quarta-feira, 31 de março de 2010

PASSEATA LEMBRA MORADORES DE RUA



Na tarde de ontem, cerca de 700 crianças e adolescentes caminharam pelo calçadão da Avenida Beira-Mar com cruzes de madeira representando moradores de rua Viviane Pinheiro


A estimativa é de que 400 crianças e adolescentes estejam vivendo em situação de rua, em FortalezaCerca de 700 crianças participaram, ontem, da mobilização da campanha Nacional de Enfrentamento à Situação de Moradia nas Ruas de Crianças e Adolescentes, na Avenida Beira-Mar. O objetivo era chamar a atenção da sociedade e do poder público para a criação de politicas que beneficiem os pequenos e suas famílias.De acordo com o coordenador da Campanha Nacional Criança Não é de Rua, Adriano Ribeiro, hoje, existem cerca de 400 crianças em situação de rua, em Fortaleza. "Pode não parecer um número grande para alguns, mas, se fosse somente uma nesse tipo de situação, já seria revoltante", disse.Conduzindo cruzes de madeira que simbolizavam o sofrimento diário dos pequenos que moram nas ruas, as crianças caminharam por um trecho do calçadão da Beira-Mar, chamando a atenção de pedestres e motoristas. Cada menino e menina representa outro que ainda vai continuar dormindo nas ruas e praças da Capital. Os adolescentes e crianças que participaram da manifestação são de 30 comunidades diferentes.Segundo Adriano, no Brasil, não existem políticas públicas para as crianças e adolescentes que vivem em situação de rua. "Para crianças em outras situações nós já temos como combater o problema, mas, até hoje, os pequenos que vivem nas ruas não foram lembrados", comentou o coordenador.De acordo com ele, a solução para este problema seria a criação de uma política publica especifica não apenas para os jovens, mas também para as suas famílias. Para Adriano, os pequenos acabam morando nas ruas devido aos problemas que elas encontram em casa."Com os pais e mães tendo condições de criar os seus filhos e não tendo que mandá-los trabalhar, com certeza o número de meninos e meninas nas ruas das cidades diminuiria", afirmou Adriano Ribeiro.Para a educadora do lar para crianças Pequeno Príncipe, Flor Fontenele, o maior problema encontrado nas crianças em situação de rua é o uso de drogas. "Nos tentamos tirá-los do mundo das drogas, mas nem sempre temos condições de bancar todos os recursos necessários", frisou a educadora.O estudante Luis Feitosa, de 12 anos, acredita que a passeata vai sensibilizar toda a sociedade e a situação das crianças moradoras de rua vai mudar. "Nenhum menino ou menina merece viver assim, nosso lugar é em casa e na escola".
Fonte: Diário do Nordeste

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