Hoje ao meio-dia chegaram a Manaus quatro irmãs de padre Ruggero Ruvoletto, assassinado no sábado, 19. À noite deve acontecer uma cerimônia reservada para os parentes. O bispo auxiliar de Manaus, dom Mário Pasqualotto, disse que por questões burocráticas, o corpo só deve seguir para a Itália na quarta ou quinta-feira.
Em fevereiro, padre Ruvoletto ia completar dois anos que morava em Manaus. Italiano, natural de Galta de Vigonovo, província de Veneza, ele era sacerdote Fidei Donum, da diocese de Pádua, na Itália. Em Pádua, ele foi diretor do Centro Missionário. Em Manaus, ele tinha projetos de construir uma escola para crianças e uma escola para ensinar a língua italiana.
Nascido no dia 23 de maio de 1957, o padre tinha 52 anos e foi assassinado no próprio quarto, com um tiro na cabeça, em Manaus. O crime ocorreu no bairro Santa Etelvina, zona norte da capital, onde o sacerdote morava e desenvolvia seus trabalhos missionários.
A polícia da capital amazonense ainda não descobriu a causa do crime, mas dom Mário suspeita que tenha sido por dinheiro. “Acredito que os bandidos fizeram isso por dinheiro. Talvez a intenção não fosse matar, mas nessas horas pode ocorrer o pior e aconteceu com padre Ruvoletto”, disse.
No momento em que foi assassinado, um dos sacerdotes que moravam com o padre estava tomando banho e o outro ainda dormia. O sacerdote italiano foi encontrado instante depois do disparo. Padre Ruvoletto morreu de joelhos. Segundo dom Mário, não se sabe o que ele fazia naquele momento da manhã. O bispo diz que o padre poderia estar fazendo sua oração matinal, que lhe era de costume.
Neste domingo, 20, foi celebrada uma missa de corpo presente no ginásio de esportes do bairro onde o sacerdote morava. Da cerimônia, participaram dom Mário; o também bispo auxiliar de Manaus, dom Sebastião Bandeira; e o bispo de Tefé (AM), dom Sérgio Eduardo Castriani;além de 3 mil fiéis.
Dom Mário diz que a violência em Manaus cresce a cada dia. Segundo ele, em pouco mais de um mês foram registrados cinco assaltos no município e padre Ruvoletto não foi o primeiro religioso vítima de violência. “Toda a cidade está insegura. Padre Ruvoletto não é o primeiro religioso vítima de violência. Outros padres já foram assaltados, feitos reféns; freiras também. A Igreja de Manaus vem, há muito tempo, trabalhando para que a violência se resolva, sobretudo neste ano em que a Campanha da Fraternidade tratou desse tema, mas a verdade é que temos uma polícia pouco preparada”, desabafou.
No mesmo bairro em que foi assassinado o religioso, um dia antes, na sexta-feira, 18, por volta das 22h, Ítalo Marcelo Gomes, 17, foi assassinado com três tiros nas costas. Pela manhã, a Polícia Militar prendeu os suspeitos do crime, identificados como Eduardo Felipe, 18, e Francisco Araújo, 19.
CNBB
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