Moradores do Crato e Juazeiro do Norte estiveram reunidos como forma de protesto pelo Dia do Trabalhador, durante a 19ª Caminhada da Fraternidade (Foto: Antônio Vicelmo)
Crato e Juazeiro do Norte foram palco das manifestações em prol de um trabalho digno e com salários justos
Crato. Reflexões sobre a Campanha da Fraternidade, manifestações dos sindicatos contra a crise econômica, confraternização entre os moradores de Crato e Juazeiro do Norte, no Ceará, marcaram a 19ª Caminhada da Fraternidade, entre as duas cidades do Cariri, nas comemorações do 1º de Maio, Dia Mundial do Trabalho. Mesmo debaixo de chuva, cerca de 10 mil pessoas, segundo a coordenação, participaram do evento, promovido pela Forania-1, da Diocese do Crato, com o apoio das paróquias de São Francisco, em Crato e Franciscanos, em Juazeiro do Norte.O objetivo, segundo o padre Marcondes Torquato, vigário da Paróquia de São Francisco, é criar fraternidade e espírito de união entre os participantes, propiciar um maior entrosamento entre os municípios envolvidos — Crato e Juazeiro —, refletir sobre a Campanha da Fraternidade e a sua importância social, unir as reivindicações das mais diversas categorias de trabalhadores, à luz da fé e a partir das preocupações da Igreja, numa perspectiva libertadora.“Todas as pessoas aspiram à segurança e estão preocupadas com a violência que se manifesta concretamente no trânsito, nos cárceres, no tráfico de drogas, de armas e de pessoas, nas desigualdades sociais, na fome, na miséria, na corrupção e em muitas outras situações”. Este foi o tema abordado durante a caminhada que saiu do Crato às 4 horas da madrugada de ontem e chegou à Juazeiro, às 7 horas da manhã.O evento se constituiu na principal manifestação do Dia do Trabalho no Cariri. No percurso de 12 quilômetros, os líderes sindicais distribuíram panfletos contra a crise econômica, dizendo que o trabalhador brasileiro, principalmente os agricultores, não devem pagar a conta. “A crise é americana”, advertiu o boletim.O panfleto conclama os trabalhadores a se unirem na luta pela garantia da estabilidade nos postos de trabalho e denunciam que os governantes estão utilizando o dinheiro dos impostos para os ricos que causaram a crise. O 1º de Maio, segundo os trabalhadores rurais, é mais do que uma caminhada, é o momento de defender trabalho e salários dignos, educação e saúde de qualidade, diminuição da jornada de trabalho, segurança pública, ampliação dos direitos já conquistados, políticas agrícolas e tecnologias que respeitem a natureza.Os agricultores lembraram que o Dia do Trabalho é uma oportunidade para reivindicar reforma agrária, emprego e distribuição de rendas mais justa e igualitárias. “Só nós, trabalhadores unidos e conscientes, podemos transformar esta realidade de exploração, miséria, fome, violência e desigualdades sociais em uma sociedade onde todos sejam iguais em direitos e responsabilidades”. A proposta é de uma sociedade que tenha no centro das ações políticas a valorização da relação do trabalho e da pessoa humana, contra acumulação de riquezas.O manifesto foi assinado pelo Sindicato dos Trabalhadores Orgânicos do Cariri, Sindicato dos Servidores Municipais, Sindicato dos Comerciários, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Sindicato dos Bancários do Cariri, Associação dos Profissionais do Programa Saúde da Família, Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). A Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Norte e Nordeste também divulgou nota, advertindo que o trabalhador já foi submetido a sacrifícios demais em nome das reformas, dos consertos, das arrumações e de tudo mais que é feito, ou apresentado, em nome de uma ordem econômica nova. A entidade critica os “lucros exorbitantes” dos bancos e financeiras.O ponto alto da confraternização dos trabalhadores foi o café comunitário oferecido aos participantes pelo Conselho Paroquial do Santuário dos Franciscanos de Juazeiro, no pátio do Santuário dos Franciscanos, em Juazeiro do Norte.
Fotos e matéria do repórter Antônio Vicelmo,
do Diário do Nordeste
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