quinta-feira, 20 de agosto de 2009

CNBB MANIFESTA APOIO À CAMPANHA DE TESTE PRECOCE DA AIDS

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifestou, nesta quarta-feira, 19, seu apoio à nova campanha que o Ministério da Saúde vai lançar em parceria com a Pastoral da Aids. A campanha visa estimular as pessoas a fazerem o teste de AIDS a fim de detectar precocemente o vírus HIV e, no caso das gestantes, da sífilis. Representantes do Ministério da Saúde e da Pastoral da AIDS esclareceram hoje os detalhes da campanha aos bispos do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep), reunidos em Brasília (DF). “O Consep entende que é importante o incentivo ao diagnóstico precoce da Aids e, no caso das gestantes, da sífilis”, explica o secretário geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa. “É igualmente importante a informação e a assistência ampla, particularmente, no caso da gestante, da transmissão vertical da sífilis”, completa.O assessor nacional da Pastoral da AIDS, frei Luiz Carlos Lunardi, destaca que a evolução da atuação da Igreja junto aos doentes de AIDS. “A Igreja, desde o início, teve uma presença de acolhida e de acompanhamento das pessoas com doença de AIDS, mas numa perspectiva de dar-lhes uma ‘morte digna’. Agora, vimos que há um campo mais amplo, que é não só assistir, mas prevenir, chegar antes da doença”, explica Lunardi. Segundo o frei, o que falta à população é informação. Ele esclarece que a pessoa pode ter o vírus da AIDS e não ter a doença. “Ter o vírus da AIDS não significa ser um doente de AIDS. O vírus pode ser controlado com os remédios e não evoluir para a doença”, explica. A diretora do Departamento de DST/Aids do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, ressaltou a importância da parceria com a CNBB por causa da “forte atuação da Igreja junto a um público que o Ministério da Saúde considera mais vulnerável e ao qual não tem acesso”. Segundo a diretora, a Igreja Católica sempre foi muito forte no trabalho com a AIDS. “A confirmação desta parceria ampliará a ação do diagnóstico precoce do vírus HIV e, no caso da gestante, da sífilis”, acredita Mariângela. Para a representante do Ministério da saúde, o que mais dificulta o teste para o diagnóstico precoce do HIV é o medo do estigma da discriminação. “A iniciativa depende da pessoa. Quanto mais tarde for feito o diagnóstico, pior”, destaca. Frei Lunardi ressalta que a parceria evidencia duas potencialidades, uma da parte do Governo e outra da parte da Igreja. “O Governo dá, gratuitamente, os medicamentos e o teste. A Igreja entra com sua capacidade de convocar, informar e sensibilizar, aproveitando a rede bem articulada que ela tem na organização das comunidades”, acentuou. A Pastoral da AIDS, por exemplo, possui 13 mil agentes e está presente em 142 das 272 dioceses do Brasil.Segundo o secretário da CNBB, as formas concretas da parceria continuam em discussão com os grupos responsáveis. “O projeto está ainda em construção”, disse. A expectativa é de que a campanha seja lançada no próximo mês, em Brasília, e, numa primeira fase, atingirá apenas seis cidades: Manaus, Fortaleza, João Pessoa, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Segundo Lunardi estas cidades recolhem, no momento, melhor estrutura para o desenvolvimento do projeto.

CNBB

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