“É com muita honra e privilégio que o Senado Federal abre nesta manhã de quarta-feira a sessão especial em homenagem aos 45 anos da Campanha da Fraternidade, mobilização permanente realizada desde 1964 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)”. Foi com estas palavras que o presidente da primeira parte da homenagem, senador Marconi Perillo (GO), abriu a sessão.
A solenidade teve a participação do secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, do núncio apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri e do assessor político da Conferência dos Bispos, padre Ernanne Pinheiro, além de representantes de outras religiões, como o budismo e evangélicos.
Durante a homenagem, 16 parlamentares falaram sobre a trajetória da Campanha da Fraternidade ao longo desses 45 anos de sua existência. Em sua fala, o senador Flávio Arns destacou a importância de a iniciativa estar com 45 anos de existência sem ter falhado um ano: “Há 45 anos surgia a Campanha da Fraternidade da CNBB. Milhares de brasileiros já nasceram vendo essa iniciativa da Conferência dos Bispos presente no país. É uma instituição como poucas que proporciona um debate tão sério e tão natural em nosso país”.
O senador Eduardo Suplicy pediu a urgente aprovação da PEC 438 que tramita na Câmara dos Deputados. A proposta estabelece pena onde for constatada a exploração do trabalho escravo. De acordo com o senador, “esta também se trata de uma forma de violência que é predominante no país”, disse fazendo menção ao tema da CF-2009, “Fraternidade e Segurança Pública”. Suplicy relembrou o centenário de dom Helder e a importância do bispo para a criação da Campanha da Fraternidade, bem como da CNBB.
“O Manual da Campanha da Fraternidade deveria ser obrigatório nas escolas, repartições públicas e privadas. Se isso acontecesse creio que as tantas leis que são aprovadas não seriam mais necessárias, nem mesmo a CNBB precisaria fazer Campanhas da Fraternidade”. A afirmação é do senador Inácio Arruda, que logo após explicou a frase: “Entre os vários temas que a CNBB propõe todos os anos em suas campanhas, muitos se transformam em programas do Governo. O Estado vem absorvendo os estudos da CNBB e isso é um ato de louvor porque se trata de discussões sempre muito importantes e atuais que evolvem o país e mobiliza a sociedade”, disse o senador, que teve a mesma afirmação confirmada pelo senador Pedro Simon.
Todos os senadores abordaram a temática deste ano da Campanha da Fraternidade. Em referência ao tema, Paulo Paim disse: “Somos a única espécie que fala de paz e também a única que conspira contra ela. É por isso que é de se enaltecer o trabalho idealizado pela CNBB que não só tem sido absorvido pelos católicos, como também por toda a sociedade brasileira.
Dom DimasNo encerramento da sessão, o presidente da segunda parte da homenagem e idealizador da proposta, senador José Neri, agradeceu a participação de seus colegas e parabenizou a CNBB pela iniciativa de mobilizar por meio das Campanhas da Fraternidade. Dom Dimas fez suas considerações sobre as quase 3 horas e meia de sessão: “Eu agradeço a todos pela presença e pela iniciativa do senador José Neri de homenagear os 45 anos da Campanha da Fraternidade. Como diz o próprio texto-base da Campanha deste ano, a CNBB não quer apresentar receitas prontas, mas suscitar um debate que começou desde a Ação Católica de modo que as próprias comunidades das mais diversas realidades do Brasil possam receber a palavra de Deus e buscar soluções para combater a violência, e cada vez mais, atender aos anseios do nosso povo para construirmos juntos a civilização do amor. Nosso objetivo é fazer um trabalho a partir da ótica da fé, uma vez que acreditamos com São Tiago que a ‘fé sem obras é morta’”.
CNBB
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