domingo, 12 de abril de 2009

REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO

João 20,1-9

Domingo de Páscoa

Celebramos hoje, com todo júbilo a Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Páscoa – festa das festas, a maior de todas as festas do calendário litúrgico. A festa de hoje implica em morrer para a vida velha e desabrochar das sementes que podem germinar na direção da construção de uma vida nova. A celebração da Páscoa é o eixo de todo o ano litúrgico, de todas as celebrações de nossa Igreja.
Neste domingo de Páscoa, meditamos sobre a verdade de que a morte não constitui a última e definitiva palavra sobre a existência humana. Assim como a última palavra não foi o ódio, mas o amor; a última palavra não foi a guerra, mas a paz; assim, também, a morte não foi a última palavra dada ao mundo, mas a vida plena dada por Cristo na sua ressurreição. A Ressurreição significa para os cristãos o sinal de que as grandes aspirações da vida humana não são sonhos inúteis, pois a Ressurreição de Cristo é o ponto central de nossa fé no ressuscitado; é um dom que carregamos como que em vasos de barro e podemos perdê-lo por vaidade intelectual. Foi, de um túmulo frio e escuro, do seio da terra que, a semente esmagada e pisada brotou vigorosa, triunfante. Desse triunfo foram quebrados os planos dos grandes, sobretudo das autoridades de Jerusalém que o rejeitaram. A partir do túmulo vazio, tudo se revelou: Deus não abandonou Jesus de Nazaré. Deus estava do lado daquele que foi considerado maldito pela lei. Deus não deixou que a grama crescesse sobre a sepultura de Jesus, mas que todos os grilhões se rompessem e Ele emergisse para uma vida não mais ameaçada pela morte, mas selada pela eternidade.
Com a Ressurreição de Jesus, aprendemos que o Cristianismo não se apresenta ao mundo como uma religião que vive da saudade de um fato feliz do passado. Mas surgiu com o anúncio e a celebração da alegria de uma presença: a do Cristo ressuscitado. Com a ressurreição de Jesus, o cristão, acredita que não existe mais utopia. Em grego, utopia significa "que não existe em nenhum lugar". Ele acredita somente na topia: "que existe em algum lugar". A ressurreição vem ser para o cristão a realização plena de todas as potencialidades latentes na existência humana, sobretudo suas relações para com Deus, o outro e o cosmos.
O próprio evangelho da liturgia de hoje ( João 20, 1-9 ) vem expressar tudo o que afirmamos até agora. O túmulo vazio é a prova de que a vida triunfou, e o poder das forças do mal foi derrotado. É, no túmulo vazio, que a nossa espiritualidade deve crescer no sentido de proclamar alto e bom som que Deus está vivo e ressuscitado em cada um de nós e, por isso mesmo somos as pessoas mais felizes do mundo pois fomos capazes de conhecer e provar a fonte inexaurível de nossa salvação: Jesus Cristo Ressuscitado. Comprometemo-nos, irmãos e amigos, com o Deus ternura de nossa vida, no dia festivo da ressurreição, seguir os mesmos passos de Maria Madalena, no Jardim, e contemplar, com fé o túmulo do ressuscitado.
Entreguemos pois a Deus, neste dia do júbilo, na festa de todas as Igrejas, a vida nova dos que foram batizados e recamos a graça de caminharmos sempre em sua comunhão e sermos eternamente participantes de sua páscoa. Feliz Páscoa a Todos!.

Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo

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