na Guiana e Venezuela, especialmente na área da saúde. “Eles (Guiana e Venezuela) se apóiam muito em Roraima, especialmente na questão da saúde”, disse.
Irmã Irene visitou, em Roraima, a Casa de Saúde do Índio (Casai), que acolhe indígenas da Guiana e da Venezuela. “As condições da Casai não são boas. Numa sala pequena há mais de 30 redes, que são distribuídas aos índios conforme a etnia. A enfermaria tem apenas uma cama. Um cacique reclamou muito comigo das péssimas condições do local”, conta a religiosa.
Segundo a Irmã Irene, a migração e a comunicação também são um desafio muito forte na região. “O povo da Guiana só fala inglês. Os que vão a Roraima em busca de tratamento de saúde têm muita de dificuldade de se comunicar por causa da língua”, explica. Para a Irmã Irene somente a Igreja não consegue resolver os problema e que é preciso um esforço conjunto dos três países para mudar a situação. “Se ficar só com a Igreja, a ação perde força”, disse.
Os participantes da reunião em Lethem aprovaram uma carta em que as Igrejas assumem o compromisso de organizar encontros e seminários nos três países para discutir a questão da saúde, incentivando a medicina tradicional dos povos. Uma equipe com uma pessoa de cada país foi formada para acompanhar o projeto.
“A Igreja no Brasil precisa dar mais atenção às Igrejas presentes nas fronteiras. Escutando os bispos, vi que há necessidade demais”, destaca a assessora da Comissão para a Amazônia.
Leia a íntegra da Carta Mensagem

CNBB

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