Com o tema “Fraternidade e Segurança Pública”, a Assembléia Legislativa gaúcha realizou na sexta-feira, 3, uma audiência pública no Teatro Dante Barone, no Palácio Farroupilha, em Porto Alegre. Promovidas pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, as atividades tiveram como base de discussão o tema da Campanha da Fraternidade "A Paz é Fruto da Justiça". O evento teve a participação do ministro da Justiça, Tarso Genro; do presidente Regional Sul 3 da CNBB (Rio Grande do Sul), dom José Mário Stroeher, e do bispo auxiliar de Porto Alegre, dom Alessandro Ruffinoni. O ministro da Justiça defendeu a necessidade de uma grande transformação social. “Há duas visões simplistas do problema da violência: a que o coloca como questão de polícia e a que o atribui à desigualdade social. Estas versões são extremas e constituem uma caricatura", disse Tarso Genro. Segundo o ministro, a segurança pública exige uma polícia preparada e integrada à comunidade e também políticas fortes envolvendo a juventude e articulando as três esferas de governo.Dom José Mário Stroeher citou passagens da bíblia e casos da atualidade para refletir sobre os vários ângulos do problema da segurança pública. "Deus tem uma proposta para o ser humano e o mundo", destacou. O bispo pediu ao ministro a articulação de um mutirão de justiça em prol da mudança do sistema penal. "As pessoas são presas não para serem atiradas em antros desumanos, mas para serem reeducadas", disse. "Temos que mudar essa mentalidade de que o preso deve ser castigado; o preso precisa ser recuperado". O presidente da regional da CNBB disse ainda que é preciso colocar os jovens em escolas de tempo integral e promover ações educativas "que ajudem a juventude a acreditar no amanhã". Para o presidente da Assembleia, deputado Ivar Pavan, a Segurança Pública é a preocupação número um das pessoas e a Igreja é a instituição ideal para conduzir o debate e ampliá-lo para além do senso comum. Segundo afirmou, a questão não se resume a crimes de sangue, mas também a aspectos sociais, como ao jovem que não tem dinheiro para ingressar na universidade ou o trabalhador que rouba para dar de comer à família. "É um tema que deve ser discutido também por secretários e ministros da Fazenda, governadores e pelo presidente, uma vez que é preciso levar em conta o papel das políticas públicas no combate à violência”, observou.Já o presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, deputado Dionilson Marcon (PT), destacou a relevância da discussão, reiterando que a Segurança Pública é o tema que mais assusta a população do mundo inteiro. O presidente da OAB-RS, Cláudio Lamachia, conclamou a todos “nas ruas, nas fábricas, nas escolas e no campo” a buscarem caminhos verdadeiros de combate à violência, despidos de paixões políticas, e defendeu investimentos em educação integral e ensino profissionalizante e políticas integradas à iniciativa privada. * Com informações da Assessoria de Imprensa do Regional Sul 3 da CNBB
CNBB
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