Do Trigésimo Terceiro domingo do Tempo Comum
O Evangelho deste domingo ( Mateus 25,14-30 ) nos faz refletir sobre uma simpática parábola que nos faz pensar nas contas que iremos prestar a Deus que nos confiou tantos dons preciosos. É a parábola dos talentos que, na antiga cultura grega e romana, era nome de um peso e de uma moeda de grande valor. Esse nome hoje significa um valor moral que se encontra numa pessoa. O uso do Evangelho deve ter influído nessa transposição de significado.
A parábola dos talentos está aí na lucidez de sua apresentação. Um homem, devendo ausentar-se para uma viagem, distribui dinheiro a três servos, para que tomassem conta dele e o fizessem frutificar. A um deu cinco talentos, a outro, dois; e a um terceiro, um talento só. Tais quantias eram muito grandes, demonstrando já a generosidade de Deus nos seus dons. O servo que recebeu cinco talentos negociou e conseguiu lucrar cinco. O que recebeu dois, negociou também e lucrou outros dois. O terceiro, porém, sem coragem e omisso, escondeu debaixo da terra o talento recebido, para devolvê-lo na volta do patrão. Na volta do patrão, os dois primeiros lhe entregaram o lucro conseguido, e foram elogiados pelo patrão, que lhes confiou quantias maiores e os convidou a "entrar para a alegria de seu Senhor". Ao terceiro, que entregou o talento, a acolhida deste foi dura: "Servo mau e preguiçoso! Sabias que eu ceifo onde não semeei e recolho onde não espalhei"! E continuou dizendo que o servo deveria ter posto seu dinheiro no banco para render juros. E mandou que ele tirasse o talento e o entregasse ao que tinha dez; pois, quem tem mais recebe mais ainda; e a ele, o lançassem nas trevas, onde haveria choro e ranger de dentes.
Ninguém deve estranhar que Jesus se sirva de um tema comercial, e até de sabor do mundo capitalista, onde o assunto é ganhar, cobrar juros, lucrar, juntar dinheiro. Jesus não está com isso querendo inculcar o interesse pelo mundo do dinheiro. Sua filosofia é bem outra. Trata-se de uma parábola onde nos quer apontar a diligência do negociante. A grande lição é que devemos fazer render em nossa vida os dons que Deus nos deu e dos quais havemos de prestar contas em nosso encontro final com o Senhor. A todos Ele deu seus dons: saúde, inteligência, habilidade para o trabalho. A alguns deu até dons especiais de criatividade, de comunicação, de visão dos caminhos futuros. Todos têm que se empenhar em ser construtores de um mundo melhor. Um bom domingo a todos.
Pe. Neto
Pároco de São Vicente de Paulo
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