sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

CNBB FALA SOBRE FICHAS LIMPAS, CRISE EM BRASÍLIA, USINA BELO MONTE E APOIO AOS APOSENTADOS


“Não dá para imaginar um parlamentar que se coloque contra o projeto Ficha Limpa. Alguém que se pronunciar contra a Ficha Limpa é um defensor da ficha suja? E quem se posicionar contra a Ficha Limpa, como é que vai disputar eleições? É um assunto que nos deixa pensativos. Não consigo imaginar alguém que seja contra esse projeto”.
As palavras são do presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha, durante coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira, 25, na sede da Conferência, em Brasília. Dom Geraldo questionou a posição de parlamentares sobre a aprovação do projeto de iniciativa popular do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) Projeto Ficha Limpa (PLP 518/09), que tramita no Congresso.
O secretário da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, por sua vez, afirmou que aumentaram as expectativas da CNBB pela aprovação do projeto Ficha Limpa após a audiência pública que ocorreu nesta quarta-feira, 23, na Câmara dos Deputados para debater o projeto. “Estamos com esperança de que o projeto seja aprovado ainda nesse semestre e aplicado nas eleições de outubro”, disse.Crise no Distrito Federal
Para dom Geraldo a crise política toma uma amplitude que vai além do país. “O que acontece em Brasília também está sendo mal visto lá fora e isso é constrangedor. Quando saímos, visitamos outros países, as pessoas nos questionam: ‘mas o que é mesmo que está acontecendo em Brasília? ’ Isso é ruim para nossa imagem. Brasília não merecia comemorar seus 50 anos mergulhada nesse caos administrativo do Distrito Federal. Isto nos envergonha diante da comunidade internacional”, completou o presidente da CNBB. Usina Belo Monte
Sobre a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, o presidente da CNBB destacou o conteúdo da nota aprovada durante a reunião do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep). “A CNBB se manifesta preocupada com a situação de implantação da usina de Belo Monte, porque, em Altamira (PA), haverá bairros inteiros que desaparecerão”, observou.
“Diante da gravidade da situação, queremos sensibilizar a sociedade e esperamos que as autoridades brasileiras tomem as devidas providência antes de proporcionar reais oportunidades para que as populações implicadas possam debatê-lo, apresentar suas propostas e tenham suas considerações respeitadas’”, disse dom Geraldo citando a nota da CNBB.
O arcebispo também reiterou o apoio da CNBB ao bispo prelado do Xingu (PA) e presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dom Erwin Kräutler, que é ameaçado de morte, por sua atuação contra a exploração do meio ambiente e apoio à população mais pobre da região amazônica, inclusive os povos indígenas no Pará. “Nós apoiamos a causa de dom Erwin Kräutler por seu trabalho no Pará. Ao mesmo tempo a CNBB expressa o seu total apoio à indicação de dom Erwin ao prêmio Nobel Alternativo, apresentado pela fundação austríaca Right Livelihood Award”.
Ajuda ao Haiti
“A presença da comunidade religiosa lá é mais uma iniciativa, além da ajuda humanitária que já temos organizada para a reconstrução do Haiti desde o terremoto”. A Cáritas Brasileira já arrecadou mais de 4 milhões de reais para o país. A campanha SOS Haiti teve início no dia 15 de janeiro, dois dias após o terremoto. Dom Dimas lembrou ainda que as Conferências Episcopais do Continente Americano também estão se organizando para desenvolver a melhor maneira de ajudar na reconstrução do país de maneira coletiva.
Apoio aos aposentados
Dom Dimas também frisou o apoio da CNBB aos aposentados sobre a vinculação do salário deles ao salário mínimo, que teve como consequência perdas de benefícios depois dos reajustes. “Decidimos apoiar os aposentados nas suas lutas tentando alternativas aos impasses que surgiram no Congresso Nacional da vinculação do salário dos aposentados com o salário mínimo, mas procurando um caminho que permita, tecnicamente, corrigir as perdas salariais dos aposentados não baseadas nos índices normais de preços, mas no preço da cesta básica típica de um aposentado, que não segue necessariamente o índice de inflação normal”.
Um grupo de trabalho foi organizado, a pedido CNBB, para estudar o assunto. O grupo emitiu uma nota em que dá esclarecimento sobre as perdas dos aposentados.

CNBB

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