sábado, 30 de maio de 2009

PADRE JAPONÊS QUE VIVEU NO BRASIL PODE SER BEATIFICADO

O início do século XX foi marcado pela chegada de milhões de imigrantes no Brasil. Vinham de todas as partes do mundo para o trabalho nas áreas rurais ou na indústria brasileira, que estava começando. A Igreja estava atenta às necessidades destes trabalhadores que se aventuravam em terras desconhecidas.Foi aí que começou a história daquele, que pode vir a ser o próximo beato da Igreja, Monsenhor Domingos Nakamura, missionário japonês que veio evangelizar no Brasil. O processo de beatificação foi aberto, inicialmente, pela Pastoral Nipo Brasileira e, neste ano, após orientação do Vaticano, foi reaberto pela Diocese de Presidente Prudente (SP), onde Monsenhor Nakamura realizou seu apostolado.O bispo de Presidente Prudente (SP), Dom Benedito Gonçalves dos Santos, em março de 2009, instituiu o tribunal de peritos, composto por sete padres e um leigo, que realizará todas as pesquisas referentes à vida e missão do padre japonês.O pároco da Paróquia São José, padre Jurandir Severino de Lima, em Álvares Machado (SP), Diocese de Presidente Prudente, onde o missionário japonês viveu, é um dos integrantes do tribunal. Ele relata que toda a vida de monsenhor Nakamura será revista e todas as pessoas que o conheceram em vida serão entrevistadas. Em seguida, a documentação vai ser analisada pela Congregação para a Causa dos Santos. Instrumento de conversão Monsenhor Domingos Nakamura foi ordenado em 1897, no Japão, e aos 59 anos de idade, recebeu o convite para viver no Brasil e acompanhar os imigrantes japoneses que chegaram ao país. Chegou à América do Sul em 1923 e trabalhou durante 17 anos até sua morte, em 1940, em Álvares Machado (SP). Durante sua vida no país, desenvolveu atividades missionárias em Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. “Era conhecido como alguém que carregava duas malas: uma com suas roupas e outra com os utensílios para as Missas, como cruz, castiçais e hóstias”, comenta padre Jurandir ao destacar as viagens do missionário nas regiões do país.O pároco de Álvares Machado também ressalta que monsenhor Nakamura era muito admirado pelas crianças e muitos apreciavam suas conversas. “Muitos que o conheceram tem verdadeira veneração pelo seu tipo de pregação, pelo jeito que lidava com as pessoas e como conseguiu transmitir os valores cristãos”, recorda padre Jurandir. Outro aspecto importante da vida do missionário japonês foi a conversão de muitos imigrantes de religião budista ao cristianismo. VirtudesPara o padre que faz parte do tribunal de peritos, as maiores virtudes de monsenhor Nakamura são a caridade, o amor à Eucaristia e a perseverança na fé. “Ele demonstrou um grande amor por Jesus Cristo, mesmo fora de seu país. Deu sua vida por causa do Evangelho e mostrou isso pelo seu amor ao próximo e às pessoas mais carentes”, enfatiza padre Jurandir, ao recordar que os imigrantes assistidos pelo missionário passaram por muitas dificuldades econômicas, culturais e também espirituais.“Ele nos ensina a não ter medo do novo, a nos despojarmos de tudo em favor do Evangelho”, conclui o pároco da Paróquia São José ao falar sobre os ensinamentos de monsenhor Domingos Nakamura para os dias de hoje.

Da Redação da Canção Nova Notícias, com site Paróquia São José

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